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ção e pintura com esmalte sintético. Testes de estanqueidade
atestaram a qualidade dos serviços executados.
Na parede de argamassa precisou-se fazer um estudo para
ver qual revestimento seria compatível, para identificar o traço
e dosagem a ser aplicada. A opção pela pintura com pigmento
mineral de base silicada, valorizando o prédio e ressaltando os
ornamentos, foi a escolhida, permitindo a argamassa “respirar”.
O canteiro de obras contava com oficinas para restauração
de ornatos de argamassa da fachada e das esquadrias.
Na reforma anteriormente feita na fachada da biblioteca,
quando se empregou tinta plástica, a parede foi prejudicada
com acúmulo de umidade. Assim, a construtora fez a remoção
das partes da argamassa afetada, dos fungos e da vegetação,
para restaurar as paredes externas da estrutura.
De acordo com Alexandre, a obra foi dividida em 21 panos
(setores) progressivos para não prejudicar o funcionamento da
biblioteca. Conduzindo as obras dessa forma, as intervenções
internas no funcionamento da biblioteca pública seriam mini-
mizadas.
O arquiteto conta que toda vez que se fazia o restauro de
uma esquadria, o espaço na área interna dela (conectada à es-
quadria), chamada na obra de capela, era cercado com tapumes
ou divisórias – o tamanho do espaço interno variava, dependen-
do da disponibilidade de área. Dessa forma, fazia-se a proteção
ao acervo e às pessoas dentro da biblioteca. Do lado de fora, o
trabalho progredia com uso de andaimes.
A Biblioteca Nacional possui cinco andares e vários meza-
ninos, sendo que o terceiro andar é composto por acervo raro
e nos quarto e quinto andares outros acervos. Seção também
importante são os laboratórios de microfilmagem, restauração,
conservação e di gitalização.
DINÂMICA
Luiz Antonio Lopes de Souza, arquiteto da Fundação Biblio-
teca Nacional, conta que as esquadrias nunca tinham sofrido
restauração, incluindo nas ferragens e suas diferentes formas de
acionamento das janelas.
Os vidros também foram trocados e receberam películas de
raio UV. Os vidros têm vários tipos de brasões, com o logotipo
da Biblioteca Nacional. As esquadrias possuem tamanhos va-
s t a u r a ç ã o
riados e podem medir até 4 m de altura – cuja originalidade foi
mantida.
“A restauração mexeu com a dinâmica da biblioteca e aten-
dimento do público. Tinhamos que proteger o acervo contra
poeira e ainda manter o acesso a ele. E ainda havia a questão
do barulho e o odor dos materiais com relação às pessoas que
transitam na biblioteca”, conta. “A solução de se isolar as cape-
las foi fundamental”.
Ele conta que a comunicação com os funcionários foi per-
manente e até visitas guiadas com os trabalhadores foram fei-
tas, para conscientizar a importância de se trabalhar em silêncio
na biblioteca, com o menor impacto possível.
O arquiteto Bruno Sebollela, da gerenciadora da obra, a
Uchino, ressalta também que o diálogo foi fundamental para
execução dos trabalhos, já que o acervo é enorme.
Na fachada principal, de frente à praça da Cinelândia, três
portas de bronze de acesso principal ao saguão foram incluídas
na restauração. A cúpula quadrada de cobre no topo do prédio,
de 16 m x 16 m, foi restaurada, envolvendo remoção da oxida-
ção, rejuntamento e restauro de seus elementos.
No pico, no meio do ano passado, chegou-se a ter 150 pes-
soas trabalhando na restauração. O custo total da obra chegou
a R$ 10,4 milhões.
Ficha técnica – Reforma da fachada
da Biblioteca Nacional (RJ)
Construtura: Concrejato Engenharia
Gerenciadora: Uchino
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