D e
s t a q u e s
/ E n
e r g i a
Baixo Iguaçu terá duas fases de desvio
A UHE Baixo Iguaçu está localizada entre os municípios de
Capanema e Capitão Leônidas Marques, no Estado do Paraná, e
corresponde ao sexto e último empreendimento hidrelétrico na
cascata do rio Iguaçu.
De propriedade do Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu
(Neoenergia e Copel), está sendo construída pela Construtora
Norberto Odebrecht, com os fornecimentos eletromecânicos a
cargo da GE Renewable Energy. O projeto executivo das obras
civis e dos sistemas eletromecânicos está sob responsabilidade da
Intertechne Consultores, que foi também a projetista da Usina de
Salto Caxias, que fica imediatamente a montante de Baixo Iguaçu.
Baixo Iguaçu é uma usina hidrelétrica de baixa queda, conce-
bida para ser operada a fio d’água, com uma potência instalada de
350,20 MW. A concepção do projeto teve como uma das princi-
pais premissas a necessidade de preservação do Parque Nacional
do Iguaçu, o que condicionou o posicionamento da barragem, de
modo a evitar qualquer tipo de interferência com o parque.
Outra condicionante importante na definição do arranjo foi a
magnitude da vazão de projeto, superior a 50.000 m³/s no local
das obras, levando à necessidade de se contar com vertedouro de
grande dimensão, ocupando grande parte da calha do rio.
A magnitude das vazões de cheia do rio Iguaçu gerou um de-
safio adicional que foi a definição e o planejamento minucioso do
esquema de manejo do rio para as construções em seu leito.
Um fato relevante na construção deste empreendimento foi a
cheia excepcional ocorrida em junho de 2014. Esta atingiu a vazão
de 31.000 m³/s, nunca registrada no rio Iguaçu, no local das obras,
em sua série (acompanhamento realizado desde 1942). Esta en-
chente rompeu a ensecadeira de primeira fase, atingindo as áreas
da construção da casa de força e do vertedouro. O processo de re-
tomada foi demorado, com alterações no projeto da ensecadeira
da primeira fase e ajustes na geometria de estruturas de muros de
concreto junto aos blocos no extremo esquerdo do vertedouro.
Em linhas gerais, o arranjo selecionado para este aproveitamen-
to é composto por uma barragem de enrocamento com núcleo de
argila na margem direita, um vertedouro com 16 vãos no leito do
rio e o circuito de geração localizado na margem esquerda. O bar-
ramento está coroado na elevação de 263 m e tem comprimento
total de 1.080 m.
Os estudos realizados levaram à escolha de um esquema de
Sinop aumenta geração no Nortão
A Sinop Energia (integrado pela Usina Termelétrica Norte Flu-
minense, do grupo EDF, Eletronorte e Chesf) é a responsável pela
construção, implantação, operação, manutenção e comercializa-
ção da energia gerada pela Usina Hidrelétrica Sinop.
Localizada a 70 km da cidade de Sinop, trata-se de uma UHE
que está sendo construída no rio Teles Pires, sendo a barragem
situada nos municípios de Cláudia (margem direita do rio) e Itaú-
ba (margem esquerda). O reservatório abrangerá os municípios de
Cláudia, Itaúba, Ipiranga do Norte, Sinop e Sorriso. A energia gera-
Primeira fase do desvio, com as execuções na margem esquerda do rio
desvio do rio em duas fases. A primeira fase é constituída pelo des-
vio através de um canal auxiliar escavado na margem direita, en-
quanto que na segunda fase, o rio é desviado pelos vãos concluídos
do vertedouro.
A primeira fase de desvio tem por objetivo permitir a execução
das obras na margem esquerda e leito do rio, compreendendo o
vertedouro e as obras do circuito de geração (canal de adução, to-
mada de água, casa de força e canal de fuga).
Antes do início da segunda fase de desvio, as obras de concre-
tagem e as principais montagens eletromecânicas do vertedouro já
estarão finalizadas para o desvio do rio pelos vãos do vertedouro.
Simultaneamente, serão construídas as ensecadeiras de segunda
fase, que permitirão a construção da barragem de fechamento jun-
to à margem direita.
A barragem de fechamento na margem direita possui aproxi-
madamente 470 m de comprimento e o coroamento na elevação
de 263 m.
O vertedouro será implantado no leito do rio e foi dimensiona-
do para descarregar a cheia máxima provável estimada em 53.585
m³/s. Na passagem desta cheia, o nível máximo do reservatório é
sobrelevado em 2,6 m em relação ao nível máximo normal. A estru-
tura é controlada por 16 comportas do tipo segmento, cada uma
delas com 21 m de largura. O vão livre total do vertedouro tem 336
m de extensão e a dissipação da energia da cheia e a restituição
do escoamento ao leito do rio é assegurada por uma bacia de dis-
sipação.
O circuito de geração da UHE Baixo Iguaçu possui uma estrutu-
ra de tomada de água em concreto integrada à casa de força, cons-
tituída por aduções independentes que alimentarão as três unida-
des geradoras. Cada adução de tomada de água será dividida em
três vãos principais por meio de dois pilares centrais de concreto.
A casa de força abrigada possui três turbinas do tipo Kaplan de
eixo vertical, totalizando uma potência instalada de 350,20 MW.
O prazo de conclusão de obra é em dezembro de 2018.
da atenderá o chamado Nortão do Estado do Mato Grosso.
Com investimentos de cerca de R$ 3,2 bilhões, este projeto
caracteriza-se pela disposição de uma casa de força com duas tur-
binas geradores com potência instalada de 408 MW. O reservatório
a ser formado terá área de inundação de 342 km².
A empresa projetista é a Intertechne Consultores e a cons-
trutora, Triunfo. Os principais volumes ou dimensões da obra
são: escavações em solo - 1.831.000 m³; escavações em rocha -
1.564.985 m³; concreto - 360.000 m³; e barragem de CCR é de 46
m de altura e 620 m de cumprimento. O prazo de conclusão de
obra é dezembro de 2018.
www.revistaoempreiteiro.com.br | 29