Em foco
EDITORIAL
Setembro / Outubro 2023 | A Voz dos Reformados 3
Em foco
Serviço Nacional de Saúde
Dos cerca de 1,7 milhões de utentes sem médico de família , mais de 70 por cento estão na região de Lisboa e Vale do Tejo
ção . Mas não há complementaridade nenhuma , há é uma feroz concorrência para fazer da doença um negócio altamente lucrativo , com a qual o Governo é complacente », acusou Isabel Camarinha .
44 anos do SNS No dia 15 de Setembro , a Direção da Confederação Nacional Reformados Pensionistas e Idosos – MURPI saudou a existência do SNS « pelo contributo decisivo que tem dado no assegurar o direito à saúde , como elemento central do direito a envelhecer com direitos ». Em nota de imprensa , a Confederação considera « essencial » que sejam « erradicados os sucessivos maus tratos que tem sido desferidos ao SNS por sucessivos governos » e que « estão a representar inaceitáveis retrocessos no acesso dos reformados , pensionistas e idosos a cuidados de saúde ». Dirige ainda uma palavra de apreço « a todos os trabalhadores » do SNS que o « serviram com dedicação e profissionalismo , olhando fundamentalmente para os utentes ». Segundo o MURPI , é preciso « aperfeiçoar a gestão dos recursos humanos com investimento para uma maior capacidade de atração e de retenção no SNS , com valorização contínua dos profissionais do SNS , revalorizando as carreiras profissionais na saúde , oferecendo melhores condições de trabalho , suprir o défice de médicos e enfermeiros de família », bem como « resolver problemas nas urgências a nível nacional » e « colmatar a falta de médicos especialistas ».
« O reforço do SNS é fundamental para assegurar que o aumento da longevidade na sociedade é acompanhado pelo acesso a serviços públicos de saúde que respondam
a voz dos reformados
Jornal dos Reformados , Pensionistas e Idosos às necessidades que o envelhecimento coloca , para que se viva mais anos com saúde e se reforce a prestação de cuidados na doença », assegura a Confederação .
Proposta do Governo beneficia negócio privado
No estudo com o título « A falta de investimento no SNS e a degradação das remunerações e das condições de trabalho dos profissionais de saúde », o economista Eugénio Rosa analisa o reduzido investimento nos hospitais do SNS , inferior ao realizado pelos grandes grupos privados de saúde nos seus hospitais , o que , na sua opinião , « está a causar a degradação do SNS e , consequentemente , das condições de trabalho dos seus profissionais , criando assim dificuldades acrescidas no acesso da população a serviços de saúde e promovendo , ao mesmo tempo , o negócio privado , cujo crescimento significativo » está patente em dados do Instituto Nacional de Estatísticas ( INE ).
Sobre a « reforma do século » do ministro da Saúde , Manuel Pizarro , apresentada aos sindicatos dos médicos , e não aceite por estes , Eugénio Rosa refere que a mesma não aumenta o número de médicos e também não melhora as remunerações dos profissionais de saúde , que tem sofrido nos últimos anos uma enorme perda de poder de compra . Visa , isso sim , « aumentar os horários de trabalho » e « o número de horas extraordinárias para níveis desumanos , para assim abranger mais utentes inscritos no SNS », o que , a concretizar-se , « agravaria ainda mais a situação crítica em que já se encontra o SNS , devido à falta de médicos e enfermeiros ».
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Casimiro Menezes
EDITORIAL
Por uma vida melhor
Anima-nos que em Outubro , ao celebrarmos o Dia Internacional do Idoso , durante todo o mês , novos tempos tragam a esperança de podermos viver melhor , com mais rendimentos , menores custos de vida e acesso aos serviços de saúde . Nada do que esperamos corresponde à utopia , mesmo numa situação de dificuldades criadas pelo Governo , no momento em que este anuncia , com pompa e circunstância , a melhoria da situação económica do País ! Neste contexto , o MURPI escolheu trazer uma mensagem de confiança baseada na necessidade de ser garantido um envelhecimento com qualidade de vida , segurança , alegria e tranquilidade . Ora , como sempre afirmámos , estes objetivos só serão alcançados com a participação ativa de todos nós , reformados , pensionistas e idosos , nas inúmeras iniciativas promovidas , em todo o País , pelas Associações de Reformados , dando voz e expressão às inquietações e anseios por nós expressos e a vontade de viver – com dignidade , tranquilidade e harmonia – os tempos da reforma . Na realidade , vivemos na ilusão propagandeada de que a Economia corre bem , mas sentimos , no dia a dia , carências diversas , desde o aumento do custo de bens essenciais às dificuldades sentidas por falta de médicos de família , sem esquecer o elevado custo dos medicamentos . Recentemente , a Direção da Confederação MURPI tomou a decisão de aprovar um Caderno Reivindicativo que contém medidas de exigência ao Governo de um aumento de 7,5 por cento nas pensões , com um aumento mínimo de 70 euros para todas as pensões , a atribuição de médico de família a todos , a garantia do não aumento das rendas aos inquilinos com mais de 65 anos de idade e a criação de um cabaz de compras de bens essenciais a preços controlados . Simultaneamente , estamos a preparar uma petição para a criação de uma rede de lares com condições dignas que respeitem a dignidade e as necessidades específicas das pessoas idosas num futuro imediato e para a qual contamos com a adesão de milhares de pessoas que reclamam o respeito devido às pessoas idosas que necessitem de ser protegidas nesta fase importante das suas vidas . Todos estes objetivos estão ao alcance do nosso movimento de reformados , pensionistas e idosos , assim haja a consciência e a capacidade de virmos a manifestar toda esta força que nos anima e que é necessária a sua afirmação para lutar por uma vida melhor .