Edição 562 Julho/Agosto revistaOE562_V2b_11OUT | Page 46
a e
r o P o r t o s
/ C o
n C e s s ã o
Gerenciadora atuou em três frentes simult�neas em Confins (MG)
A Control Tec realizou o gerenciamento das obras do novo terminal do Aero-
porto Internacional de Belo Horizonte, em Confi ns (MG). Com o prazo curto (14
meses) e os trabalhos sendo realizados com o aeródromo em operação, a empresa
relata os desafi os das execuções.
O escopo envolvia todo o gerenciamento, incluindo controle, acompanha-
mento de cronogramas fi nanceiro e físico, e relatórios apontando tendências,
bem como controle de qualidade da execução e relatórios para os órgãos de fi s-
calização. Erico Guerra, diretor da Control Tec, explica que um consórcio fi rmado
no início do projeto com a Figueiredo Ferraz, que tinha sido contratada sepa-
radamente como responsável
pelo controle de qualidade dos
projetos, permitiu a Control Tec
uma maior agilidade no conhe-
cimento do projeto.
O Aeroporto de Confi ns
está hoje sob a administração
da concessionária BH Airport,
composta pelo grupo CCR, Zu-
rich Airport (Suíça) e a Infraero.
As primeiras obrigações mais complexas pelo contrato de concessão foram justa-
mente as que envolveram a Control Tec. Por compromisso contratual, essas ati-
vidades tiveram que ser realizadas simultaneamente para cumprir o cronograma.
“Trabalhamos em três frentes no aeroporto, envolvendo uma equipe para
cada”, conta Erico. A primeira refere-se ao retrofi t do terminal existente. Já a
segunda relaciona-se à obra do novo terminal aeroportuário construído no lo-
cal, incluindo um viaduto de acesso e adequação no estacionamento. Por fi m,
a empresa atuou nos serviços executados na adequação do pátio de aeronaves,
utilizando uma equipe com expertise em pavimentação e controle tecnológico.
A reforma do terminal existente, com 42 mil m², foi feita com o mesmo em
operação, com fl uxo diário de 30 mil pessoas/dia, em média, e respeitando sua
característica arquitetônica – os trabalhos englobaram intervenções na cobertura
metálica e todas as instalações existentes. A construção do novo terminal com 49
mil m² e 650 m de extensão também foi executada com o aeroporto em funcio-
namento, inclusive o acesso dos passageiros.
“Isso requer um planejamento muito grande para não interferir nas ope-
rações”, diz o diretor da Control Tec. “O mesmo cuidado ocorreu na ampliação
do pátio de aeronaves, cujo complexo tráfego aéreo não poderia ser afetado em
hipótese alguma”.
Erico explica que, por conta do funcionamento do aeroporto em meio às
obras, foram realizados estudos logísticos para recebimento dos grandes equipa-
mentos da nova estrutura, como as pontes de embarque e os pilares metálicos.
Outro desafi o da obra foi com relação aos sistemas informativos de voos,
além de outros como de incêndio, ar condicionado, elétrica e água. Todos eles
deveriam estar conectados ao antigo terminal – ressalta-se que o novo terminal
foi construído de forma a ser interligado ao antigo, perfazendo um percurso total
de um extremo ao outro de cerca de 1 km.
No pico de obras, o canteiro chegou a ter cerca de 1.500 trabalhadores. O
novo terminal de passageiros ampliou em mais de 60% a área atual do aeroporto
e acrescentou 17 novas pontes de embarque no aeroporto. A expansão signifi ca
aumento de capacidade para 22 milhões de passageiros/ano. O novo terminal foi
entregue no fi nal do ano passado.
Este projeto permitiu a Control Tec utilizar todo o seu know-how adquirido
em mais de 30 anos de existência – trata-se da realização de um dos maiores
empreendimentos do país na área de infraestrutura aeroportuária, representando
um acúmulo de experiência ainda maior à empresa.
Além do novo terminal do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, a Con-
trol Tec também atuou recentemente no gerenciamento de obras do Cantareira
Norte Shopping, em São Paulo (SP) e do Centro de Exposições São Paulo Expo
(SP). Além disso, está ger enciando um novo shopping center em Cuiabá (MT),
retrofi ts em shoppings centers em São Paulo e diversas obras industriais na área
do varejo.
