muito específicas. Isto não significa que
as duas não vão coexistir, mas sim que o
volume de vendas online será exponencialmente
maior, a partir de agora.
Reuniões de empresas que exijam
grandes deslocamentos e movimentações
de pessoas, hoje acontecem com
mais ordenamento e maior profundidade,
com custo muito menor. Este é
mais um aprendizado. De acordo com
ela, a pandemia pode consolidar novos
marcos, como por exemplo, contratos
preverem relações mais virtuais, novos
paradigmas para os vínculos trabalhistas,
e até sob o aspecto da promoção da
inovação tecnológica.
Susana falou sobre estudos que já
vinham sendo feitos por cientistas econômicos,
que apontavam uma mudança
em termos de liderança geoeconômica,
a partir do domínio de tecnologias, entre
elas a nanotecnologia, inteligência
artificial, internet das coisas, tecnologias
que vão estar impactando de forma matricial
a economia e o novo arranjo de
produção.
A gestora do Tecnosinos enfatizou
o trabalho que o IBTeC já vem fazendo
na área de substâncias restritas e nanotecnologia
aplicada a componentes
e matérias-primas, afirmando que são
aplicações que terão muita relevância
no futuro. Lembrou o uso de tecnologias
das coisas para calçados, com dispositivos
que diagnostiquem questões de saúde,
por exemplo.
Ela salientou que este momento de
discussão de lideranças geoeconômicas
poderá deslocar a liderança de alguns
setores para as Américas, “o que pode
trazer uma janela de oportunidade para
o setor coureiro-calçadista, na produção
de novos materiais e novos insumos tecnológicos”.
Portanto, sentencia, “é hora
de as empresas trabalharem suas estratégias,
para aproveitar as oportunidades
que o pós-pandemia nos trará”.
Também ressaltou que o IBTeC tem
um papel importante neste momento,
porque tem a missão de trabalhar o desenvolvimento
do setor como uma busca
continuada de posicionamento estratégico.
O setor passou várias fases no
seu desenvolvimento, desde a época em
que era competitivo por ter mão de obra
farta, e insumos, e por isto se deslocou
mundo afora, mas no caso do Brasil buscando
um geoposicionamento a partir
de processos de inovação tecnológica.
O presidente do conselho da Calçados
Bibi, Marlin Kohlrausch, abriu sua
fala afirmando “considero que o que
está acontecendo hoje foi uma Terceira
Guerra Mundial, onde não houve um
tiro, nem uma bomba. No seu entendimento,
a situação atual foi iniciada com
o pânico, depois veio a hora da verdade,
em que as pessoas viram suas perdas.
Na sequência, o momento de manifestação
da solidariedade, onde pessoas
e empresas estão empenhadas em se
ajudar, mutuamente. Agora, na opinião
de Marlin, estamos chegando na fase da
negociação.
Segundo Marlin, mais do que nunca
a cultura empresarial e o propósito serão
levados em consideração, principalmente
pelos consumidores, que estarão
mais conscientes e buscando fornecedores
que tenham compromisso com a
sociedade e com seu grupo de trabalho
Ele apelou aos empresários do setor
para que não demitam. Disse compreender
que o momento é difícil, e que muitas
empresas terão que diminuir tamanho
e equipes, mas pede que esta seja
uma atitude tomada somente quando
realmente for necessário. Disse acreditar
que as pessoas vão olhar para estes
aspectos na hora de escolher as marcas
com as quais estarão afinadas quando o
consumo voltar ao normal. “Temos que
aumentar os níveis de confiança, com
os colaboradores, com os fornecedores,
com os consumidores.” Na sua opinião,
“o mundo vai precisar de lideranças humanas”.
As formas de relacionamento
com tudo vão mudar, com as pessoas
buscando soluções digitais para tudo.
Também entende que as pessoas consumirão
de uma forma mais consciente,
com foco no propósito das marcas e das
empresas. Marlin Kohlrausch acredita
que o Brasil vai dar uma virada muito rápida
na recuperação, e que os setores de
calçados e confecções serão beneficiados
na volta do consumo. No seu entendimento,
as autoridades precisam abrir
o comércio para reativar a economia.
Disse acreditar muito no movimento de
valorização da produção local e nacional,
seguindo um movimento que já vem
sendo visto em outros lugares do mundo.
Ele acredita que “o novo normal”
deverá vir em agosto. Especificamente,
na área de exportações, Marlin entende
que a guerra comercial entre China e
Estados Unidos deverá concretizar uma
oportunidade que os fabricantes brasileiros
de calçados precisam se preparar
para aproveitar.
Para encerrar o debate, o presidente
executivo do IBTeC, Paulo Griebeler,
falou da importância do encontro, com
o objetivo de avaliar a situação atual,
vislumbrando o futuro. Ressaltou as tendências
que já fazem parte das nossas
vidas, como a digitalização de todas as
relações empresariais, o trabalho remoto,
ensino a distância, reuniões virtuais,
cuidados com a saúde e com o bem-estar.
Temas como sustentabilidade e responsabilidade
social estarão cada vez
mais valorizados por consumidores de
todo o planeta. Agilidade e velocidade
nas respostas fazem parte dos pré-requisitos
para a sobrevivência de qualquer
empresa, preconiza Paulo.
No seu entendimento, as empresas
precisam estar atentas para que possam
responder de forma ágil ao surgimento
de novas oportunidades. E contou que
o IBTeC está fazendo agora um grande
investimento para atender os fabricantes
de EPIs - setor que ganhou importância
com a pandemia, e que precisa do
apoio do instituto. Também falou sobre
a oportunidade que a indústria calçadista
deverá ter agora para recuperar seu
protagonismo no mercado internacional.
O próximo Happy Hour com Tecnologia,
em formato de live já tem data
marcada. Será no dia 27 de maio com
o tema A sustentabilidade como fator
decisivo para a exportação de calçados:
atualizando o tema substâncias restritas.
A transmissão será pelo Facebook e
Youtube.
72 • maio | junho