Dragões #416 Jul 2021 | Page 65

CICLISMO
João Rodrigues , vencedor da Volta a Portugal , da
Volta ao Algarve e da Volta ao Alentejo , parabeniza José Neves pela vitória no Campeonato Nacional de Fundo

Tem sido um ano de vitórias para a W52-FC Porto , tanto coletivas como individuais . De norte a sul do país , os Dragões já vestiram de amarelo nesta temporada , mas para esta equipa não há limites , apenas o que há ainda por conquistar . Foi com esse intuito que a formação de Nuno Ribeiro encarou o Campeonato Nacional de Fundo , disputado em Castelo Branco , num circuito com várias voltas de diferentes tipos e num total de 192,2 quilómetros . Os azuis e brancos eram a equipa com mais corredores em prova , com 12 ciclistas à procura da vitória , uma vantagem entre o pelotão já que permitiria diferentes abordagens estratégicas . “ Somos uma equipa 100 % portuguesa e , como tal , é normal que fôssemos a equipa mais representada . No entanto , tal como aconteceu no ano passado , nem sempre isso significa que é essa a equipa que ganha ”, sublinhou José Neves , em entrevista à DRAGÕES . Os portistas estiveram sempre nos grupos em fuga , muitas vezes protagonizando os ataques que quebravam aos poucos o pelotão . “ Na reunião , o diretor [ Nuno Ribeiro ] disse-nos que tínhamos de estar sempre representados na frente e , se possível , com mais de um ciclista ”, afirmou . Numa corrida que contou com

“ corredores do World Tour , como Rui Oliveira ( UAE Emirates ), Nélson Oliveira ( Movistar ) ou João Almeida ( Deceuninck – Quick-Step ), as tentativas de fuga dos azuis e brancos foram prontamente controladas e só no quilómetro 70 o campeonato começou a ser decidido . Um grupo de 16 ciclistas descolou do pelotão , quatro deles da W52-FC Porto . Amaro Antunes , João Rodrigues , Francisco Campos e José Neves faziam dos Dragões a formação com mais peças neste xadrez , ainda que a Radio Popular-Boavista se encontrasse com três elementos na luta . Só que não foi preciso muito para decidir a corrida . A 30 quilómetros da meta , José Neves foi o primeiro a atacar . Ninguém o seguiu , já que seria improvável o portista continuar sozinho até ao fim . “ Quando saí , vi que os adversários já vinham um pouco desgastados . Vi que consegui ganhar um espaço e depois , quilómetro a quilómetro , consegui ganhar tempo para os adversários ”, afirmou o corredor , que ganhava cada vez mais confiança . “ Não tive medo de arriscar e tentei a minha sorte ”, sublinha . Incansável , o corredor natural de Évora cavou uma diferença de um minuto e nunca mais foi alcançado . Um triunfo com 47 segundos de vantagem sobre Rui Oliveira ( UAE Emirates ) e Gaspar Gonçalves ( Efapel ), segundo e

“ Vencer os Campeonatos Nacionais é uma enorme sensação de orgulho e dever cumprido . Durante a corrida tentámos estar sempre na frente e , a certa altura , percebi que os adversários estavam em dificuldade . Tentei a minha sorte , arranquei a uma volta do fim e consegui fazer uma diferença de tempo suficiente para chegar à vitória . Estou muito orgulhoso de poder vestir esta camisola durante um ano .”
José Neves , após a conquista do Campeonato Nacional
Campeão jovem e sénior
José Neves sagrou-se campeão nacional aos 25 anos , mas esta não foi a primeira distinção entre portugueses na carreira . O ciclista já tinha somado dois campeonatos nacionais na categoria de Sub-23 , ambos de contrarrelógio , e agora só pensa em “ conquistar mais títulos ”.
Sucesso no regresso
Após dois anos ao serviço da equipa de Burgos , o ciclista de Évora regressou em grande à W52-FC Porto . Ao longo desta temporada , José Neves venceu o 9 .º Grande Prémio O Jogo , tendo também corrido nas estradas algarvias , ajudando João Rodrigues e os azuis e brancos a ganhar a Volta ao Algarve .
65 REVISTA DRAGÕES JULHO 2021