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Dois presidentes , oito treinadores , alguns heróis improváveis e múltiplos goleadores . De Hernâni a Taremi , do Jamor a Coimbra e de Coimbra ao Jamor , reconstituímos a história de nove dobradinhas em que só há lugar para um técnico repetente . Em menos de dois anos , Sérgio Conceição juntou a Taça de Portugal à Liga por duas vezes , abrilhantando uma narrativa em que também sobra espaço para Mlynarczyk e Baía vestirem a pele de protagonistas .

TEXTO : ALBERTO BARBOSA

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27 DE MAIO DE 1956 FC PORTO-TORREENSE , 2-0 Treinador : Dorival Yustrich Presidente : Cesário Bonito

Sessenta e três anos antes de ganhar dimensão europeia no calendário de qualquer portista que se preze , o dia 27 de maio trouxe a primeira vitória na Taça de Portugal e , com ela , a primeira dobradinha . No Jamor , com dois golos de Hernâni , o FC Porto de Dorival Yustrich derrotou o Torreense , que tinha eliminado o Belenenses e o Sporting , e fechou um percurso iniciado no Estádio das Antas com uma goleada histórica sobre o Portimonense ( 13-1 ) num jogo com sete golos de Teixeira e quatro de Jaburu . Académica e Leões de Santarém foram os

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adversários e as vítimas que se seguiram

antes de o Marítimo cair na meia-final ,

Com 80 centímetros desde a base até ao topo , mais sete do que o troféu da Liga dos Campeões , a taça com que a Liga Portugal distingue o campeão nacional desde 2011 é o maior dos 81 troféus conquistados pelo FC Porto em 100 anos de competições nacionais e internacionais . Não é , no entanto , o mais pesado , ganhando por 500 gramas ao da Champions , mas perdendo por cinco quilos para o da Liga Europa , que do suporte de mármore ao alto octogonal de prata atinge os 15 kg . De design e produção 100 % nacional , glorifica o vencedor num projeto de ouro e prata enriquecido com a inscrição do poema “ Se me vem tanta glória só de olhar-te ”, de Luís Vaz de Camões .

O troféu original , uma “ joia de prata e madeira ” que a Federação guarda em Lisboa , atinge um metro de altura e os 15 quilos de peso , mas os vencedores da Taça de Portugal trazem para casa uma réplica com pouco mais da metade do tamanho ( 58 centímetros ) e cerca de um décimo do peso do modelo primitivo ( 1,605 kg ), que remonta aos tempos do Campeonato de Portugal , competição que os

Dragões ganharam por quatro vezes . Num e noutro caso , repetemse motivos da época dos Descobrimentos e símbolos da nacionalidade , como as cinco quinas , a esfera armilar e a cruz de Cristo .

16 DE JUNHO DE 1988 FC PORTO-VITÓRIA DE GUIMARÃES , 1-0 Treinador : Tomislav Ivic Presidente : Pinto da Costa

Campeão nacional , campeão mundial e vencedor da Supertaça Europeia , o FC Porto de Tomislav Ivic somou o quarto troféu da época no Jamor , onde venceu o Vitória de Guimarães com Jaime Magalhães a marcar o único golo da final que garantiu aos Dragões a sexta Taça de Portugal . Ao longo do percurso em que afastou , entre outros , Boavista e Benfica , foi o guarda-redes Mlynarczyk quem desempenhou o papel de herói improvável no Bessa , onde transformou o quinto penálti dos azuis e bancos antes de defender o quinto dos axadrezados e apurar a equipa para as meias-finais depois de mais de quatro horas de futebol na soma das duas mãos .

disputada no Estádio Pina Manique , em Lisboa . Marcou Hernâni , para não variar .

24 DE MAIO DE 1998 FC PORTO-SC BRAGA , 3-1 Treinador : António Oliveira Presidente : Pinto da Costa

A história da nona Taça de Portugal conquistada pelo FC Porto em ano de tetracampeonato ficaria incompleta sem uma referência aos sete golos apontados por Mário Jardel no jogo dos 16 avos de final , frente ao Juventude de Évora , e outra ao surpreendente pontapé de bicicleta com que Artur fechou as contas no Jamor . Com Sérgio Conceição em campo , a vitória por 3-1 sobre o Sporting de Braga fez ainda de António Oliveira o primeiro treinador português a conseguir a dobradinha para os azuis e brancos .

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