Edição 566 Fevereiro/Março 2018 | Page 29

D e s t a q u e s / E n e r g i a Baixo Iguaçu terá duas fases de desvio A UHE Baixo Iguaçu está localizada entre os municípios de Capanema e Capitão Leônidas Marques, no Estado do Paraná, e corresponde ao sexto e último empreendimento hidrelétrico na cascata do rio Iguaçu. De propriedade do Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu (Neoenergia e Copel), está sendo construída pela Construtora Norberto Odebrecht, com os fornecimentos eletromecânicos a cargo da GE Renewable Energy. O projeto executivo das obras civis e dos sistemas eletromecânicos está sob responsabilidade da Intertechne Consultores, que foi também a projetista da Usina de Salto Caxias, que fica imediatamente a montante de Baixo Iguaçu. Baixo Iguaçu é uma usina hidrelétrica de baixa queda, conce- bida para ser operada a fio d’água, com uma potência instalada de 350,20 MW. A concepção do projeto teve como uma das princi- pais premissas a necessidade de preservação do Parque Nacional do Iguaçu, o que condicionou o posicionamento da barragem, de modo a evitar qualquer tipo de interferência com o parque. Outra condicionante importante na definição do arranjo foi a magnitude da vazão de projeto, superior a 50.000 m³/s no local das obras, levando à necessidade de se contar com vertedouro de grande dimensão, ocupando grande parte da calha do rio. A magnitude das vazões de cheia do rio Iguaçu gerou um de- safio adicional que foi a definição e o planejamento minucioso do esquema de manejo do rio para as construções em seu leito. Um fato relevante na construção deste empreendimento foi a cheia excepcional ocorrida em junho de 2014. Esta atingiu a vazão de 31.000 m³/s, nunca registrada no rio Iguaçu, no local das obras, em sua série (acompanhamento realizado desde 1942). Esta en- chente rompeu a ensecadeira de primeira fase, atingindo as áreas da construção da casa de força e do vertedouro. O processo de re- tomada foi demorado, com alterações no projeto da ensecadeira da primeira fase e ajustes na geometria de estruturas de muros de concreto junto aos blocos no extremo esquerdo do vertedouro. Em linhas gerais, o arranjo selecionado para este aproveitamen- to é composto por uma barragem de enrocamento com núcleo de argila na margem direita, um vertedouro com 16 vãos no leito do rio e o circuito de geração localizado na margem esquerda. O bar- ramento está coroado na elevação de 263 m e tem comprimento total de 1.080 m. Os estudos realizados levaram à escolha de um esquema de Sinop aumenta geração no Nortão A Sinop Energia (integrado pela Usina Termelétrica Norte Flu- minense, do grupo EDF, Eletronorte e Chesf) é a responsável pela construção, implantação, operação, manutenção e comercializa- ção da energia gerada pela Usina Hidrelétrica Sinop. Localizada a 70 km da cidade de Sinop, trata-se de uma UHE que está sendo construída no rio Teles Pires, sendo a barragem situada nos municípios de Cláudia (margem direita do rio) e Itaú- ba (margem esquerda). O reservatório abrangerá os municípios de Cláudia, Itaúba, Ipiranga do Norte, Sinop e Sorriso. A energia gera- Primeira fase do desvio, com as execuções na margem esquerda do rio desvio do rio em duas fases. A primeira fase é constituída pelo des- vio através de um canal auxiliar escavado na margem direita, en- quanto que na segunda fase, o rio é desviado pelos vãos concluídos do vertedouro. A primeira fase de desvio tem por objetivo permitir a execução das obras na margem esquerda e leito do rio, compreendendo o vertedouro e as obras do circuito de geração (canal de adução, to- mada de água, casa de força e canal de fuga). Antes do início da segunda fase de desvio, as obras de concre- tagem e as principais montagens eletromecânicas do vertedouro já estarão finalizadas para o desvio do rio pelos vãos do vertedouro. Simultaneamente, serão construídas as ensecadeiras de segunda fase, que permitirão a construção da barragem de fechamento jun- to à margem direita. A barragem de fechamento na margem direita possui aproxi- madamente 470 m de comprimento e o coroamento na elevação de 263 m. O vertedouro será implantado no leito do rio e foi dimensiona- do para descarregar a cheia máxima provável estimada em 53.585 m³/s. Na passagem desta cheia, o nível máximo do reservatório é sobrelevado em 2,6 m em relação ao nível máximo normal. A estru- tura é controlada por 16 comportas do tipo segmento, cada uma delas com 21 m de largura. O vão livre total do vertedouro tem 336 m de extensão e a dissipação da energia da cheia e a restituição do escoamento ao leito do rio é assegurada por uma bacia de dis- sipação. O circuito de geração da UHE Baixo Iguaçu possui uma estrutu- ra de tomada de água em concreto integrada à casa de força, cons- tituída por aduções independentes que alimentarão as três unida- des geradoras. Cada adução de tomada de água será dividida em três vãos principais por meio de dois pilares centrais de concreto. A casa de força abrigada possui três turbinas do tipo Kaplan de eixo vertical, totalizando uma potência instalada de 350,20 MW. O prazo de conclusão de obra é em dezembro de 2018. da atenderá o chamado Nortão do Estado do Mato Grosso. Com investimentos de cerca de R$ 3,2 bilhões, este projeto caracteriza-se pela disposição de uma casa de força com duas tur- binas geradores com potência instalada de 408 MW. O reservatório a ser formado terá área de inundação de 342 km². A empresa projetista é a Intertechne Consultores e a cons- trutora, Triunfo. Os principais volumes ou dimensões da obra são: escavações em solo - 1.831.000 m³; escavações em rocha - 1.564.985 m³; concreto - 360.000 m³; e barragem de CCR é de 46 m de altura e 620 m de cumprimento. O prazo de conclusão de obra é dezembro de 2018. www.revistaoempreiteiro.com.br | 29