Edição 562 Julho/Agosto revistaOE562_V2b_11OUT | Page 54
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n e r G I a
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Casa dos Ventos inicia
primeira usina fotovoltaica com
investimento de R$ 800 mi
O Complexo Fótons de São Patrício, que terá capacidade ins-
talada de 122,4 MW, está em fase de implantação e em breve
deve iniciar obras. A informação é de uma das pioneiras e, hoje,
uma das maiores operadoras de energia eólica do País, a Casa
dos Ventos. O projeto é primeiro da empresa no segmento de
energia solar. A usina solar terá aporte de R$ 800 milhões e está
sendo instalada em Tianguá, no interior do Ceará. O projeto foi
vencedor do Leilão de Energia de Reserva em 2015.
A capacidade instalada de geração de energia eólica em par-
ques já em operação na Casa dos Ventos é atualmente de 359
MW. Esse total inclui Ventos do Araripe 3, inaugurado em junho
último na Chapada do Araripe, na divisa entre Piauí e Pernam-
buco. Esse complexo é composto por 14 parques, nove no PI e
cinco em PE, e 156 aerogeradores
Segundo Lucas Araripe, diretor de Novos Negócios do grupo,
há a possibilidade de acrescentar outros 120 MW ao complexo,
por meio de placas solares que podem ser instaladas aprovei-
tando-se a estrutura dos inversores das turbinas eólicas, trans-
formando o parque em um complexo híbrido de energia eólica
e solar.
“Também pensamos em aproveitar a turbina eólica na ins-
talação dos painéis solares. Dentro da turbina há uma estrutura
dos inversores que podemos aproveitar na instalação de painéis
solares”, afi rma Lucas. Esses painéis devem gerar aproximada-
mente um terço da potência instalada do gerador eólico. Assim,
se forem instalados em todos os aerogeradores, chegariam aos
120 MW, somando 480 MW em todo o complexo.
Se o plano avançar, a Casa dos Ventos vai poder aproveitar
boa parte do que já foi investido em conexão elétrica, subesta-
ções e inversores do complexo eólico. “Pensamos em fazer um
projeto piloto no começo”, ressalta o executivo.
REGULAÇÃO
Segundo ele, o principal obstáculo, neste momento, é o fator
regulatório. Não será necessário aumentar a margem de escoa-
mento do parque, uma vez que a energia gerada pelas placas
solares vai compensar os momentos em que as turbinas eóli-
cas estiverem com menor capacidade. “Mas ao mesmo tempo,
do ponto regulatório, precisaríamos de margem de escoamento
para comercializar essa energia em um futuro leilão”, explicou
Araripe.
Outra questão é a sombra do aerogerador na placar solar.
“Temos que ver com os nossos engenheiros onde instalar as pla-
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cas para escapar da sombra dos aerogeradores ao longo do dia”,
diz.
“A Casa dos Ventos vem investindo em novas estações solari-
métricas, visando ampliar recursos no futuro para esses projetos
híbridos, assim que a demanda por novas iniciativas voltar ao
País”, explica. As estações solarimétricas são equipamentos uti-
lizados para a medição do potencial solar.
A Casa dos Ventos investiu R$ 1,8 bilhão no Ventos do Ara-
ripe 3. A entrada em operação da usina consolida a Chapada do
Araripe como um dos mai ores polos de geração eólica do mundo.
“Temos projetos em vários os estados do Nordeste (Piauí,
Pernambuco, Bahia e Ceará). Atualmente, a Casa dos Ventos ad-
ministra um portfólio de 15,5 GW de projetos eólicos em desen-
volvimento no Brasil, sendo 4,2 GW de projetos já cadastrados
para os próximos leilões de energia. Somos a maior detentora de
projetos eólicos do País”, expõe o executivo.
Recentemente, a Casa dos Ventos chegou a atuar no seg-
mento de PCH, com a modernização da usina Candengo, em
Valença (BA) – com a troca de equipamentos e ampliação da ca-
pacidade instalada de 2 MW para 11 MM. A usina foi construída
em 1922 é uma das primeiras hidrelétricas do País. A empresa,
porém, não tem planos de investir em outras hidrelétricas no
momento.
A empresa ressalta que nos projetos eólicos da Casa dos
Ventos ela arrenda terras de famílias da região. “Esse modelo
permite que recebam mensalmente uma quantia calculada a
partir da energia gerada”, afi rma Lucas. Além disso, mantemos
iniciativas como a reforma de escolas, construção de quadras
poliesportivas, capacitação de gestores públicos e realização de
cursos para a geração de emprego e renda. “Nosso objetivo é
também melhorar a qualidade de vida das comunidades do en-
torno”, conclui.