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São Luiz Gonzaga, 19 de junho de 2019
GERAL
Estiagem se prolonga
e cai a Umidade
Inverno será com pouco frio e menos chuva no Sul do Brasil Relativa do Ar
O fenômeno El Niño
vem influenciando o clima
no Brasil desde o verão
de 2019, e sua influência
ainda será sentida nos me-
ses de inverno. A estação
começa oficialmente no
Hemisfério Sul no dia 21 de
junho, às 12h54min, pelo
horário de Brasília.
Um dos efeitos do El
Niño, que é o aquecimento
acima do normal da porção
central e leste do Oceano
Pacífico Equatorial, na
altura da costa do Peru, é
dificultar a entrada do ar
frio de origem polar sobre
o interior do Brasil.
Durante o inverno
de 2019, quase todas
as ondas de frio vão ser
desviadas para o oceano.
Com poucas incursões de
ar frio pelo interior do país,
o inverno de 2019 terá pou-
cos dias com frio intenso
e deve terminar com tem-
peraturas acima da média.
O que vai predominar é
a sensação de outono,
com tardes relativamente
quentes e noites amenas,
eventualmente frias no
Sul, no Sudeste e em parte
do Centro-Oeste.
Esse “calor”, com dias
mais quentes, ou menos
frios do que normalmente
se teria na estação deve
ser sentido na maior parte
do inverno nos estados do
Sul e do Sudeste e também
no estado de Mato Gros-
so do Sul que, durante a
estação, pode sentir fortes
resfriamentos provocados
pela passagem do ar polar.
De todos os meses do inver-
no, julho será o mês com
maior chance de termos
sequências de 4 a 7 dias
realmente frios no centro-
sul do Brasil.
Durante o mês de ju-
lho, devem passar duas
grandes frentes frias sobre
o Brasil, com massas de
ar frio fortes e que devem
conseguir avançar pelo
interior do país, provocan-
do friagem nos estados de
Rondônia e do Acre e cau-
sando algum resfriamento
até no Distrito Federal e em
áreas da Bahia.
É justamente o frio de
julho que tem potencial para
provocar geada nos três
estados da Região Sul e
até algum risco para áreas
de Mato Grosso do Sul, de
São Paulo e para o Sul de
Minas Gerais. Mesmo as-
sim, o risco de geada forte
é considerado apenas para
áreas do Rio Grande do Sul,
de Santa Catarina e para o
sul do Paraná. Os eventos
que ocorrerem nas outras
áreas do Paraná, em São
Paulo, em Mato Grosso do
Sul ou no Sul de Minas não
devem oferecer risco para
a agricultura.
Os meses de agosto e
setembro devem ser com
pouco frio ou quase sem
resfriamento intenso. A pre-
visão é de que os dois me-
ses transcorram com dias
com tardes relativamente
quentes e frio ameno à noite
no centro-sul do país.
A chuva do inverno em
áreas do Sul, do Sudeste e
no Centro-Oeste depende
basicamente da passagem
das frentes frias. Mas com
a influência do El Niño no
inverno de 2019, as fren-
tes frias terão dificuldade
em avançar pelo interior
do país.
Soja sobe na cotação: R$ 71,00
Ontem, a Coopatrigo
trabalhou com a cota-
ção de R$ 71,00 para a
saca de soja. Esse valor
atende aspirações dos
produtores, mas segue
a ténica de comercia-
lizar sua produção em
etapas, para ao final,
chegar a um preço com-
pensador. O dólar ontem
teve uma queda, que
chamou atenção, fixado
em R$ 3,86. Um expert
em cotação de produtos
agrícolas, disse que
a queda do dólar não
agrada aos produtores,
mas interessa ao Brasil.
O bushel ontem estava
fixado em 9 dólares e
14 centavos. A Bolsa
de Chicago operava
ontem, com um ponto de
alta. As cotações foram
fornecidas pelo gerente
comercial da Coopatri-
go, Adriano Carlotto.
