M o
b ilidade
U r
b a n a
guindaste de 450 t estava responsável pelo içamento em uma das extre-
midades da viga, enquanto os outros dois de 240 t transferiam a outra extremi-
dade entre si, para cobrir toda a distância entre os pontos de carga e descarga.
Todas estas obras tiveram, por premissa, não suspender o tráfego mo-
vimentado da região, registrando apenas algumas interrupções parciais
em alças de acesso ou faixas isoladas por um curto período de tempo.
Sobre toda estrutura de concreto, foi aplicada a via permanente, ou
seja, via de rolamento para os veículos ferroviários. A via permanente é
uma via dupla, sendo que sobre cada seção foram moldadas as vigas su-
porte que receberam os conjuntos de fixação de trilhos. A concretagem da
via foi no método top down, onde se posiciona primeiro os trilhos e depois
se realiza a concretagem em concordância ao projeto.
A estação construída pelo Consórcio CST tem aproximadamente 25 mil
m² e trata-se da maior da CPTM em linha única. São três andares de estação
divididos em térreo, mezanino ou área de ingresso e plataforma de embarque.
No total, cerca de 90% da execução da estação aconteceu in loco,
enquanto 10% utilizaram-se de estruturas pré-fabricadas. Uma passarela
de acesso em cada lado do corpo da estação foi construída para transpor
a Rodovia Hélio Smidt - no lado que liga a estação ao terminal 1 do Aero-
porto de Guarulhos - e o Rio Baquirivu e Avenida Natalia Zariff – no lado
que liga a estação ao terminal de ônibus urbano de Guarulhos. A estrutura
metálica, apoiada sobre pilares de concreto, com 115 m de extensão no
lado de Guarulhos e 65 m de extensão no lado do aeroporto, possui 10 m
de largura, fechamento lateral em vidro laminado e cobertura em ACM.
Um arco estruturado metálico foi disposto na cobertura, tendo parte das liga-
ções soldadas antes do içamento, em uma atividade de pré-montagem e todo res-
tante das ligações parafusadas, após o lançamento, em alturas superiores a 25 m.
Destaca-se também que as obras do lote 4 e, consequentemente,
da estação tiveram que respeitar o cone aéreo do aeroporto, com alturas
limitadas de trabalho para equipamentos (máximo 20 m em alguns pon-
tos). A estação já está em operação, tendo registrado em seu primeiro dia
Solução para obra de arte
A Ulma Construction participou da obra
da Linha 13 com o fornecimento de diver-
sas soluções para as obras de arte. Desta-
que para o balanço sucessivo CVS, sistema
de fôrma e escoramento para execução
de aduelas sucessivas in loco em pontes e
viadutos, que permite vencer grandes vãos
sem a necessidade de montar escoramentos
sobre o solo - no caso as aduelas possuíam
seção contínua de 3,00 x 3,80 x 9,60 m.
Planejamento rigoroso
A Vizca Engenharia e Consultoria fez part e do consórcio GSPV Linha 13, que traba-
lhou no Lote 1 da linha para supervisionar as obras civis do empreendimento. A empresa
teve papel importante no planejamento e no apoio de projetos, com análise crítica de
situação, estudo de cenários, acompanhamento de cronograma e a compilação de infor-
mações para suporte de decisão.
O Lote 1 abrangeu a modernização de 5,2 km da Linha 12 – Safira, entre os km
12+800 ao km 18+000, e a implantação de 2,48 km da Linha 13 – Jade, entre os km
14+620 ao km 17+100.
