CUIDADOS
COM A GESTÃO
FINANCEIRA SÃO
FUNDAMENTAIS
em meio
à crise
Durante o período de crise
causado pelo avanço da
pandemia do coronavírus,
a gestão financeira - em especial,
o controle do fluxo de caixa
- merece atenção especial das micro
e pequenas empresas. Pesquisa
realizada pelo Serviço Brasileiro de
Apoios às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae) entre os dias 20 e 23
de março, junto a um universo de
9.105 donos de pequenos negócios,
revelou que, na média, a redução
no faturamento das empresas foi
de 69%. Diante desse cenário, o
analista do Sebrae, Adalberto Luiz,
explica que o importante neste momento
é manter o equilíbrio entre
o que está sendo faturado e o que
há de despesa. “O controle de fluxo
caixa é fundamental para todos e
o empreendedor deve adotar uma
postura realmente criativa, buscando
alternativas para a geração de
receitas”, destacou.
Quando se trata de controle
de caixa é preciso analisar as entradas,
ou seja, as receitas que são
decorrentes de vendas, e também
as saídas, que incluem as despesas
e os custos que a empresa possui.
De acordo com o analista, o primeiro
passo é verificar o volume
de vendas no período e analisar outras
possibilidades para compensar
a perda de negócios pelo fato de
não estar atuando normalmente.
A orientação também vale para os
microempreendedores individuais
(MEI) que sofrem o impacto na redução
da prestação de serviços.
O uso da internet e das redes sociais
é uma alternativa para chegar
até o cliente e oferecer os produtos
e serviços. Mesmo não funcionando
normalmente, a empresa pode
manter o negócio com entregas em
domicílio e não precisa necessariamente
criar uma loja virtual para
realizar o atendimento. As plataformas
das principais redes sociais,
como Instagram e Facebook, possuem
recursos para anúncios pagos
e o Whatsapp também oferece uma
versão voltada para os negócios
individuais ou de menor porte, chamado
Whatsapp Business.
O Sebrae também disponibiliza
aos donos de pequenos negócios a
plataforma Mercado Azul, que funciona
com uma vitrine digital para
anunciar e encontrar fornecedores,
de forma gratuita, em todo o País.
Além disso, para facilitar as transações
financeiras, as operadoras
de cartões de crédito já oferecem
a possibilidade de pagamento por
meio de envio de links para os
clientes.
Em relação às despesas, o analista
orienta avaliar tanto os custos
fixos quanto os custos variáveis. No
primeiro caso, o empresário deve
buscar renegociar com os credores
com o objetivo de postergar os
pagamentos ou até mesmo propor
os parcelamentos dos custos, como
aluguel, por um certo período.
Já os custos variáveis devem
ser avaliados de acordo com a produção,
tendo em vista a queda nas
vendas. “Esse é o momento que o
empreendedor tem que ter muito
cuidado ao tomar decisões seja
para tomar um crédito, seja para
demitir. Vale lembrar que demissões
geram um custo muito alto
e que depois será necessário um
novo custo para contratar”, alertou
o analista.
96 • maio | junho