ebook_curadoria_digital_usp.pdf Curadoria Teste - May. 2014 | Page 8

Apresentação A presença das redes digitais de informação e comunicação em nosso dia-a-dia – ou mais simplesmente, a presença da internet – incorpora em nossos relacionamentos e trocas de informações uma sucessão de comportamentos, hábitos, linguajares, atitudes e ações que se transformam rapidamente em práticas sociais coletivas, ultrapassando os limites daquele do grupo de cidadãos conectados em rede digital. Falamos, portanto, de fenômenos da cibercultura que empurram a sociedade como um todo para “estados” de compartilhamento e cognição coletivos. Tem sido assim quando uma hashtag como #calabocagalvão se transforma em capa de revista; quando o “churrasco de gente diferenciada” salta do Facebook para uma verdadeira aglomeração no bairro de Higienópolis, SP; ou quando termos de significado específico passam a identificar contextos e comportamentos ciberculturais – os portais, a arquitetura, os memes, e também curadoria. O termo curadoria entrou na categoria dos ciber-significados de uma forma impactante e muito recentemente. O bem conhecido e consolidado curador das artes ou aquele curador gestor legal de patrimônios passaram a conviver com uma multidão de curadores da informação, curadores digitais, curadores de festas, de musicas, de programações, de coletâneas literárias, entre outras novas funções que necessitam de “cura” para se concretizarem. Um dos primeiros questionamentos que um pesquisador do campo das mídias e comunicação digitais faz ao deparar-se com tal profusão de usos de um mesmo termo está na analise do seu potencial transformador das relações sociais. Quando isso acontece no meio digital, nos vemos acelerando analises e olhares para entender as implicações de um novo ciber-significado nos contextos da comunicação e da informação. Antes que o significado se perca. Foi esse o leit motif inicial que o COM+ - Grupo de Pesquisa em Comunicação e Mídias Digitais da ECA-USP – Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, elegeu discutir o tema “curadoria digital” como seu foco de pesquisa ao longo do ano de 2011. Um tema com poucas referencias cientificas, mas com muito uso social. Toda atividade de pesquisa acadêmica no campo da comunicação só tem sentido se estabelece uma relação direta com vivencias e experiências. Especialmente se considerarmos o contexto cibercultural como o mais instigante campo de experimentações para sustentar nossas reflexões conceituais. Para acompanhar a velocidade das relações digitais há que se