Edição 562 Julho/Agosto revistaOE562_V2b_11OUT | Page 66
C o
n s t r u ç ã o
I n
d u s t r I a l
A unidade industrial da Fibria fi ca a cerca de 30 km ao sul
da cidade de Três Lagoas, cujo acesso é feito pela BR-158, em
uma extensa área de fl orestas de eucaliptos.
VOLUMES DA AMPLIAÇÃO DA FIBRIA
Movimentação de terra entre corte e aterro na área
de construção 1.776.000 m³
Estacas cravadas na fundação 12.650 m³
Concreto para as fundações, superestruturas e
pré-moldados 225 mil m³
Produção das três usinas de cimento no canteiro 180.000 m³
Uso de aço na construção civil 25 mil t
Cabos de energia e controle 1.460 km
Estruturas metálicas 255 mil t
Isolamento térmico 137.000 m 2
OBSTÁCULOS
Mauricio Miranda relata que “fazer uma fábrica dentro da
outra” foi um dos grandes obstáculos a serem vencidos na obra.
A expansão da Fibria chegou a ter no pico
8.700 trabalhadores – hoje a planta passa
por processo de desmobilização já que as
principais instalações estão em comissiona-
mento. “Atender a segurança e a alimenta-
ção de todos os colaboradores foi um traba-
lho árduo”, diz.
A logística foi apurada e favoreceu a antecipação da en-
trega da planta. “A ideia era que as grandes peças dos equi-
pamentos chegassem ao canteiro de obras mais prontas pos-
síveis. Com o recebimento antecipado, evitaríamos atrasos no
cronograma”, conta.
O engenheiro relata as várias medidas adotadas para faci-
litar a logística e evitar a concentração de trabalho nas áreas
de implantação das superestruturas da fábrica. Ele explica que
foi feito um piso intertravado no pátio - onde será a área de
estocagem de toras de madeira - com 190 mil m², para rece-
bimento e montagem de peças. “O pipe rack foi montado ali,
no solo, dividido em módulos e, depois, instalados cada um em
seu devido lugar na planta”, exemplifi ca. Foram produzidos 83
módulos para o pipe rack, que percorre 1,5 km dentro da planta.
“Foi feito também um lay-down em local específi co de 150
mil m² para montagem da caldeira, com acesso exclusivo ao
canteiro de obras”, continua Mauricio. A caldeira é a principal
estrutura da planta, possui 82 m de altura e exigiu um rigoroso
plano de rigging para sua montagem.
Ele conta ainda que havia um plano de rigging para qual-
quer carga acima de 5 t ou que seja crítica. Pelo menos 60
guindastes de 60 t ou mais se envolveram nessas operações.
“Pedíamos aos principais parceiros planos de ataque e a
logística a ser empregada”, menciona. “Um programa diário fa-
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zia controle da logística de cargas especiais ou não especiais”.
Havia uma central de triagem de chegada de cargas num posto
de gasolina a 25 km do canteiro.
Alguns equipamentos de grandes dimensões enfrentaram
longas distâncias para chegar ao local da obra. Foi o caso de oito
lavadores (5,5 m x 10 m), que vieram do porto de Vitória (ES) e
percorreram 2.600 km de estradas até chegar a Três Lagoas.
Um portal fechado na internet era acessado pela Fibria
e seus parceiros. Esta plataforma digital contava com várias
informações, como o tempo de recebimento de materiais, co-
mentários, revisão do projeto etc. “Tinha prazo para respostas
a dúvidas, o que agilizavam suas resoluções”, lembra Mauricio.
Todo esse refi namento dos trabalhos possibilitou que a entrega
da planta fosse antecipada.
INÍCIO DA IMPLANTAÇÃO
As primeiras licitações do projeto Horizonte 2 ocorreram na
montagem das principais ilhas da unidade industrial, que incluem
caldeira de recuperação, linha de fi bras (cozimento, lavagem e
branqueamento), extratoras de celulose (máquinas de secar), pátio
de madeira (cavacos), evaporação, caustifi cação e forno de cal.
Esse pacote foi inteiramente executado pela Andritz. Segundo
o gerente do projeto, a multinacional austríaca venceu a licitação
por que ofereceu a implantação de um sistema capaz de produzir
na nova linha de produção 1,95 milhões t/ano de celulose, a mais
alta entre os concorrentes - com esse acréscimo, o complexo pas-
sará a ter a capacidade total de 3,25 milhões de t/ano.
Além disso, houve ainda no começo do projeto a defi nição
pela Fibria da empresa responsável pelo fornecimento da in-
fraestrutura: turbogeradores (Siemens), válvulas automáticas
(Flowserve), bombas centrífugas (Sulzer), sistema de transmis-
são e distribuição de energia (ABB) e estação de tratamento