Relaç�es p�blico-privadas e o clamor da sociedade
r o d o V I a s
Relaç�es p�blico-privadas e o clamor da sociedade
Estamos vivendo um momento único na história do Brasil, que traz uma profunda mudança na forma de condução de negócios. Excelência na engenharia, capacidade de inovação e responsabilidade socioambiental, antes talvez fatores de diferenciação, não mais atendem plenamente aos anseios da sociedade que, em uma visão mais abrangente, é o nosso cliente final em qualquer obra de infraestrutura. Para sobreviver e para crescer, faz-se necessária uma completa transformação das relações público-privadas no nosso setor e do entendimento do clamor da sociedade.
Ao assumir a presidência da Construtora Camargo Corrêa, em setembro de 2016, me vi diante de um enorme desafio: reposicionar a empresa num novo ambiente de negócios. O cenário econômico fortemente recessivo somado à crise ética no setor resultaram na diminuição do número de obras e, consequentemente, na queda da receita anual.
Em seus 78 anos de existência, a Camargo é indissociável da história do desenvolvimento do Brasil e se orgulha de nunca ter deixado de entregar um empreendimento completo aos seus clientes. São mais de 500 obras de diferentes segmentos e complexidades únicas em nosso portfólio. Participamos da construção de quatro entre as cinco maiores hidrelétricas do mundo. São 3.000 km de dutos, 2.600 km de estradas, 1.600 km de ferrovias e 112 km de metrô.
Além disso, encontrei uma companhia que tem, como um dos seus mais valorosos ativos, um histórico de busca das melhores soluções de engenharia, de empreendedorismo, e de coragem e ousadia para fazer o novo. Prova disso aconteceu em agosto de 2015 quando, em absoluto alinhamento com os propósitos dos nossos acionistas e profissionais, fomos a primeira grande empresa do setor a firmar um acordo de leniência com o Ministério Público Federal. Contemplando uma indenização aos entes afetados por práticas irregulares, a adoção dos mais rígidos padrões de governança corporativa e compliance, a cooperação com as investigações em andamento e a contínua colaboração com os órgãos públicos para identificação de eventuais novas irregularidades.
Portanto, reitero o compromisso de pautar todas as nossas ações com coragem, ousadia e empreendedorismo para transformar as relações público-privadas no Brasil e em todos os países que atuamos. Teremos atuação clara e proativa nessa direção. Queremos criar um ambiente de mercado com menor burocracia e vinculação com o Estado, e que estimule a competitividade para que todas as empresas do setor busquem as melhores soluções, a melhor produtividade e o menor impacto socioambiental em prol da sociedade.
Aproveito ainda essa oportunidade para convidar todas as empresas a aderirem este esforço de mudança.
* Décio Amaral é diretor-presidente da Construtora Camargo Corrêa
A Riopar Fresagem e Reciclagem realizou importante obra de microfresagem na ponte Rio-Niterói para a concessionária Ecoponte. Para a realização dos serviços foi utilizada fresadora modelo W200, com um cilindro de microfresagem, composto de 672 bits e sensores eletrônicos de leitura do pavimento para correção do coeficiente de irregularidade.
Cabo a�reo estreia em obra na Tamoios( SP)
Ao assumir as complexas obras de duplicação da serra da rodovia dos Tamoios, no Litoral Norte de São Paulo, a construtora Queiroz Galvão se deparou com um desafio: reduzir ao máximo os impactos ambientais frente à obra. Os trabalhos estão localizados em área sensível, na maior porção contínua preservada de Mata Atlântica e em uma região de topografia acentuada e de difícil acesso.
No empreendimento da rodovia dos Tamoios estão sendo escavados vários túneis, entre eles o mais extenso em construção do Estado de São Paulo, e existe a necessidade de acessar emboques em região montanhosa remota de mata fechada.
Assim, a Queiroz Galvão pesquisou soluções para vencer a dificuldade de acessos a regiões montanhosas, como as do Litoral Norte paulista. A pesquisa resultou na escolha do cable crane, tecnologia inédita no País que utiliza cabos, guinchos e ferramentas com o princípio similar de um teleférico para passageiros e cargas.
O equipamento será usado como apoio para a construção de três emboques de túneis e três viadutos, localizados em região de difícil acesso e vegetação nativa densa. Será responsável por levar e trazer o material utilizado nas obras, por meio de cabos aéreos sustentados por torres de treliça. O impacto ambiental será mínimo, já que a iniciativa reduzirá a necessidade de desmatamento da vegetação nativa na região.
Com previsão de iniciar sua operação no próximo ano, o cable crane evitará que boa parte do transporte dos materiais de construção seja feito por helicóptero. A tecnologia será fundamental para viabilizar um maior tempo útil de operação, principalmente por se tratar de região com alta pluviometria e presença de neblina- fatos que prejudicam o uso de aeronaves. Além disso, ainda permitirá o trabalho em horário noturno.
Estabilidade de encosta exi�e cuidados
Situado na região central do Estado de Santa Catarina, a Serra do Espigão é um dos maiores desafios para a manutenção da segurança dos usuários da BR-116 / SC( trecho sob concessão da Autopista Planalto-Sul, pertencente ao Grupo Arteris), devido à fragilidade do material constituinte de cortes, da ordem de 100 m de altura, em geologia composta de arenitos fraturados sobrepostos a pelitos da Formação Rio do Rastro, sujeitos à desagregação comprometedora para sustentação do arenito sobrejacente.
Os serviços confiados à Seel constam da proteção da parte inferior de um trecho da encosta( formada por pelitos e algumas regiões de tálus) com 8 mil m 2 de concreto projetado, grampos e biomanta, e de dois trechos específicos: um protegendo a queda de blocos de rocha por meio de barreira de enrocamento com 10 m de altura, e outro num grande talveg, com barreira dinâmica constituída por tela de alta resistência dotada de amortecedores de energia.
Já na parte superior, toda a encosta de forte inclinação( bastante irregular e fraturada) está sendo revestida com tela de alta resistência grampeada( sistemas Tecco e tela Spider sobre tela Deltax, da Geobrugg) e reforçada com tirantes mais longos para garantir a fixação do conjunto em trecho mais profundo e estável do maciço. A área total tratada, com aplicação de grampos, é de 95 mil m 2.
Quando o serviço acontece na seção mais alta do talude, são utilizadas técnicas de acesso por corda( rapel), com equipe treinada, certificada e provida com o que existe de melhor no mercado para alpinismo. Para perfuração são utilizados equipamentos manuais e deslizantes também de origem francesa. Da base da encosta a até 30 m de altura, são utilizados manipuladores que sustentam perfuratrizes e operadores. A equipe completa tem quase 150 colaboradores.
Com o objetivo de possibilitar o melhor andamento das obras e garantir a segurança do tráfego, a pista de rolamento foi limitada à pista única com sistema de pare-e-siga. Além disso, o clima constantemente úmido e chuvoso, além das baixíssimas temperaturas são limitadores sérios para a concretagem e trabalhos com a técnica de rapel em encostas.
Dentre as opções já utilizadas pela empresa para levar o material à encosta acima, optou-se por guindaste de grande capacidade. Outro aspecto vital é o cuidado incansável com a segurança da equipe, uma vez que a encosta, mesmo passando por limpeza prévia, ainda está sujeita à queda de pequenas pedras.
26 | | Julho / Agosto 2017