não considera determinante para a mudança para a Europa . Ganhou , contudo , “ maior visibilidade ”. “ Tive a sorte de o hóquei em patins não ser profissional na Argentina , de forma geral . Jogava nos juniores e nos seniores , sempre que o treinador Miguel Gómez me selecionava para a equipa . Foi o primeiro a apostar em mim e devo-lhe muito ”, sublinhou . Duas equipas ligadas por um país e a vestir as mesmas cores : o azul e o branco . Na Europa esperava-o um clube que lhe reconheceu muito potencial e que também exibia ( e exibe ) orgulhosamente as mesmas cores , ainda que em tons diferentes . “ O azul e branco é inevitavelmente especial , apesar de gostar muito do azul bebé . É uma coincidência , mas posso dizer que gosto de me ver nessas cores . Sinto-me
muito bem de azul ”, comentou .
OS SEIS DO DECA
A “ maior mudança ” da vida de Reinaldo García deu-se aos 18 anos , quando assinou pelo FC Porto .
“ Deixar a família , amigos , costumes ,
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a língua … Foi difícil . Estive prestes a desistir após uma semana no Porto ”, confessou , ainda que a força para concretizar o sonho de sempre tivesse sido mais forte . “ Pouco a pouco fui conhecendo os meus colegas e criei amizades , uma delas com o Ricardo Figueira , que é agora meu cunhado . Ele foi um apoio muito grande para mim , sabia falar espanhol e ajudou-me na transição ”, afirmou . Lentamente , garantiu um lugar na equipa principal , na qual estavam alguns dos melhores jogadores de sempre dos azuis e brancos . Com eles , Reinaldo aprendeu “ mesmo quando eles não se apercebiam ”, razão pela qual considera esta fase como o “ culminar ” da sua formação . E foi entre estes grandes hoquistas que venceu o primeiro campeonato português . “ Foi maravilhoso ”, atirou . “ Tinha havido uma pequena revolução na equipa e foi ainda mais especial por isso . Como é normal , não se sabia se essa mudança iria funcionar , mas vencemos no final . Foi muito satisfatório por isso , porque , mesmo numa equipa em |
transformação , conseguimos vencer ”. Aquele título abriu o ciclo do decacampeonato , algo inédito na modalidade e que muito dificilmente será repetido . Reinaldo García conquistou seis dos dez consecutivos , antes de se mudar para Espanha . “ A cada título conquistado , e não querendo pensar que poderíamos perder o campeonato , o que seria perfeitamente normal , inconscientemente era uma pressão extra que tínhamos ”. Não foi fácil , como nada é no hóquei em patins . Mas o FC Porto , e só o FC Porto , conseguiu . “ Festejei muito no sexto , porque sabia que tinha terminado uma etapa da minha vida , mas sabia que estávamos a fazer história que , felizmente , não tinha acabado após os seis títulos para o FC Porto ”.
LICEO , BARCELONA E O REGRESSO
Foi em 2007 que iniciou essa etapa longe do FC Porto . No país vizinho , esteve dois anos no Liceo e outros seis no Barcelona , clube em que se tornou “ uma
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referência mundial ”. “ Estive em dois clubes totalmente diferentes , com vivências diferenças , mas foi muito positivo ”, admite o hoquista que também ergueu a taça de Campeão do Mundo pela Argentina . Outros troféus foram também erguidos em Espanha , entre eles três Ligas Europeias . No entanto , uma delas fica marcada não só pela vitória , mas também pelo finalista vencido , que vestia a camisola que tinha sido de Reinaldo . “ Quando acabou a final , a sensação de alegria não foi a máxima , porque do outro lado estava o FC Porto , o clube que me abriu as portas da Europa e pelo qual terei sempre um carinho infinito . Fiquei um pouco triste por ter sido contra eles ”, admite , nunca escondendo que deu o máximo pela formação blaugrana nessa final , uma vez que “ todos os atletas fazem tudo pelo clube que representam ”. Depois de seis temporadas na Catalunha , as portas ficaram abertas para a saída . O destino , comenta Reinaldo , só podia ser um . “ O primeiro clube em que pensei foi o FC Porto . Pela história que já |