Fórum Fimec levou conteúdo e
troca de experiências para potencializar negócios
Buscando transformar a cadeia
coureiro-calçadista através da
troca de conhecimento, aconteceu
na manhã do dia 11 de março, segundo
dia da Fimec, o Fórum Fimec. O
evento realizou a sua terceira edição
buscando potencializar o desenvolvimento
do mercado através de debates
sobre temas relevantes, troca
de experiências com profissionais de
referência nacional e internacional,
networking, construção de conhecimento
e atualização para gerar oportunidades
de negócios. Na abertura,
o diretor-presidente da Fenac, Marcio
Jung, ressaltou a importância da
feira em trazer debates sobre o setor.
“Nós, da Fenac, buscamos introduzir
sempre espaços para as pessoas discutirem
assuntos pertinentes ao setor
em nossas feiras”, comentou.
Uma das palestrantes do Fórum
foi a especialista em couro, Dra.
Christine Williams, do Satra Technology
Centre, da Inglaterra. Em sua
fala, ela ressaltou que há diversas
pesquisas sendo feitas no Brasil e
que a indústria brasileira já busca e
trabalha pelo conforto. “O conforto
é muito importante para a indústria
brasileira, mas temos que pesquisar
para novas ideias”, defende Christine,
ao considerar que o conceito de
que conforto é sinônimo de falta de
desconforto não é muito bom. Sem,
entretanto, apresentar uma outra
definição que pudesse ser melhor
utilizada.
Considerando que o encaixe do
pé é essencial, ela destacou que existem
outros fatores a se considerar no
uso de um calçado, como as propriedades
termofisiológicas - suor, apoio,
temperatura interna e revestimento,
por exemplo. Dentre os atributos
de conforto, ela citou também o acolchoamento
e a flexibilidade. E além
disso, apresentou vídeos sobre testes
que podem ser feitos pra garantir a
resistência e o conforto do calçado.
Lembrando que é preciso pensar
também no consumidor que compra
o produto online, sem ir até a
loja para experimentar o calçado,
ela relatou estudos realizados pelo
Satra para mapear os pés de pessoas
de diferentes países, como Estados
Unidos, Reino Unido e China, numa
tentativa de estabelecer padrões
mais confiáveis sobre as peculiaridades
dos pés nessas diferentes regiões
do planeta.
Lembrando que o consumidor
quando experimenta o calçado está
dentro de uma loja, mas quando
vai usar o produto poderá estar em
ambientes totalmente diferentes,
como terrenos com pedras ou muita
umidade, ela salientou que isso
tem que ser pensado pelos técnicos
que projetam os calçados. Já sobre
tecnologias para medir o conforto,
comentou o uso de sensores de pressão
para fazer o mapa de pressão no
pé tanto na situação estática quanto
na dinâmica e também a utilização
de diferentes tipos de scanners, com
os quais foram coletados dados
utilizadas para se estabelecer oito
dimensões possíveis do pé para um
mesmo calçado, visando a melhorar
a relação do conforto nos calçados.
Segundo ela, estes estudos comprovaram
também outros aspectos
sobre o uso dos calçados, tais como
o fato de que os homens priorizam
mais o conforto que as mulheres “As
pesquisas mostraram que os homens
costumam comprar calçados com
numeração maior do que a que
precisam para evitar que ele aperte
durante o uso, enquanto boa parte
das mulheres admitem comprar calçados
com números menores do que
o indicado para os seus pés por uma
questão de estética”, afirmou.
FOTO LUÍS VIEIRA
Dra. Christine Williams,
Satra Technology Centre
16 • maio | junho