Dragões #406 Set 2020 | Page 22

127 ANOS DE VITÓRIAS SEM IGUAL Já foi há muito tempo que Heitor Campos Monteiro escreveu (e Maria Amélia Canossa cantou) que o passado do FC Porto é “um livro de honras de vitórias sem igual”. É mesmo. Em apenas 127 anos, o clube que começou por servir para um grupo de amigos praticar uma modalidade que era quase desconhecida em Portugal transformou-se numa das mais prestigiadas instituições desportivas mundiais. Trata-se de uma história já longa, aqui apresentada de forma breve. TEXTO: DIOGO FARIA 1893-1906 UM SONHO QUASE DESFEITO A 28 de setembro de 1893, o jornal lisboeta Diário Illustrado anunciava na página 3: “Fundou-se no Porto um club denominado Football Club do Porto, o qual vem preencher a falta que havia no norte do paiz de uma associação para os jogadores d’aquella especialidade”. A iniciativa partira de António Nicolau d’Almeida, jovem comerciante de vinho do Porto, e envolvera a fina flor da burguesia estrangeira e estrangeirada portuense. Entre outubro de 1893 e março de 1894, realizaram-se vários treinos e jogos entre os sócios, e a 2 de março de 1894 os futuros Dragões disputaram frente ao Club Lisbonense a Taça D. Carlos I, perante o próprio monarca e a rainha D. Amélia. Apesar da aparente solidez institucional do FC Porto desde a sua origem (de que são testemunhos o primeiro regulamento, de 1893, e a realização de pelo menos uma assembleiageral), a verdade é que o clube entrou cedo numa fase de letargia que duraria 12 anos.