O carioca Jorge Eduardo Machado, de
38 anos, é jornalista formado pela UFRJ,
em 2002. Repórter com passagens pelos
jornais O Globo, Extra e Folha Dirigi-
da, além da Rádio Nacional, foi, ainda,
revisor da Empresa Municipal de Mul-
timeios da Prefeitura do Rio (Multirio).
Também bacharel em Direito, atual-
mente é analista judiciário do Tribunal
Regional do Trabalho do Rio de Janeiro.
Premiado em diversos concursos literá-
rios, publicou obras em antologias de
contos. Agora, lança seu primeiro livro
solo.
O DIABO MORA NESTA CASA E OUTRAS HISTÓRIAS
A coletânea reúne 22 contos e microcontos escritos pelo autor entre 2004 e
2016. Sem aderir ao horror gratuito regado a tripas e sangue, as narrativas en-
trelaçam dramas humanos e conflitos sobrenaturais, como na obra-título, O
diabo mora nesta casa, na qual, ao relembrarem o exorcismo de uma menina,
seus familiares deixam emergir segredos inconfessáveis. A presença demoní-
aca é recorrente nos relatos (como em Amarga dádiva e Natal sombrio), mas
há outras entidades mitológicas que aterrorizam os protagonistas (a exemplo
de Trinta moedas e 13 meninos). Em Statu quo, o mito do vampirismo é usa-
do como metáfora para a crítica socia l. Há, ainda, textos que, apesar de não
apresentarem o elemento supernatural, mortificam pela construção de um
suspense que conduz à supremacia da violência, seja física ou psicológica (ca-
sos de Yin-Yang e Primeira vez). Um traço marcante em todos os contos são
os finais surpreendentes, à moda do cineasta M. Night Shyamalan, de quem o
autor é fã.
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