Edição 562 Julho/Agosto revistaOE562_V2b_11OUT | Page 34
M o
B I l I d a d e
u r
B a n a
/ Brt
Transporte de massa �an�a três
lin�as dedicadas em Campinas (SP)
Com previsão de três anos de obras, o projeto de implantação dos
corredores Campo Grande, Ouro Verde e Perimetral em Campinas (SP) co-
meçaram em julho. O custo total é de R$ 451,5 milhões. Pelo menos 220
mil passageiros deverão usar o sistema por dia.
As obras estão divididas em quatro lotes e as empresas vencedoras
das licitações serão responsáveis pela adequação dos projetos básicos,
elaboração dos projetos executivos, gerenciamento e construção do em-
preendimento.
O Consórcio BRT/Campinas (Arvek, DP Barros, Empav, Trail e Pentágono)
se credenciou para execução do primeiro lote, que compreende um trecho
de 4,3 km de obras do corredor Campo Grande (da região central até a Vila
Aurocan) e mais o corredor perimetral de 4,1 km,
que ligará Vila Aurocan ao Jardim Campos Elísios.
A empresa Construcap Engenharia fará o
segundo lote das obras do BRT, que compreende
também o corredor Campo Grande, mas a partir
da Vila Aurocan até ao Terminal Itajaí, num tre-
cho de 13,6 km.
O terceiro lote das obras do BRT, relativo ao cor-
redor Ouro Verde (da região central a estação Cam-
pos Elísios), de 4,8 km de extensão, será feito pela
empresa Campec Galasso Engenharia e Construção.
O restante da obra do corredor Ouro Ver-
de, da estação Campos Elísios ao Terminal Vida
Nova, com 9,8 km de extensão, está sob respon-
sabilidade da Construtora Artec.
OBRAS
Deverão ser implementadas 50 pontos de
parada – entre estações típicas, de transferência
e terminais - nos corredores e readequados seis
terminais urbanos. Entre as principais obras de arte a serem executadas
no corredor Ouro Verde estão o alargamento e reforma do viaduto Miguel
Vicente Cury; cons trução de um viaduto e uma estação elevada na rua
Piracicaba; e passagem em desnível no cruzamento da rua Piracicaba com
a avenida Ruy Rodriguez.
No corredor Campo Grande há trabalhos previstos de duplicação do via-
duto John Boyd Dunlop sobre a rodovia dos Bandeirantes; duplicação da pas-
sagem inferior sob a ferrovia no Jardim Florence II; e três passagens de nível.
Transoce�nica � a maior obra viária de Niter�i
Com 9,3 km de extensão, a Transoceânica, inaugurada em maio últi-
mo, é a maior obra viária de Niterói (RJ) desde a Ponte Rio-Niterói. A via
faz a ligação da região central da cidade à Região Oceânica. O custo total
foi de R$ 310 milhões. Segundo a prefeitura, o trajeto, que antes consu-
mia cerca de uma hora para ser realizado, agora é feito em 20 minutos.
Além de pista de rolamento para carros e ciclovia, foi construída uma
faixa exclusiva em cada sentido de BHLS (Bus High Level Service). O siste-
ma possui ao todo 13 estações de ônibus ao longo de seu trajeto, que se
estende principalmente pela Região Oceânica.
A via possui um túnel, a principal obra da Transoceânica, composto
por duas galerias paralelas, que tem aproximadamente 1.250 m de ex-
tensão cada uma. A seção dos túneis consta de uma faixa exclusiva para
o sistema BHLS com 4 m e duas faixas para demais veículos de 3,50 m.
A Carioca Christiani-Nielsen Engenharia, que participou do consórcio
construtor, relata o desenvolvimento dos trabalhos e, principalmente, os
desafi os na execução do túnel. Os principais números da Transoceânica
são bastante signifi cativos: 259 mil m³ de rocha escavados, 500 t de ex-
plosivos, 30 mil t de asfalto, 23 mil m³ de pavimento rígido de concreto e
20 mil m³ de concreto projetado para túnel. As obras incluíram serviços de
drenagem, terraplenagem, fresagem, pavimentação asfáltica, pavimenta-
ção em concreto, construção das estações, iluminação pública, calçadas,
ciclovias, sinalização horizontal e semafórica.
A metodologia de escavação utilizada no túnel foi a NATM (New Aus-
trian Tunneling Method), que envolve a utilização de explosivos. Em al-
guns trechos das obras viárias do BHLS, a grande inovação fi cou por conta
do uso da técnica whitetopping, na qual o pavimento de concreto é apli-
cado diretamente sobre o antigo, com ou sem camadas de nivelamento.
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A obra da Transoceânica apresentou alguns desafi os. Durante as esca-
vações do túnel, ocorridas a partir do emboque da Região Oceânica, foram
detectadas três zonas de anomalias geológicas, que interfi ram diretamen-
te no ritmo das escavações do túnel. A produtividade chegou a ser redu-
zida em mais de 50% ao longo destas chamadas zonas de cisalhamento,
que são compostas por um tipo de rocha muito fraturada, caracterizada
como maciço de classe IV. Ao longo destas zonas de rocha classe IV, e
também em diversos de rochas classes I e II, foram detectados fl uxos in-
tensos de água subterrânea em toda a seção de escavação.
Em alguns momentos, a elevada pressão da água resultou na paralisa-
ção cautelar das frentes de avanço. Foi necessário aplicar uma drenagem
quase total da água subterrânea acumulada nas zonas de cisalhamento
para que fosse permitida a retomada dos avanços a plena seção das esca-
vações. O avanço das frentes de escavação só foi possível através do uso
prévio de técnicas e artifícios especiais de pré-estabilização e drenagem.
No caso da pré-estabilização, a solução encontrada para manter as
escavações foi a execução de enfi lagens tubulares com 9vm de exten-
são, abrangendo a faixa
do contorno em arco cen-
tral de 100º, seguidos de
avanços curtos com 2 m
em plena seção e cambo-
teamento sistemático. É
importante destacar que
o avanço médio em plena
seção sem o cambotea-
mento foi de 5 m.