Ed. 320 - completa Setembro / Outubro - 2020 | Page 40
Tie dye:
A TÉCNICA DE TINGIMENTO
QUE VIROU TENDÊNCIA
A
técnica de amarrar e tingir,
mais conhecida como tie dye,
tem aparecido fortemente
nesses últimos tempos em roupas, acessórios
e até em máscaras de proteção.
Segundo a consultora de imagem, Érica
Cunha Alvarenga, a técnica de tingimento
teve início nos anos 70 e está
bem atrelada ao movimento hippie.
“Tudo era feito de modo artesanal, bem
comum naquela época. E agora, essa
tendência vem com tudo nas ruas e
principalmente nas redes sociais, artistas,
blogueiros e fashionistas”, aponta a
especialista.
Mas será que essa moda fica bem
para todas as pessoas? Érica afirma que
basta respeitar o seu estilo. “Se você tem
um estilo criativo e esportivo juntos,
você pode sim usar o look. Aliás, essa
moda é um ótimo exemplo quando vejo
quase todo mundo usando, mas sem ter
a menor ideia de estilo, mas usa por estar
na moda. Se for para você seguir esse
padrão, não existe problema algum em
se jogar no look, mas pra quem conhece
de estilo e sabe o seu próprio, tem conhecimento
que, muitas vezes, a moda
atrapalha para que possamos manter a
nossa originalidade”, pontua.
A idade da pessoa não é uma questão
crucial na hora de adotar a tendência,
desde que esteja de acordo com
quem você é. “Tie dye transmite uma
mensagem jovem, criativa, de pessoas
que não se incomodam em combinar
muito suas peças. Geralmente, são artistas,
mas o mundo é livre e se você se
sentir bem e quer usar, aproveite, mas é
muito importante saber que você passar
a ideia de estar na moda, nem sempre
é ser quem você é, e isso é um fato, o
tie dye está aí para provar. Se você se
preocupar com sua imagem e o que ela
transmite e, repito, não tiver nos seus
estilos o criativo e esportivo, é melhor
repensar o que é mais importante pra
quem você é”, analisa.
Érica diz que as combinações são
diversas, quando Érica conversou com
muitas das clientes criativas que tem,
ouviu que elas usariam de diversas formas.
“Clientes tradicionais e criativas,
disseram que usariam tranquilamente
É preciso
respeitar o
seu estilo
antes de
embarcar
naquilo
que está na
moda
com uma calça de alfaiataria e um sapato
Oxford. Já as clientes com estilo feminino,
disseram que usariam com um
vestido leve fluido, que pudesse ser de
tie dye. Outras com um estilo esportivo
mais forte, colocariam com uma camiseta,
e uma saia jeans. E as elegantes e
as sensuais disseram que seria um pouco
mais difícil de usar, mas que um salto
não poderia faltar. Mas todo mundo
pode criar seu estilo e maneira de usar.
Sempre falo quanto mais original for,
mais sua personalidade carrega esse ou
qualquer outro look”, analisa.
FOTO DIVULGAÇÃO
Natura acerta em campanha com Thammy Miranda
campanha da Natura deste ano,
A para o Dia dos Pais, contou com
a participação de Thammy e outros
nomes como Babu Santana e Henrique
Fogaça. Mas em relação ao filho de
Gretchen, a repercussão foi maior e
rendeu inúmeros posts negativos e positivos
pelas redes socais. De acordo com
o especialista em marketing e professor
da Escola Superior de Propaganda
e Marketing (ESPM), Gabriel Rossi, o
preconceito já não pode ser mais visto
somente como uma manifestação
pessoal. Deve ser observado também
no mundo corporativo. “Marcas que
desviam seu olhar do crescente número
de casais lgbt+ podem - e vão - perder
espaço para seus concorrentes que não
fogem da diversidade”, avalia.
O Brasil possui mais de vinte
milhões de pessoas que se encaixam
nesse grupo, sendo 78% com cartão
de crédito e com renda salarial média
de aproximadamente R$ 3.200. “Qual
mercado não gostaria de aproveitar tal
potencial de consumo?”, questiona.
Rossi afirma que pela perspectiva
do marketing, é possível afirmar que
a marca vai sair fortalecida, porque a
campanha reforça elementos e significados
sobre a Natura, como harmonia
e diversidade, que já estavam presentes
na mente do consumidor. “Marcas de
vanguarda se aproximam do zeitgeist
(espírito do tempo) de forma autêntica.
A Natura acertou”, finaliza o professor.
40 • setembro | outubro