Mike Morrison
ENTREVISTA de SÉRGIO VELHOTE
O norte-americano Mike Morrison é um homem do mundo . Portugal e a cidade do Porto são as mais recentes paragens de uma viagem que o levou a todos os cantos da Europa e é no FC Porto que procura “ conquistar todos os troféus em disputa ”. Com o 22 nas costas , um número “ especial ”, o poste norte-americano promete muita “ energia ” em campo para ajudar os Dragões , depois de já os ter defrontado no início da época .
Já viu o Dragão Arena praticamente cheio em 2015 , quando o Fraport Skyliners defrontou o FC Porto na FIBA Europe Cup . Agora , praticamente sete anos depois , foi com as bancadas vazias que vestiu pela primeira vez a camisola azul e branca . “ Fica-me bem , posso levar já esta para casa ?”, disse , entusiasmado por ter o emblema do FC Porto ao peito . “ Trago muita vontade comigo . Estava a tentar vir para cá há algum tempo e finalmente consegui ”, começou por dizer o jogador de 32 anos , que tem ligações ao plantel portista que remontam aos tempos de faculdade . “ Joguei com o Jonathan Arledge e sempre nos demos muito bem . Espero que essa conexão me ajude a adaptar-me o mais rápido possível . Conheço-o pessoalmente e ele só me disse coisas boas sobre o clube . Estou ansioso para mostrar aos adeptos aquilo de que sou capaz ”, completa . Uma relação que liga o estado da Virgínia à cidade do Porto , mas só assim poderia ser , até porque Mike Morrison é um “ journeyman ”, ou seja , um jogador que representou muitos clubes em diferentes países . A carreira do poste levou-o à Bélgica , à Finlândia , à Alemanha , à Lituânia , à Grécia , à Turquia e ao Chipre , onde iniciou esta temporada ao serviço do Keravnos , um dos adversários do FC Porto na fase de qualificação para a FIBA Europe Cup . “ A equipa tem muitos bons jogadores . São muito difíceis de parar , porque há muitos jogadores com qualidades distintas e , se retirarmos algum , outro aparecerá para preencher esse espaço . Adoro essa profundidade do plantel ”, assume . Mike Morrison é mais uma peça no xadrez de Moncho López , reforçando a posição de poste . Ao descrever-se como jogador , o novo camisola 22 dos Dragões sublinhou que o maior fator que vai trazer ao jogo portista é “ energia ”. “ Alimento-me muito do ambiente que se vive nas bancadas e sei o que os nossos adeptos podem fazer . Senti-o como adversário e agora quero vivê-lo como jogador do FC Porto . Procuro defender com tudo o que tenho e , sempre que possível , fazer o público vibrar com alguns afundanços ”, sublinha .
A INFÂNCIA E O CESTO Com 32 anos , a paixão pelo basquetebol continua a crescer . A bola e o cesto estiveram sempre presentes na vida de Mike Morrison , que depressa se focou em fazer desta modalidade profissão . “ O meu pai e os meus irmãos sempre jogaram , por isso sempre tive esta ligação especial ao basquetebol . Nos meus tempos de criança , quando terminavam as aulas ia para o campo para jogar com os meus amigos ”, lembra o poste norte-americano . Com a idade , Mike ficou cada vez mais consciente da sua qualidade e aos poucos foi-se dedicando cada vez mais à modalidade . Com isso , o sonho de jogar na NBA também ficava mais próximo , mas nunca esteve suficientemente perto . “ Não é algo que me deixe triste ”, admite , até porque o caminho que fez o deixa “ extremamente orgulhoso ”. “ Todos temos o sonho de jogar nesses palcos , mas eu tive a sorte de ver o mundo graças ao basquetebol e isso ninguém me pode tirar . Confesso que , se me dessem a oportunidade de voltar
45 REVISTA DRAGÕES MARÇO 2022