MI N ÉR I O
D E
F E R R O
baixa, que integra a Bacia do Rio Santo Antônio – um impor-
tante afluente do Rio Doce.
Os diques 3 e 4 foram executados em aterro compac-
tado. O dique 3 possui 15 m de altura máxima e 300 m de
extensão. Já o 4, tem 120 m de extensão e altura máxima
de 10 m.
A fundação dos diques é formada por um tapete dre-
nante e aterro compactado, explica Bruno. Pela ordem, reti-
ra-se o solo aluvionar existente antes de se montar o tapete
drenante. A argila compactada dá forma ao dique. A argila é
retirada de uma área de empréstimo de solo argiloso, pró-
ximas aos diques.
O tapete drenante é composto por camadas de areia,
brita e areia. Nos diques foram instalados piezômetros e
medidores de nível de água no solo para controle e seguran-
ça das estruturas. No caso do desvio do curso d’água para as
obras, no dique 3 utilizou-se tubulações e no dique 4, canal
aberto ao lado.
Cada dique possui um extravasador de concreto, cons-
truído in loco, que tem em sua boca um enrocamento de
pedras para evitar carreamento de solo. Os extravasadores
foram executados em escadas para dissipar a energia da
água. Segundo o engenheiro responsável pelas obras, todas
as medidas foram tomadas no sistema de diques de sedi-
mentação, tanto nas obras como depois, para evitar que a
água chegue ao córrego com o mínimo de turvidez e sólidos
em suspensão, além de vazão adequada.
BARRAGEM
A barragem existente no complexo da Anglo American
está sendo ampliada por conta da Etapa 3 do projeto. As
obras de alteamento serão em quatro fases e levarão qua-
tro anos – hoje se processa a primeira.
Destaca-se que a Etapa 3 não depende de sua conclusão
para dar início a operação e, por conta disso, essa primeira
fase de obras de alteamento deve ser concluída no primeiro
quadrimestre de 2019.
O volume de aterro da barragem com as obras alcançará
2,5 milhões m³ quando as quatro etapas do projeto forem
concluídas. Já o volume da fundação é de 600 mil m³.
Trabalhos de abertura da cava da Etapa 3
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OUTUBRO / NOVEMBRO | 2018
A barragem é feita em solo. Atualmente, ela possui altu-
ra máxima de 40 m, mas o projeto de alteamento a subirá
mais 20 m de altura. A primeira fase, que está em progresso,
ampliará a barragem em 5 m, de acordo com o engenheiro
Bruno.
O alteamento está sendo feito a jusante. Os serviços de
fundação dela serão todos realizados ainda na primeira eta-
pa dos trabalhos. O extravasador da barragem já existe e
um stop log controla a vazão de água residual. A água da
barragem é hoje 70% reaproveitada no processo.
DESAFIOS
As construções que se desenvolvem nos diques e na bar-
ragem, dentro da Etapa 3 do projeto da Anglo American, de
acordo com o Bruno Luiz Dias dos Santos, se definem como
obras de engenharia geotécnica, geológica e hidrológica.
O engenheiro ressalta que tudo foi dimensionado com os
níveis mais altos de situação crítica, baseado no histórico
hidrológico da região.
“Há uma preocupação muito grande com o meio am-
biente e a segurança. Temos sido ao máximo proativos”,
afirma. “Estamos também atentos aos prazos e sequencia-
mento do projeto”.
CAVA
O engenheiro Cesar Millan Car-
rero, responsável pela Anglo Ame-
rican dos trabalhos de abertura de
cava, explica que está atividade
deve durar até o meio do ano que
Cesar Millan
vem.
Para esta tarefa, o objetivo é abrir acessos até o topo do
morro onde será explorado o minério da Etapa 3. Do topo,
vai se desenvolvendo para baixo as bancadas com altura
média de 15 m, já com a atividade minerária em andamen-
to.
Na ordem dos trabalhos, para abrir os acessos, Cesar
explica que é necessário primeiro fazer a limpeza com a re-
moção do top soil. Em seguida, realizam-se as perfurações
para proceder o desmonte de rocha. Por fim, faz-se o carre-
gamento de minério e estéril.
O minério que está sendo retirado para construção dos
acessos é empilhado em área específica para, após o licen-
ciamento, ser encaminhado para o beneficiamento. O esté-
ril tem sido usado como aterro.
Os acessos têm 40 m de largura e 90% são em rampa
ascendente. O acesso é pavimentado com a canga extraída
no local e possui 1,5 m de espessura para suportar a passa-
gem dos pesados caminhões fora de estrada de transporte
de minério.
Ele também ressalta a importância de se trabalhar com
segurança no local e atender permanentemente as ques-
tões ambientais.