Edição 564 Novembro/Dezembro OE_564_final | Page 16

M e t r ô / S ã o P a u l o Governo deve conceder Linha 5-Lilás em SP Augusto Diniz A extensão da Linha 5-Lilás deverá ser totalmente concluída até o início do ano que vem. Em execução desde 2011, a extensão da Linha 5-Lilás ligará Capão Redondo a Chácara Klabin, na capi- tal paulista. Quando começar a funcionar, o segmento atenderá 700 mil usuários/dia. O ramal terá extensão de 11,5 km e é composto por via per- manente em túneis duplos e singelos, escavados nos métodos NATM e Shield. São ao todo 11 estações construídas: Adolfo Pi- nheiro (já em funcionamento), Alto da Boa Vista, Borba Gato, Brooklin (essas três em operação assistida), Campo Belo, Euca- liptos, Moema, AACD-Servidor, Hospital São Paulo, Santa Cruz e Chácara Klabin. Fazem parte ainda do projeto dois pátios de estacionamento e manutenção de trens. A Linha 5 já existente e em funcionamento tem 9,5 km e sete estações. A Linha 5-Lilás passará a ter integração com a Linha 1-Azul, na estação Santa Cruz, e com a Linha 2-Verde na estação Cháca- ra Klabin – também está prevista integração com a futura Linha 17-Ouro na estação Campo Belo. Hoje, no ramal existente, já ocorre interconexão com a Linha 9-Esmeralda da CPTM na esta- ção Santo Amaro. O governo paulista pretende conceder à iniciativa privada, por 20 anos, a operação da Linha 5–Lilás. Um leilão deveria ter sido realizado em setembro, mas foi adiado por conta de ques- tionamentos do edital. O governo avalia ainda conceder ao setor privado a Linha 17–Ouro, em monotrilho, em construção também na Zona Sul. As obras do lote 7 do prolongamento da Linha 5-Lilás estão 16 | | N o v e m b r o / D e z e m b r o 2017 sendo conduzidas pelo Consórcio Metropolitano 5, composto pe- las empresas Odebrecht, OAS e Queiroz Galvão. O consórcio, que concluirá os trabalhos em dezembro, realiza as últimas estrutu- ras de seu lote. Com execuções iniciadas pelo consórcio em 2012, o escopo do trabalho do lote 7 envolvia a escavação de túnel de 5.700 m, e construção das estações Santa Cruz e Chácara Klabin, ambas com conexões às linhas existentes 1-Azul e 2-Verde, respectiva- mente. A escavação do túnel pelo método Shield começou em se- tembro de 2013 e terminou em junho 2016. A TBM (tunnel boring machine) utilizada na escavação do túnel foi adaptada às obras da Linha 5, já que se trata da mesma tuneladora utilizada na construção da Linha 4-Amarela, também em São Paulo. A máquina escavou em média 12 m/dia e realizou a monta- gem das aduelas pré-moldadas - cada aduela possui oito seg- mentos mais uma chave de finalização. A TBM de 70 m de com- primento e 10,4 m de diâmetro começou o trabalho próximo a estação Eucaliptos e seguiu até a Chácara Klabin, passando no total por seis estações da linha. O engenheiro Claudio Andrade da Silva, responsável por Se- gurança do Trabalho e Meio Ambiente da Odebrecht, conta que entre 2014 e 2015 a escassez de água obrigou o consórcio a cap- tá-la de infiltrações no túnel escavado para suprir a TBM. Mas como foi insuficiente, as construtoras passaram a adquirir água do Aquapolo, projeto de produção de água de reúso industrial, um dos maiores desse tipo no mundo, localizado no ABC paulista. Uma tuneladora chega a consumir 600 m³/dia (ou 600 mil litros/ dia) de água em sua operação de escavação. A fábrica de aduelas, localizada na avenida Guido Caloi, na Zona Sul de São Paulo, fez cerca de 4 mil peças em dois anos para atender o túnel. Na estação de Santa Cruz, a mais profunda na linha, a TBM trabalhou na profundidade de 60 m. Claudio conta que a etapa mais complexa foi a passagem da tuneladora em áreas densamente povoadas. O engenheiro relata que se precisou fazer grauteamento em vários pontos antes da passagem do TBM, principalmente em áreas que tinham antigas tubulações e passagem de água drenada. O pico da obra do lote 7 se deu no início de 2017, com 2 mil trabalhadores. Claudio explica que isso ocorreu por conta das obras da laje de passagem da via permanente, depois que a TBM perfurou o túnel. Segundo ele, foram usados para este serviço 60 mil m³ de concreto, em 6 km de via, durante quatro meses de tra- balho – outubro de 2016 a fevereiro de 2017. No total, cerca de 100 betoneiras por dia forneciam concreto para as obras dessas frentes de trabalho.