Bras�lia (DF) recapeou pistas sem interromper tráfe�o a�reo
A obra da JM Terraplenagem ocorreu no Aeroporto Internacional de Brasília (DF),
tendo como contratante a concessionária Inframerica. A obra em questão envolveu
usinagem, transporte, execução do recapeamento e reparos do pavimento - em massa
asfáltica usinada a quente - da pista do aeródromo.
Todos os serviços foram realizados obedecendo estrita e integralmente os projetos
fornecidos pela Inframerica, respeitando os conceitos de engenharia dos mesmos. A fi m
de evitar quaisquer transtornos e ratifi car os aspectos funcionais e técnicos do projeto,
foi executada uma pista escola na marginal da pista 11R-29L.
Por exigência da contratante, a usina de asfalto deveria estar instalada em um raio
de no máximo 30 km do local da obra, e deveria ser do tipo gravimétrica. Foi escolhida
a usina de asfalto gravimétrica da marca Ciber, modelo UAB 18 E Série Advanced. Foi
exigida também durante a execução da obra a disponibilização de outra usina de asfal-
to, do tipo volumétrica, para fi car em stand by em caso de qualquer pane mecânica da
usina gravimétrica. Outra exigência foi a de que praticamente todos os equipamentos
envolvidos na fresagem do pavimento e no lançamento e compactação da massa asfál-
tica tivessem um reserva, com as mesmas especifi cações em casos de falhas mecânicas.
O grande fl uxo de aeronaves exigiu que a obra fosse executada da forma mais
rápida o possível e garantindo a qualidade exigida. Desta forma, a execução da obra
ocorreu em três fases, consecutivas e ininterruptas. A pista foi dividida em três partes, e
durante a execução da primeira e da segunda fases foram deslocadas as cabeceiras da
pista e a mesma continuou em operação; somente na terceira fase a pista foi totalmen-
te impedida de operar com pousos e decolagens. Os serviços executados em cada uma
das duas primeiras fases duraram oito dias consecutivos - desde o deslocamento da
cabeceira até a sinalização horizontal defi nitiva. Os serviços da terceira fase duraram
dez dias consecutivos.
O projeto da mistura da massa asfáltica usinada a quente foi elaborado pelo
método superpave e pelo método Bailey. O método superpave (superior performance
asphalt pavements) especifi ca os materiais, projeto e análises das misturas asfálticas
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e prevê o desempenho de pavimentos. O método Bailey se baseia numa seleção e
avaliação granulométrica, considerando o intertravamento dos agregados graúdos, ge-
rando um forte esqueleto mineral da mistura de agregados, fundamental para o bom
desempenho das misturas.
O material betuminoso utilizado na mistura asfáltica usinada a quente foi o CAP
60/85 E tipo stylink de PG76-22 com polímero - esse tipo de mistura proporciona
um desempenho superior do pavimento, aumentando a resistência ao desgaste e ao
envelhecimento. O espalhamento da massa asfáltica na pista de pouso e decolagem
11R-29L foi realizado com vibroacabadora de asfalto de esteira modelo S 1800-2,
equipada com sensores eletrônicos longitudinais e transversais, e cabos guia nivelados
topografi camente a cada 5 m. A fresagem do revestimento betuminoso foi realizada
por duas fresadoras modelo W-1900 de esteira, com largura de tambor de fresagem
de 2,00 m. As espessuras da fresagem variaram de 5,0 cm a 12,00 cm, a cada 10 m em
ambos os lados. Foram aplicadas aproximadamente 9.618 t de massa asfáltica em 14
dias, sendo que em um único dia foram aplicadas 1.674 t.
Foi uma obra desafi adora em função de ter sido executada em uma das pistas de
pouso e decolagem mais movimentadas do Brasil, e que em duas fases se manteve em
operação mesmo com as obras. Foi ainda executada em um curto espaço de tempo,
exigiu uma logística muito bem elaborada e deu a oportunidade para a JM Terraple-
nagem aprimorar o seu controle tecnológico através do projeto de mistura elaborado
pela contratante e do acompa-
nhamento da execução dos ser-
viços, tanto pela equipe própria
de fi scalização da Inframerica
como pela equipe de fi scalização
do grupo Falcão Bauer (empresa
de consultoria tecnológica con-
tratada).