ISOLAMENTO SOCIAL MOVIMENTA O
e-commerce brasileiro
Nas últimas semanas, o mundo tem se deparado
com uma situação nunca vista antes, o isolamento
social por causa da pandemia do coronavírus
(Covid-19). Com a doença, as autoridades estão orientando
a população a ficar em casa e pedindo o fechamento de
alguns estabelecimentos. A ação está impactando diretamente
o varejo, principalmente, no online.
Segundo o fundador e presidente do Comitê de Líderes
de E-commerce (ComEcomm), Fernando Mansano, as vendas
online estão subindo diariamente. “O aumento já acontece
em diversos segmentos de produtos, incluindo alimentos.
No setor alimentar, a aceleração está em categorias de
não perecíveis, por causa do comportamento de estoque.
Outra evolução ocorre no setor de higiene e limpeza”, comenta.
“O que temos observado é que aumentou muito o volume
dos e-commerces. Se formos analisar, o cenário global
está demandando pelo comércio pela internet. Para isso,
investimentos estão sendo realizados. A Amazon contratou
mais de 100 mil funcionários temporários só para atender a
demanda. No Brasil, estamos vendo um crescimento muito
forte, principalmente de lojas virtuais de produtos de primeira
necessidade: alimentos, remédios e higiene”, explica
Fernando.
De acordo com ele, também existe a procura por produtos
alternativos. “São itens de mobilidade: bicicleta, patinete
elétrico, mas deve parar, pois tem o isolamento social. A
busca pelos artigos começou quando a população estava
fugindo do transporte público. Os demais segmentos, no
geral, tiveram uma redução. Mas está melhor que no varejo
físico”, observa.
“Na região de Ribeirão Preto temos muitas alternativas
de compras online em todos os segmentos, contamos inclusive
com supermercados virtuais. Vendas pelo site com
entrega em casa, não apenas a comercialização de eletro
e eletrônico, que estamos acostumados. Também tem a opção
de drive-thru. São diversas formas de fazer as compras
com segurança”, diz Fernando.
Segundo o diretor do ComEcomm, é o momento do consumidor
utilizar os canais online para diminuir o contato e
respeitar o isolamento. “As empresas têm bons atendimentos.
Por causa do movimento intenso, alguns e-commerces
tiveram de aumentar o prazo de entrega. Para isso, as compras
devem ser de forma planejada, pois pode demorar de
dois a quatro dias para o pedido chegar, mas está funcionando
tudo normalmente”, avalia.
Dicas gerais para os
consumidores fazerem
boas compras pela
internet:
- Compre de site que você confia,
conhece e já utilizou;
- Privilegie as lojas da cidade e
da região. Ajude a economia local,
inclusive de pequenos empreendedores
que estão vendendo pelas
redes sociais. Se não tiver venda online,
tente por telefone, pois grandes
varejistas conseguem sobreviver
em momentos de crise;
- Opte por pagamentos online.
Evite ter contato com a máquina
de cartão durante a entrega. Uma
dica é criar uma conta em um intermediário
como PagSeguro, MercadoPago,
entre outros. Eles enviam
um pedido de cobrança que pode
ser pago com o cartão de crédito. É
seguro para o cliente e para o vendedor.
Oportunidade para
os empreendedores
Os estabelecimentos que ainda
não contam com lojas virtuais podem
aproveitar o momento para
criá-las e deixar o seu negócio bem
financeiramente. “Temos de nos
adaptar com a forma de vender e
comprar. O lojista precisa se atualizar
dela urgente. Não adianta lamentar.
Ainda dá tempo de correr
atrás e continuar com o negócio
com simples ferramentas como, por
exemplo, o WhatsApp e redes sociais
como Facebook e Instagram”,
incentiva Fernando.
Buscas na Internet
No site de busca Google, a categoria
de varejo que teve mais
buscas foi a de Limpeza, com uma
média de pesquisas 30% maior no
período de 7 a 13 de março. Os dados
são do estudo Impactos no Varejo
- Covid-19, divulgada em 17 de
março pelo Google Retail AIT.
94 • maio | junho