Edição #30 11/04/14 | Page 8

ARAPONGAS Arapongas, 11 de abril de 2014. Paixão e Morte de N.S. Jesus Cristo Neste Domingo, 13 de abril, às 19 horas o Grupo Religioso de Teatro “Mãe do Céu”, apresentará pela 17ª vez , assim como faz todos os anos, a peça “Paixão de Cristo”. Contando com cerca de mil figurantes, este espetáculo atrai gente de vários municípios do Paraná, até do interior paulista. Todos os anos religiosos das paróquias da região se fazem presente ao evento, entre elas o Bispo D. Marchiore Celso, da Diocese de Apucarana. Até o deputado Osmar Serraglio é um dos espectadores deste espetáculo. Ele esteve presente em diversas apresentações. Uma das coisas importantes que tem acontecido ao longo destas apresentações, são as mudanças na vida de algumas pessoas, mudanças estas que alguns atribuem a milagres. Além das palavras do Padre Rezende da Paróquia Santa Rita na Zona Sul, publicaremos o depoimento de duas pessoas que mudaram suas vidas e de suas famílias ao ingressarem no Grupo Teatral “Mãe do Céu”. PADRE REZENDE FALA DA APRESENTAÇÃO DA “PAIXÃO DE CRISTO” COMO UM ATO DE FÉ “Estamos vivendo o tempo sagrado da quaresma, tempo em que os cristãos são chamados a um grande retiro anual que nos remonta os 400 anos de escravidão do povo de Deus no Egito, aos 40 da peregrinação no deserto até a Terra Prometida, os 40 dias em que o Nosso Senhor jejuou no deserto e, ao final, foi tentado por Satanás. Esse tempo é a preparação, quando nos voltamos para nós. É no silêncio sagrado que a voz de Deus fala aos nossos corações, orientando onde é preciso acertar o passo e corrigir o que não vai bem na vida. O Brasil, no tempo da quaresma, é agraciado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil há 50 anos, com um tema. Deste ano trata-se da “Liberdade”. Nosso Senhor nos criou livres para que possamos viver a liberdade plenamente. E meditamos este ano o drama do tráfico humano. Há quanto tempo a escravidão vem causando danos no mundo? E a escravidão não pára, não termina. A descriminação não tem fim. A superioridade de uns poucos massacrando e oprimindo uma multidão. A escravidão hoje no rosto do tráfico humano, tráfico para a doação de órgãos, tráfico para a adoção ilegal de crianças, tráfico para o trabalho forçado, tráfico para a prostituição. Coisas horríveis que clamam aos céus, onde o ser humano é renegado simplesmente a um objeto que pode gerar, produzir, beneficiar e dar lucro, e mais: o tráfico humano de hoje é muito sério, pois não dá nenhuma despesa e não causa nenhum prejuízo ao traficante, pelo contrário, é uma fonte somente de 100% de lucro. Nós não podemos mais nos conformar com essa realidade da vida humana e, por outro lado, todas as soluções da quaresma e da Semana Santa na ação da Liturgia nos remontam a isso: caminhar com Nosso Senhor, rever o seu sofrimento, a sua paixão, a sua dor, a sua morte, que hoje transpostas aos nossos dias. É a dor, é o sofrimento, é o lamento daqueles que também choram, por vezes não apenas os males físicos, a dor física, a miséria material, mas hoje Nosso Senhor no caminho do calvário clamando, sendo solidário com a miséria espiritual que é tão grande na vida das pessoas. Quanta depressão, quanta síndrome do pânico atingindo as pessoas? Nós temos em Arapongas um projeto belíssimo, que é o teatro, o Grupo Teatral Mãe do Céu. Ele vem nos apresentar a “Paixão de Cristo”, revivendo, retirando as pessoas da rua, gente do povo, pessoas comuns, trabalhadores, estudantes, crianças, jovens, anciãos, gente de todas as classes, de todas as idades, que se irmanam, a fim de apresentar, trazer de Jerusalém para os nossos dias o viver e a paixão do Senhor. Muito mais do que um ato, muito mais que um ponto turístico, do que uma atração para trazer pessoas à cidade, é muito mais do que isso. É um gesto de fé, é um ato de fé. Fé daqueles que trabalham, organizam, participam e, sobretudo, testemunho cristão ao povo dessa cidade e do norte do Paraná, onde nós não podemos jamais nos esquecer da grandeza que foi a vida, a paixão, o sofrimento, a morte e a ressurreição de Nosso Senhor. Que neste ano de 2014, este projeto, abençoado por Deus, possa trazer, retirar dos corações humanos os sentimentos da fidelidade à Deus e fazer com que possamos acreditar sempre se queremos nós podemos conseguir”. 08