Edição Concessionárias nº570 OE_571_final | Page 6

F ó r u m d a E n g e n h a r i a CSN amplia Casa de Pedra com duas unidades industriais novas CSN Mineração informa que após estudos de viabilidade geoe- conômica de jazidas nas áreas licenciadas de mineração na Casa de Pedra, em Congonhas (MG), a empresa irá investir em torno de R$ 1,4 bilhão numa planta industrial de beneficiamento de itabi- rito, que deverá operar em 2021. Hoje, o projeto encontra-se em fase de desenvolvimento de engenharia. Essa unidade industrial deverá ter tecnologia de processo di- ferente da existente, já que o itabirito (com menor teor de ferro) será a rocha beneficiada. Porém, a incorporação de tecnologias no processo permitirá melhorar a qualidade do produto final. O programa prevê ainda a implantação de uma segunda unida- de industrial para processamento do itabirito, depois que a primeira estiver operando. A primeira planta de itabirito, com capacidade de produção de 10 milhões de t/ano, tem seu ramp up programado para o segundo semestre de 2021 e atingirá seu pico de produção em 2023. A segunda planta de itabirito terá capacidade de produção de 20 mi- lhões de t/ano, com seu ramp up programado para o segundo semestre de 2024 e alcance de sua produção nominal em 2026. (Augusto Diniz) Haitong crê na expansão do project finance no Brasil Alan Fernandes, CEO da Haitong Banco de Investimento do Brasil, acredita que há enorme potencial à infraestrutura se desenvolver no País por meio de project finance. A modali- dade tem como principal função aces- sar fontes de financiamento à iniciati- va privada nas concessões e parcerias público-privadas (PPP). O executivo vê os segmentos de portos, saneamento, gestão de resíduos e mobilidade urbana com oportunidade de buscarem esse tipo de operação para dar-lhes suporte aos negócios. “O ano de 1996 foi marcado por prazos de financiamento curtos e mercado com capitais restritos. Vinte anos depois mu- dou muito aqui no Brasil. O modelo diferente de padrão inter- nacional”, lembra Alan dos primeiros passos do Brasil nos leilões de concessão e a realidade hoje, com projetos desenhados para viabilizar a atuação nessa área em longo prazo. “O modelo atual, de papel menor do BNDES, porém relevante, no financiamento, impulsiona o segmento de project finance”, diz. Ele cita o lançamento de debêntures de infraestrutura como proposta de arrecadação e financiamento de grandes projetos, como alternativa crescente de fonte de recursos. O Haitong tem atuado na prestação de serviços de inteligên- cia, estudo, análise, viabilidade, fonte de financiamento, parce- rias, garantias, modelagem e estruturação financeira, dentro do âmbito do project finance, para diversas empresas, como CGGC (na aquisição da PPP Sistema Produtor São Lourenço), Sterlite 6 | | O u t u b r o / N o v e m b r o 2018 Grid, EDP (assessoria nos leilões de transmissão de energia), Au- topista Fernão Dias Arteris (debêntures de infraestrutura), Águas do Mirante (estruturação financeira), dentre outras. O Haitong, por pertencer a um grupo chinês, atua fortemente jun- to as empresas daquele país no Brasil na área de concessões públicas. Em 2015, o banco havia concluído a aquisição do português Banco Espírito Santo de Investimentos, o que lhe deu capilarida- de na Europa e América Latina. “Há um déficit pesado na infraestrutura no Brasil e a base instalada está deteriorada. Não teve investimentos nos últimos dois anos. Isso tem impacto na produção, no Custo Brasil e nos transportes”, avalia. Porém, ele acha que o grande gargalo das concessões para a iniciativa privada é o risco regulatório. Isso faz com que empresas como a Haitong tenham atenção dobrada nesse item na hora de desenvolver projetos para as empresas. Segundo ele, o cenário nos últimos quatro, cinco anos ini- biu os grupos nacionais que faziam grandes investimentos em concessões. “Mas os estrangeiros viram oportunidade, por outro lado, buscando parceiros aqui nessa área”, analisa. O CEO explica também que os empreendimentos existentes, mesmo aqueles que exigem investimentos, oferecem menor risco em concessão por que ele, independente das obras, já tem recei- ta. “Aquele que, por exemplo, deve ainda ser construído, possui mais risco por que terá ainda a fase de projeto e obra”, diz. Sobre a posição dos chineses sobre a infraestrutura no Brasil, Alan Fernandes explica que eles têm visão integrada na área. “Eles olham o caminho logístico, o entorno, a estocagem. Tudo tem que ser interligado para se fechar o negócio”, conta. (Au- gusto Diniz)