Edição 570 - Setembro edição 570 setembro | Page 16
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2020
EDP foca em linhas de transmissão
planejamento estratégico com equipes dedicadas, EPCistas, assessores
Marcelo Gravina, diretor da EDP do Brasil, participou do Fórum e parceiros de maneira a extrair competitividade dos lotes de interes-
Infra2020 e ressaltou a importância do segmento de linhas de trans- se. “Aliado a isso, a EDP acredita que seu track record em construir e
missão para a empresa, embora o grupo também atue no Brasil em operar ativos de energia dá o conforto necessário para o desafio de
geração, distribuição, comercialização e serviços. investir em um novo segmento”, afirma.
A EDP tem presença em 14 países. Trata-se No evento, a empresa de energia relacionou cinco projetos em an-
de um dos cinco maiores grupos privados do damento de linhas de transmissão, totalizando 1,3 mil km de extensão.
Brasil, com receita bruta em 2017 de R$ 17,5 Dois no Maranhão, de 224 km, em fase de licenciamento; um entre
bilhões. São Paulo e Mina Gerais também em fase de licenciamento, com 375
Um dos projetos recentes desenvolvidos
pela empresa foi a construção da UHE São Ma-
km; outro em Santa Catarina com 433 km, em licenciamento; e um em
construção no Espírito Santo com 104 km.
noel, entre os estados do Pará e Mato Grosso, Esse último projeto trata-se de uma linha de transmissão de 230
com 700 MW. A usina entrou em operação em dezembro do ano pas- kV, ligando uma subestação em Linhares a outra em São Mateus. Mar-
sado, com quatro meses de antecipação ao prazo estipulado. A hidrelé- celo explicou que o projeto visa mitigar sobrecarga nos troncos que
trica é uma parceria da EDP com a CTG Brasil e Furnas. atendem à região norte-nordeste do Estado do Espirito Santo; evitan-
Com foco em transmissão, Marcelo comentou que nos últimos lei-
do risco de colapso. O projeto prevê 225 torres para suportar a linha.
lões, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) “tem melhorado o O diretor conta que houve um critério rigoroso de seleção desse
retorno implícito dos empreendimentos em transmissão, de maneira a lote antes da licitação, incluindo local do projeto, sinergias opera-
resolver o gargalo criado com o desenvolvimento de usinas distantes cionais e avaliação detalhada de todos os riscos - acesso, ambiental,
dos grandes centros consumidores”. Para a EDP, a estratégia alinhou a relevo/geológico e fundiário.
relação risco/retorno percebido.
As condições favoráveis apontadas pelo executivo nos leilões en-
volvem períodos mais longos para construção (até 5 anos) e retorno de
Neste projeto em andamento do Espírito Santo, os fornecedores
foram contratados no regime EPC turn key, com a Engelmig com esco-
po na linha de transmissão, e a GE Grid com escopo nas subestações.
investimento mais previsível. Segundo o executivo, outros fatores têm O início dessa obra ocorreu em fevereiro desse ano e em junho
impactado na dinâmica do setor, como players integrados amplian- já tinha avançado cerca de 50%. Marcelo destacou que o projeto se
do sua participação em transmissão de maneira a diversificar riscos encontra dentro do orçamento.
de geração e ausência de oportunidades em distribuição; presença de Além disso, ainda neste projeto, a EDP trabalhou pela mitiga-
instituições financeiras nos leilões atraídos por lotes menores e em ção de riscos com fornecedores, adotando em contrato garantias de
maior quantidade; e a retirada de incentivos pelo BNDES, o que de- adiantamento, cumprimento, performance e técnica, além de seguro
verá incentivar competidores com maior crédito corporativo - como a de engenharia global e seguro de responsabilidade civil. Foi ainda feita
própria EDP. avaliação interna exaustiva de compliance com todos os fornecedores,
A companhia, segundo Marcelo Gravina, conseguiu alinhar em seu
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afirmou Marcelo Gravina.