Passos práticos para
as MPEs
sobreviverem
à crise
Anunciada no dia 27 de março
pelo Governo Federal, a linha
emergencial para financiar folha de pagamento
de pequenas e médias empresas
conta com o valor de R$ 40 bilhões e
deve beneficiar 1,4 milhão de negócios.
Responsáveis por 54% dos empregos
formais do País, as micro e pequenas
empresas devem ganhar fôlego para
sobreviver durante a crise provocada
pelo novo coronavírus. O crédito é destinado
a empresas com faturamento
anual entre R$ 360 mil a R$ 10 milhões.
Essa linha visa a financiar dois meses
da folha de pagamento, com volume
de R$ 20 bilhões por mês que irão
diretos para a conta do trabalhador.
De acordo com a medida, a empresa
que aderir a essa linha fica obrigada
a manter o emprego durante os dois
meses de programa. A especialista em
finanças pessoais e para pequenos negócios,
Carol Stange, considera positiva
a iniciativa do governo, mas alerta que
os empresários precisam tomar certos
cuidados, mesmo que os juros anuais
estejam em torno de até 4% ao ano.
Pensando nisso, a empresa aponta
algumas recomendações para tentar
minimizar os impactos nesse momento
complicado.
1. É hora de usar o seu capital de giro. Capital de
giro é uma espécie de Reserva de Emergência da empresa.
Eu costumo recomendar que o pequeno empreendedor
tenha em torno de seis meses de capital de
giro disponível para eventuais emergências no negócio.
2. Vale a pena rever seu pró-labore. A retirada mensal
do pequeno empreendedor precisará sofrer ajustes
a fim de manter a saúde financeira da empresa.
3. Corte seus custos e despesas. Não tem como fugir
dessa análise. Agora é a hora de detalhar os custos e
despesas e fazer cortes no que puder. Após o mapeamento,
negocie taxas bancárias, diminua custos de
energia elétrica, água, negocie o aluguel, corte o que
puder.
4. Classifique suas despesas e custos em essenciais e
postergáveis (ou negociáveis). As essenciais são aquelas
que impactam diretamente o seu negócio, como contas
de consumo e internet. As postergáveis ou negociáveis
são aquelas que podem ter seu pagamento adiado por
algum tempo sem grandes prejuízos imediatos. Todo
recurso agora é precioso para fazer o negócio sobreviver
à crise, mas lembre-se de que o seu fornecedor
está passando pelo mesmo problema que o seu. Assim
sendo, busque o ganha a ganha.
5. Antecipação de recebíveis: Para as despesas que
não podem ser postergadas ou negociadas, uma saída
é solicitar antecipação dos recebíveis junto ao banco e
administradoras de cartão.
6. Priorize produtos e serviços que tenham mais
margem. Interrompa as atividades que geram pouco
ou nenhum lucro. Produtos e serviços que não agregam
receita nesse momento devem ser retirados do seu
portfólio.
7. Segure os investimentos. Não é hora de comprar
maquinário, realizar benfeitorias no imóvel ou contratar
pessoas.
8. Levante capital. Aproveite o momento para fazer
descontos e promoções para desovar um eventual estoque
parado. O pequeno empreendedor pode avaliar
também a venda de veículos e maquinários ociosos.
9. Fique atento aos programas de incentivo. Há
várias medidas de apoio ao pequeno empreendedor
sendo discutidas e em aprovação. Use-as.
10. Pense fora da caixa. Grandes oportunidades
surgiram em meio à crises econômicas- sempre houve
quem visse além da tempestade e encontrasse soluções
inovadoras para todos. É preciso sangue frio, mas o momento
de readequar e inovar no seu negócio é agora.
maio | junho • 97