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Barra�em transforma-se em referência
Alicerçada nos quatro pilares de sustentação de um projeto – prazo, custo, qualidade e segurança –, a Reta Engenharia concluiu em julho sua participação nas obras de construção da barragem Nova Santarém, de propriedade da Samarco, em Mariana( MG). Desde o ano passado, a empresa vem atuando na gestão do sistema de planejamento dinâmico e gestão executiva das obras, com os trabalhos evoluindo dentro dos requisitos planejados e acordados com o cliente.
No início do projeto, o prazo foi uma questão importante a ser considerada. Com um planejamento desafiador, as atividades começaram em junho de 2016, fazendo uso das melhores práticas de controle e engenharia para atingir as datas estabelecidas. Em dezembro de 2016, concluiu-se a primeira etapa da barragem, atingindo a cota + 765 m, com 508.010 m ³ de aterros realizados. Com a conclusão dessa primeira etapa de Nova Santarém, houve uma ampliação de 5 milhões de m ³ na capacidade do Sistema de Contenção de Rejeitos da Samarco. Em abril de 2017, a barragem começou a ser alteada para atingir a cota + 770 m, aumentando em mais 2 milhões m ³ a capacidade de Nova Santarém.
Uma atenção especial foi dada ao dimensionamento dos recursos, acompanhamentos para otimização, verificação constante da produtividade e, principalmente, ao controle diário dos recursos mobilizados. Usando essas técnicas foi possível manter as obras dentro do orçamento previsto e com a rentabilidade requerida para o contrato.
O programa de controle de qualidade também foi um ponto alto do projeto. Com o apoio de consultores especializados e uma equi-
Barragem Nova Santarém
pe dedicada e comprometida foi possível obter sucesso e garantir a qualidade dos serviços. Foram executados 446.043 m ³ de aterro, com 62.152 m ³ em agregados utilizados nos filtros e tapetes drenantes. Todos os ensaios realizados – mais de 1.400 ensaios – possuem rastreabilidade por camadas( elevação) e coordenadas geográficas.
A segurança e o zelo pela integridade e saúde dos trabalhadores foram motivo de atenção constante. Para cumprir os prazos estabelecidos, os trabalhos foram realizados em regime de turnos, atuando 24 horas por dia durante sete meses. Com atenção às melhores práticas de segurança aliadas ao compromisso da alta direção e dos gestores do contrato, ao comprometimento da equipe de SSMA( saúde, segurança e meio-ambiente) e à conscientização dos funcionários, os resultados do projeto foram excelentes. Mesmo com as obras acontecendo durante 24 horas por dia, não foram registradas ocorrências e os índices do projeto superaram os padrões requeridos. No pico da obra, um efetivo de 1.229 homens trabalhou um total de 1.894.009,72 horas e nenhum acidente foi registrado.
Pro�etista trabal�a em �idrel�trica em An�ola
A empresa brasileira Intertechne, com 30 anos de experiência em consultoria, projetos de engenharia e gerenciamentos de obras de infraestrutura, participa ativamente da reconstrução de Angola através da elaboração dos projetos básico e executivo civil e eletromecânico do aproveitamento hidrelétrica Laúca, implantado no trecho médio do rio Kwanza, a 260 km de Luanda, capital angolana.
Com uma potência instalada de 2.067 MW, Laúca é uma das principais obras de infraestrutura do programa do governo de Angola para a recuperação do sistema elétrico nacional, que tem como objetivo superar a deficiência de energia e dar suporte ao segmento industrial.“ É uma obra de grande importância para o crescimento econômico e desenvolvimento social da Angola, com aumento substancial do parque gerador, em região próxima ao maior centro de carga do país, que representa cerca de 75 % do consumo total de energia elétrica”, afirma Luiggi Virgilli Guimarães, engenheiro residente.“ Além disso, foram ofertados mais de 6 mil empregos diretos durante a construção e a oportunidade de formação de técnicos locais através de programas sociais desenvolvidos pelo proprietário do empreendimento em parceria com a construtora e a Intertechne”.
Laúca iniciou o segundo semestre de 2017 com a primeira das seis máquinas com operação comercial. A Intertechne iniciou os estudos do aproveitamento hídrico em 2008. Logo depois, desenvolveu os estudos de viabilidade técnica e impacto ambiental, avançando para os projetos básico e executivo. O início da obra foi no ano de 2012, através da execução dos túneis de desvio do rio.
“ O fato de termos participado de todas as etapas foi um facilitador determinante na busca por soluções inovadoras e criativas, que pudessem se adequar às necessidades locais e que buscassem uma otimização na implantação das estruturas, sempre em consonância com o cronograma de obras e recursos disponíveis” explica Luiggi.
Como exemplo dessa busca por soluções inovadoras, logo no início do projeto
executivo a Intertechne alterou a concepção do projeto de escavação e tratamento do talude de algumas estruturas. Com o andamento do programa de investigações geológico-geotécnicas foi possível obter uma melhoria no projeto, definindo um tratamento especial dos taludes. Essa alteração permitiu reduzir mais de 1milhão m ³ de escavação, com importante redução de custo e, principalmente, um ganho substancial de cronograma.
O arranjo geral do empreendimento é composto por um circuito de geração com seis tomadas de água na margem direita da barragem, que conduzem o fluxo para os túneis forçados e estes, por sua vez, à central principal subterrânea. A barragem é do tipo gravidade e construída com CCR( Concreto Compactado a Rolo) com altura máxima de 150 m. No corpo da barragem estão localizados o descarregador de fundo, o vertedouro e a central ecológica. O comprimento do coroamento é de aproximadamente 1,1 km.
O descarregador de cheias é controlado por comportas, com capacidade máxima de descarga de 10.020 m ³/ s. Os túneis forçados apresentam seção arco-retângulo com 9 m de largura e 12,2 m de altura e extensão aproximada de 2 km. A central principal é subterrânea e tem 21 m de largura e 300 m de comprimento, com altura máxima de 50 m. O desvio do rio foi realizado por dois túneis de seção arco-retângulo com 14 m de largura e 14 m de altura, escavados na margem direita do rio.
A Intertechne está presente no continente africano desde 2007 quando realizou o primeiro trabalho de revisão da divisão de queda do trecho médio do rio Kwanza.“ O continente africano tem uma enorme carência de infraestrutura, especialmente na área de geração de energia. Há um potencial muito grande de recursos a serem explorados para suprir esta carência. Por isso, a Intertechne enxerga a África como mercado importante para projetos, principalmente na área de hidroenergia”, avalia José Franco Pinheiro Machado, diretor de desenvolvimento de mercado internacional da Intertechne.
58 | | Julho / Agosto 2017