No que se refere a análise crítica da gestão do empreendimento, destacam-se neste tra-
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| J u l h o /A g o s to 2018
A VISÃO DOS ENGENHEIROS DO CONSÓRCIO
“Tive o prazer de ser um dos primeiros
a chegar nesta obra e poder participar da
escrita da história em Guarulhos e região
do aeroporto. Posso considerar um desafio
ímpar na vida profissional de um engenhei-
ro, trazendo grande satisfação pessoal pelo
desenvolvimento de um empreendimento de
tamanha importância. Os desafios superados
foram enormes, mas contamos com o apoio
de gente dedicada e responsável, o que ga-
rantiu a integridade de todos os envolvidos
direta e indiretamente.” WAGNER AGNE-
LO PORFIRIO, GERENTE DE ENGENHARIA E
PLANEJAMENTO “A linha 13 – Jade leva o trem da CPTM
ao município de Guarulhos, o segundo mais
populoso do estado, e ao Aeroporto Interna-
cional de São Paulo, o mais movimentado do
País. São milhares de pessoas que utilizarão
esta grande obra para trabalhar, estudar e se
locomover. É muito gratificante fazer parte da
equipe (mais de 2.500 funcionários diretos)
deste projeto de engenharia, que transforma-
rá a vida das pessoas, proporcionando mobi-
lidade e qualidade de vida aos seus usuários.”
MARCOS DOMANICO BORBA, GERENTE
DE CONTRATO
“Participar de um projeto de tamanha
envergadura, o qual contribui sensivelmente
na mobilidade urbana da Grande São Pau-
lo; viabilizar técnica e operacionalmente a
transposição de um elevado sobre as princi-
pais rodovias do Brasil, sem gerar transtornos
ao usuário das mesmas; e fazer parte de um
time que executou uma obra ferroviária ím-
par no Brasil, que já é cartão postal de São
Paulo.”
CLEBER MAHLMANN MUNIZ
NETO, GERENTE DE PRODUÇÃO “Em todo empreendimento deste
porte, que envolve uma diversidade de
atividades de engenharia e seus riscos, o
engenheiro agrega todo seu conhecimento
tecnológico e suas práticas construtivas
no desenvolvimento das obras. Consegui-
mos reunir uma equipe técnica a altura
destes desafios para execução das obras.
Sinto-me lisonjeado de ter participado
deste grupo.” ANSELMO ALTOBELLO, DI-
RETOR DE ENGENHARIA
de operação comercial, 70 mil passageiros.
A nova linha da CPTM deve transportar diariamente 130 mil pessoas.
Serão utilizados na linha oito composições com oito carros cada – espaços
destinados a bagagens estão previstos nos vagões.
O CVS é ideal para vencer vãos sobre rios ou para manter o tráfego de vias
movimentadas durante a construção, sem interrupção. A grande vantagem do
balanço sucessivo CVS da Ulma consiste em seu sistema hidráulico de movimen-
tação e nivelamento, que proporciona grande produtividade e reduz a mão de
obra neste quesito.
Além dele, foram utilizados consoles trepantes BMK para a execução das abas
do tabuleiro, a fôrma Comain, sistema leve e flexível para as fôrmas de viga travessa
e aduela de disparo com 7,30 x 8,25 m, em conjunto com as torres de escoramento
Cimbre T-60 com até 17 m de altura. Por fim, o andaime multidirecional e esca-
da BRIO proporcionaram o acesso seguro aos trabalhadores nas concretagens e
trabalhos nessas estruturas. Ao todo, mais de 550 t de equipamentos Ulma foram
fornecidos para atender a esta obra.
balho a avaliação periódica do planejamento, identificação de riscos e desvios de prazos, além
de apoio a planos de recuperação e replanejamento para manutenção do prazo contratual.
Foi feito um modelo piloto em BIM da Estação Eng. Goulart de acordo com o proces-
so construtivo para avaliar o potencial de controle visual e acompanhamento da execução.
Ainda dentro do trabalho da Vizca no projeto da Linha 13, ressalta-se também o
controle do escopo com análise contratual e de projeto, dando suporte à avaliação de
demandas e de interferências no local, associado sempre a uma análise de riscos das ativi-
dades, permitindo soluções antecipadas e ações mitigatórias.
Todo essa importante reunião de dados qualificados foi essencial para dar apoio ao
empreendedor – no caso a CPTM – na tomada de decisões sobre o andamento desse
importante projeto de mobilidade urbana de São Paulo.