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g e n h a r i a
Com o fim dos juros subsidiados, Santander
quer crescer em project finance
O maior banco privado do
País em project finance, o San-
tander, quer ocupar espaço
na estruturação financeira de
projetos de grande porte no
País. Antes, o estatal BNDES é
quem liderava essas operações
por oferecer taxas de juros
bem abaixo das aplicadas no
mercado.
A área de Project Finance
do Santander já existe há mais de 15 anos, mas agora deve
ganhar impulso com a transição para um novo modelo des-
se tipo de modalidade de financiamento. Quem explica é
Edson Ogawa, responsável pelo setor na instituição finan-
ceira.
“No passado, 85% das iniciativas de project finance saía
do BNDES. Hoje, com a taxa (do banco estatal) mais próxi-
ma do mercado, abre espaço para atuação do setor priva-
do”, avalia o executivo. Edson acredita numa redução cada
vez maior dos subsídios do governo nos próximos anos para
operações de financiamento, o que favorecerá os bancos
privados.
“É um caso diferente o que ocorria no Brasil com atua-
ção do BNDES”, acrescenta ele, ressaltando que nas gran-
des economias o setor privado tem maior participação no
financiamento da infraestrutura.
Porém, o executivo lembra que entre o leilão das conces-
sões no Brasil e o amadurecimento do projeto e a aprovação
do financiamento pelo BNDES, o processo levava de 1 a 2
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| A b r i l / M a i o 2018
anos. “Nesse período inicial da concessão eram os bancos pri-
vados que faziam os empréstimos para começar a operação,
por meio dos chamados empréstimos-ponte, enquanto se es-
truturava o financiamento de longo prazo no BNDES”, cita.
Com o fim dos subsídios, o financiamento de longo pra-
zo no setor privado ganhou corpo. Edson crê agora na im-
portância não somente do empréstimo do banco comercial
à infraestrutura, mas a participação de instituições multi-
laterais e de fomento do Exterior nesse tipo de operação
aqui no Brasil.
A Usina Termoelétrica Porto de Sergipe a gás, joint ven-
ture das empresas Golar Power e Ebrasil, em construção
naquele Estado, é um os projetos recentes que o Santander
participa da estruturação financeira.
O project finance no setor de energia é um dos que tem
mais potencial de acesso, segundo Edson. “Por que tem o
aspecto regulatório, que é mais avançado, embora precise
de ajustes. Existe um conforto maior de se fazer financia-
mento”, afirma ele.
Em aeroportos o setor financeiro tem também identifi-
cado mais conforto na realização de operações de project
finance, por que os players internacionais que assumiram
recentemente quatro aeroportos no País (Zurich, Vinci e
Fraport) são experientes no ramo.
Na área de óleo e gás, de acordo como executivo do
Santander, havia volume alto na modalidade, mas atual-
mente se aguarda retomada dos negócios no segmento.
“O governo precisa colocar novos projetos de quali-
dade para aumentar o investimento”, ressalta. “É funda-
mental ainda que se tenham taxas de juros minimamente
razoáveis para não penalizar a
concessão, mantendo a esta-
bilidade do negócio. Assim, o
financiamento será natural”.
O setor de Projeto Finance
do Banco Santander conta com
equipes direcionadas ao aten-
dimento às áreas de infraes-
trutura logística (transportes),
energia e óleo e gás. Em 2016,
o volume financeiro das ope-
rações de créditos a projetos
alcançaram US$ 2,4 bilhões.
(Augusto Diniz)