Edição 562 Julho/Agosto revistaOE562_V2b_11OUT | Page 36

Gestão trabal�a para evitar impacto
t r e n s u r B a n o s / s ã o P a u l o

Lin�a para Guarul�os enfrenta cinco �randes transposiç�es

A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos( CPTM) deve entregar no início de 2018 a Linha 13-Jade, que faz a ligação ferroviária de passageiros da capital paulista ao aeroporto Internacional de Guarulhos. Cinco transposições desafiam ao engenharia neste projeto.
As obras desse outro modal de transporte público de acesso ao terminal aeroportuário mais movimentado do País – além de rodoviário – começaram em final de 2013.
Segundo o governo do Estado de São Paulo, a obra tem custo estimado de R $ 2,2 bilhões. A linha deve transportar diariamente 130 mil pessoas. Serão utilizados na linha oito trens de oito carros cada – espaços destinados a bagagens estão previstos nos vagões.
Os trabalhos se dividem em quatro lotes e são executados por dois consórcios: HFTS Jade( Heleno e Fonseca, Trail, Spavias) e CST Linha 13-Jade( Consbem, Serveng e TIISA).
A nova linha terá 12,2 km de extensão- uma parte do trajeto será feita em superfície( 4,3 km) e outra em elevado( 7,9 km). A linha da estação Engenheiro Goulart, no distrito de Cangaíba, na Zona Leste de São Paulo, ao aeroporto, foi basicamente construída paralela às rodovias Ayrton Senna e Hélio Smidt.
A linha terá duas estações novas: Guarulhos Cecap e a do próprio aeródromo. A linha férrea faz a transposição sobre os rios Tietê e Baquirivú-Guaçú, e das rodovias Ayrton Senna, Hélio Smidt e Dutra, além da Avenida Monteiro Lobato, uma importante via de Guarulhos que liga o bairro de Cumbica ao centro da cidade.
Nessas cinco transposições, uma é realizada por meio de um via- duto estaiado e quatro pelo método de balanço sucessivo. A principal transposição em balanço sucessivo fica na rodovia Dutra e tem um vão livre de 120 m. Já o viaduto estaiado será composto por dois mastros de aproximadamente 70 m de altura e o maior vão a ser vencido será de 180 m no entroncamento entre as rodovias Ayrton Senna e Hélio Smidt.
O trecho em superfície é executado com trilho fixado em dormentes de concreto sobre lastro de brita. Já o trecho em elevado é executado por meio de fixação direta em laje- ele foi projetado com uma estrutura básica de fundações compostas de estacões ou estacas raiz, consolidadas em um bloco de fundação de onde sai o pilar com travessa que suporta quatro vigas longitudinais.
Ao longo do trajeto da Linha 13 encontra-se solo mole nas regiões de várzea do Tietê, rochas ou rocha mista em outros trechos. As alturas dos pilares são definidas de modo a garantir os gabaritos das vias e rodovias ultrapassadas pelo elevado, conjugados com os limites de rampa que os trens têm capacidade de vencer( 2 % máximo de inclinação).
O trecho em superfície da Linha 13 compartilha a faixa da Linha 12 da CPTM, a qual está sendo remanejada e para isso toda a infraestrutura de via está sendo preparada para implantação.
Gestão trabal�a para evitar impacto
O consórcio GSPV Linha 13, formado pelas empresas Geribello, Sondotécnica, Planal e Vizca, trabalha no lote 1 da Linha 13 – Jade, da CPTM, na gestão do empreendimento e garantia na execução das obras civis de trecho do ramal que ligará a capital paulista ao Aeroporto de Guarulhos. O projeto envolve o acompanhamento, monitoramento e controle das atividades de planejamento e execução das obras, além de questões relacionadas ao atendimento à legislação e normas de saúde, segurança, higiene do trabalho e meio ambiente, bem como apoio ao comissionamento e operação assistida.
A modernização e construção das linhas no lote 1, segundo o consórcio, tiveram como premissa a continuidade da operação da Linha 12 e a minimização do impacto na rotina da população lindeira. Por conta disso, tem sido necessários cuidados especiais no acompanhamento das diferentes etapas da obra, que preveem instalações e demolições de vias provisórias, com intenso e concomitante tráfego de trens.
O consórcio GSPV foi criado com o objetivo de somar experiências e conhecimentos das empresas do grupo, para ampliar a expertise e disponibilizar um atendimento adequado às necessidades da CPTM. Formou-se, então, uma equipe multidisciplinar e com diferentes competências de forma a melhor atender aos desafios do empreendimento.
O Lote 1 abrange a modernização de 5,2 km da Linha 12-Safira, entre os km 12 + 800 ao km 18 + 000, a implantação de 2,5 km da Linha 13-Jade, entre os km 14 + 600 ao km 17 + 100, envolvendo sistema de contenções, passagem inferiores de Piratininga e Engenheiro Goulart, infraestrutura e superestrutu- ra de via permanente( via dupla em bitola de 1. 600 mm com dormentes de concreto e travessões e aparelhos de mudança de via), banco de dutos para sistemas, rede aérea de tração auto compensável, e a construção da nova estação Engenheiro Goulart com mais de 15 mil m ², que atenderá a mais de 130 mil passageiros por dia útil, totalmente acessível( elevadores, escadas rolantes, passarelas), empregando água de reúso e aquecimento solar.
O Consórcio GSPV estruturou quatro eixos de atuação para atender as necessidades do empreendimento e da CPTM. São eles:
• Avaliação de projetos, apurando a sua consistência e eventuais necessidades de complementação ou adequação, com uso da plataforma BIM( Building Information Modeling), identificando impactos contratuais de escopo, prazo, custo e qualidade.
• Análises críticas do planejamento e gestão do empreendimento, avaliação periódica do planejamento( com horizontes semanal, mensal e geral), afetando análise de riscos e identificando os desvios de prazos e apoiando a viabilização de planos de recuperação ou do replanejamento para manutenção do prazo contratual.
• Controle de qualidade, através do monitoramento do processo construtivo realizando inspeções de materiais e equipamentos, em fábrica e dos serviços em andamento, apurando o atendimento aos projetos, especificações e normas técnicas, atuando na prevenção de falhas, registrando as não conformidades e orientando nas correções necessárias.
• Gestão de ambiental e de segurança do trabalho, verificando e monitorando o atendimento aos requisitos legais e orientando quanto às ações necessárias para o cumprimento das exigências pertinentes.
34 | | Julho / Agosto 2017