Ed. 320 - completa Setembro / Outubro - 2020 | Page 13
Mercado de
EPIs em pleno
AQUECIMENTO
• Luís Vieira
Colaboraram Raquel Guimarães e Deivis Gonçalves
Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
nunca estiveram tão em destaque no Brasil
como neste momento. Pessoas que talvez nem
sabiam o que era um EPI, hoje utilizam diariamente para
sua própria segurança. Com o olhar voltado para a segurança
e saúde das pessoas, agora não somente no trabalho,
mas na vida cotidiana, muitas possibilidades surgem
e fazem evoluir necessidades latentes. Uma delas pode
estar na relação da evolução do calçado profissional. De
acordo com o gestor de inovação do Instituto Brasileiro de
Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), Deivis
Gonçalves, é comum ouvirmos profissionais que utilizam
um calçado de segurança ou ocupacional queixarem-se do
visual antiquado e pouco atrativo, seguido de comentários
de insatisfação quanto ao peso e conforto.
Esse excesso de conservadorismo do setor referente
a produtos evidencia-se quando se observam os índices
de vendas, com preço médio a R$ 36,36 o par (Animaseg,
2019) ainda menor que o ano anterior, quando era R$
37,13 (Animaseg, 2018). “Os calçados profissionais (EPIs) no
Brasil ainda permanecem num modelo tradicional e pouco
evoluído. Algumas justificativas poderiam ser utilizadas
aqui, como a cultura do empresário no Brasil que vê o EPI
como custo e não tem percepção de valor no calçado e
nem dos benefícios que podem vir dele a partir da performance
e conforto, dentre outros”, considera o gestor.
Lembrando que as empresas podem encontrar justificativas
para seguir a produção dos seus calçados do
mesmo jeito - a chamada zona de conforto -, ele chama
a atenção para o fato de que as oportunidades deste
novo normal estão onde poucos já foram, ou seja, na
diferenciação e evolução do EPI. “Não é uma invenção ou
achismo, mas constatações a partir de estudos de mercado,
tendências de comportamento do usuário, evolução
do ser humano e das megatendências globais. É só olhar
para outros segmentos de calçados, que veremos um
abismo entre o EPI e um calçado casual, assim como olhar
para países mais desenvolvidos gera tendências que mais
cedo ou mais tarde chegarão aqui”, argumenta Deivis, que
periodicamente visita feiras deste setor realizadas fora do
Brasil.
FOTO LUÍS VIEIRA
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