Pery Moraes, servidor lotado na Estação Mete-
orológica de São Luiz Gonzaga, informou através
das medições climáticas, que a Umidade Relativa do
Ar está em queda e pode cair ainda mais, exigindo
cuidado das pessoas, não se expondo a exercícios
físicos no sol e reduzindo movimentos, para evitar
desgastes físicos.
Sábado, dia 15 de junho
Umidade Relativa do Ar
Manhã - 74%
Tarde – 49%
Noite – 64%
Temperatura Mínima do Dia – 21 graus
Temperatura Máxima do Dia – 29,7 graus
Domingo, dia 16 de junho
Umidade Relativa do Ar
Manhã – 70%
Tarde – 49%
Noite – 65%
Temperatura Mínima do Dia – 21 graus
Temperatura Máxima do Dia – 29,3 graus
Segunda-feira, dia 17 de junho
Umidade Relativa do Ar
Manhã – 71%
Tarde – 45%
Noite – 63%
Temperatura Mínima do Dia – 18,8 graus
Temperatura Máxima doDia – 29,3 graus
Terça-feira, dia 18 de junho
Umidade Relativa do Ar
Manhã – 74%
Tarde – 49%
Esta matéria foi encerrada antes da medição
da noite.
Temperatura Mínima do Dia – 18,9 graus
Temperatura Máxima do Dia – 28 graus
Governo anuncia Plano Safra 2019/2020
com R$ 225,59 bilhões para apoiar produtores
Sob o lema “Uma só
agricultura alimentando o
Brasil e o mundo”, o Plano
Safra 2019/2020 contará
com R$ 225,59 bilhões para
apoiar pequenos, médios e
grandes produtores, anun-
ciou o governo federal nesta
terça-feira, ao apresentar o
programa durante cerimônia
no Palácio do Planalto. No
ano passado, foram liberados
R$ 225,3 bilhões. “Achei que
esse plano não ia sair desse
jeito. Nasceu a criança. O pre-
sidente é amigo do produtor
rural. Tenho falado isso por
onde passo”, disse a ministra
da Agricultura, Tereza Cristina,
no evento.
Do total disponibilizado,
R$ 222,74 bilhões são para
crédito rural, sendo R$ 169,33
bilhões para custeio, comer-
cialização e industrialização.
Outros R$ 53,41 bilhões serão
destinados para investimento,
R$ 1 bilhão para seguro rural
e R$ 1,85 bilhão para apoio à
comercialização. Este último
será liberado por meio das mo-
dalidades de aquisição direta
ao produtor e via contratos de
opção de venda e subvenção
de preços.
As taxas de juros para
custeio, comercialização e in-
dustrialização foram mantidas
em níveis que permitem apoio
adequado ao produtor rural,
de acordo com o Ministério da
Agricultura. Elas são de 3% e
4,6% ao ano para pequenos
produtores, participantes do
Programa Nacional de Forta-
lecimento da Agricultura Fami-
liar (Pronaf), 6% ao ano para
médios produtores incritos
Programa Nacional de Apoio
ao Médio Produtor Rural (Pro-
namp) e de 8% ao ano para
demais produtores. Nas linhas
destinadas a investimentos, os
juros cobrados irão variar de
3% a 10,5% ao ano.
Segundo a ministra, o
aumento nos recursos atesta
o compromisso do presidente
Jair Bolsonaro com o setor
agropecuária. “Aumentam os
recursos para a agricultura de
baixo carbono (Plano ABC),
programas de inovação, tec-
nologia, irrigação, correção
de solo e produção de leite,
suínos e aves”, defendeu.
Mais recursos para
subvenção do Pronaf
Beneficiários do Pronaf
terão R$ 31,22 bilhões à dispo-
sição para custeio, comerciali-
zação e investimento, e estão
garantidos recursos de custeio
para produção de alimentos
básicos como arroz, feijão,
mandioca, trigo, leite, frutas
e hortaliças. O governo tam-
bém assegurou a verba para
investimento na recuperação
de áreas degradadas, cultivo
protegido, armazenagem,
tanques de resfriamento de
leite e energia renovável.
