Edição 566 Fevereiro/Março 2018 | Page 33

D e s t a q u e s / O b r a s E s pe c i a i s Inovação no laboratório da nova fonte de luz síncroton O know-how da Temon em obras de missão crítica legitimou sua participação na construção do laboratório de 68 mil m² de área construída, que abrigará o Projeto Sirius – nova fonte de luz síncro- tron de quarta geração, desenvolvido pelo Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), o mais moderno da América Latina. A Temon está à frente do desenvolvimento dos projetos execu- tivos de instalações em Revit (tecnologia 3D), com a compatibiliza- ção da tecnologia para a geração automatizada da planta, além de fornecimento de materiais, equipamentos e mão de obra especia- lizada para execução dos sistemas elétricos, especiais, hidráulicos e de combate a incêndio do local. O laboratório, concebido pelo Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM), foi planejado para ser uma dos mais avançados do mundo e está sendo desenvolvido na sede do CNPEM, em Campinas (SP). A partir do Sirius será possível desvendar a estrutu- ra atômica e molecular dos diferentes materiais, ilumi- nando-os com os variados tipos de radiação presentes na luz síncrotron. Para a Temon, fazer parte de uma concepção única como o Sirius, refor- ça o DNA da empresa de investir constantemente em tecnologia de ponta e no que há de mais moderno para a exe- cução de todas as suas obras e serviços. A conclusão desta obra está prevista para o segundo semestre deste ano, período em que marcará o início da instalação dos equi- pamentos responsáveis pela geração da luz síncrotron. Estação na Antártica resiste a ventos de 200 km/h A Estação Antártica Comandante Ferraz foi instalada em 1984 na ilha Rei George, na Antártica, sendo a base de pesquisa do Brasil no continente. No entanto, em 2012, foi atingida por um incêndio que consumiu aproximadamente 70% da área da estação. Com isso, houve a necessidade da reconstrução. A nova estação, a ser entregue nesse primeiro trimestre do ano, tem área de aproximadamente 4.500 m², com capacidade para abrigar 64 pessoas entre pesquisadores e membros da Mari- nha do Brasil, responsáveis pelo projeto de pesquisa na Antártica (PROANTAR), que realiza pesquisas sobre temas como a vida ma- rinha, a atmosfera, os efeit os das mudanças climáticas na Antár- tica e suas consequências globais. Perspectiva da nova estação O design da estação leva em consideração a topografia e par- ticularidades de sua localização. Foi projetada para resistir a ven- tos de até 200 km/h. Sua construção modular, com utilização de containers que foram fabricados especificamente para o projeto, possui diversas camadas para proteção mecânica, acústica, tér- mica, além da resistência ao fogo que varia de 60 a 120 minutos dependendo do local da estação. A estação é dividida em blocos que estão, em sua maioria, em uma cota elevada para permitir o fluxo de água no solo, que ocor- re normalmente nos períodos de verão, devido ao degelo da neve. Os containers ficam envolvidos por estruturas metálicas cons- tituídas de ligas especiais capazes de suportar as temperaturas extremas do local. Por fim, há uma camada envoltória constituída por duas chapas metálicas com preenchimento de poliuretano para garantir a proteção contra os ventos e isolamento térmico. Um dos grandes desafios deste projeto é a logística. Realizar um projeto deste porte em um local tão distante e remoto traz grandes barreiras para transporte de material e pessoas. A realização da montagem da estação ocorre apenas durante o verão austral, quando as temperaturas e condições ambientais permitem o trabalho externo. Assim, qualquer falha no planeja- mento pode resultar em um atraso significativo para a finalização da estação. A primeira etapa construtiva do projeto foi realizada entre de- zembro de 2016 e março de 2017. Nesta etapa, 72 trabalhadores foram mobilizados ao local para a construção das bases de fundação da futura estação. Um navio foi utilizado para transportar os materiais e equi- pamentos da China para a Antártica, que inclui todo material necessário para o verão, como containers para montagem de um alojamento provisório, estação provisória de tratamento de esgoto, alimentação, além de equipamentos como guin- dastes, blocos de concreto e estrutura metálica que compõem a fundação da estação. Ao longo de 2017 foram fabricadas na China as demais es- truturas metálicas e containers, que foram montados durante o verão de 2017/2018. A empresa que realiza a obra é a EPC Construções. O valor aproximado do projeto é de US$ 5 milhões. www.revistaoempreiteiro.com.br | 33