“Pela primeira vez, o Te-
souro Nacional disponibiliza
mais recursos para subven-
ção do Pronaf do que para os
demais. São R$ 5 bilhões para
equalizar juros, valor recor-
de”, afirmou Tereza Cristina.
De acordo com seu ministério,
o governo reservou R$ 500
milhões para construção
ou reforma de moradias de
pequenos agricultores, valor
é considerado suficiente pela
pasta para construir até 10
mil casas.
O agricultor familiar tam-
bém conta com seguro para
cobertura da perda da safra
no caso de seca, chuva
excessiva, granizo, geada e
outros problemas climáticos.
Atualmente, cerca de 299
mil lavouras em mais de 3
mil municípios estão segu-
radas, o que equivale a um
valor segurado de R$ 10,2
bilhões. O seguro atende 120
culturas diferentes existentes
na agricultura familiar.
Médio produtor terá
atividade fortalecida
Para o médio produtor,
os recursos para o Pronamp
passaram para R$ 26,49 bi-
lhões, R$ 6,46 bilhões a mais
que o programado na safra
2018/2019, o que representa
aumento de 32% nas verbas
do programa. “Toda a agricul-
tura, independentemente de
seu porte, desempenha papel
fundamental para garantir a
nossa segurança alimentar
e de nossos 160 parceiros
comerciais”, finalizou a mi-
nistra.
Os produtores que já
não se enquadram no Pro-
naf também poderão ser
beneficiados. Haverá ainda a
possibilidade de financiamen-
to de assistência técnica ao
médio produtor, inclusive aos
pecuaristas, nas operações
de crédito.
Financiamento
O governo está esten-
dendo para o setor rural o
Patrimônio de Afetação, que
permitirá ao produtor des-
membrar seu imóvel para
oferecer como garantia nos
financiamentos agropecu-
ários. Com isso, o produtor
não terá de oferecer toda a
sua fazenda para garantir
uma operação. “Hoje só
pode oferecer a propriedade
inteira como garantia, o que
causa grandes transtornos”,
comentou a ministra. O pro-
dutor terá mais opções em
bancos privados.
Uma Medida provisória,
editada junto com o Plano
Safra, permite que a Cédula
de Produto Rural (CPR) seja
emitida com correção pela
variação cambial, viabili-
zando a emissão de CRA e
CDCA no exterior. A ideia é
o produtor tomar empréstimo
mais barato no Brasil e em
outros países. Aumento dos
recursos da LCA para o cré-
dito rural: R$ 55 bilhões.
Seguro rural
Em 2020, será destinado
R$ 1 bilhão para subven-
cionar a contratação de
apólices do seguro rural em
todo o país. Esse é o maior
montante que o Programa
de Subvenção ao Prêmio do
Seguro Rural (PSR) já rece-
beu desde sua criação em
2004. Com esse valor, cerca
de 150,5 mil produtores rurais
poderão ter a safra segurada.
Devem ser contratadas 212,1
mil apólices, com a cobertura
de 15,6 milhões de hectares
e valor segurado de R$ 42
bilhões.
Aplicativo Plantio Cer-
to
A partir da safra 2019/2020,
o produtor rural poderá aces-
sar dados do Zoneamento
Agrícola de Risco Climático
(Zarc) por meio de aplicativo
para tablets e smartphones:
o Zarc Plantio Certo. A ideia
é tornar a consulta mais
fácil e rápida pelo aplicativo,
desenvolvido pela Embrapa
Informática Agropecuária
(Campinas/SP). Até então, as
informações eram publicadas
somente em portarias e no site
do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento.
Com o aplicativo, o produ-
tor seleciona quatro variáveis:
município, tipo de solo, cultura
e ciclo da planta. O sistema
faz um cálculo e indica qual
a melhor época do ano para
fazer o plantio e o nível de risco
de perdas (20%, 30% e 40%).
Além disso, o app traz dados
sobre quantidade de dias sem
chuva e temperaturas (mínima
e máxima) por dez dias e
análises do sistema Agritempo
e AgroAPI Embrapa sobre
armazenamento de água no
solo. (Fonte – Correio do
Povo)