127
ANOS DE
VITÓRIAS
SEM IGUAL
Já foi há muito tempo que Heitor Campos
Monteiro escreveu (e Maria Amélia Canossa
cantou) que o passado do FC Porto é “um livro
de honras de vitórias sem igual”. É mesmo.
Em apenas 127 anos, o clube que começou
por servir para um grupo de amigos praticar
uma modalidade que era quase desconhecida
em Portugal transformou-se numa das
mais prestigiadas instituições desportivas
mundiais. Trata-se de uma história já
longa, aqui apresentada de forma breve.
TEXTO: DIOGO FARIA
1893-1906
UM SONHO QUASE
DESFEITO
A 28 de setembro de 1893, o jornal
lisboeta Diário Illustrado anunciava na
página 3: “Fundou-se no Porto um club
denominado Football Club do Porto, o
qual vem preencher a falta que havia no
norte do paiz de uma associação para
os jogadores d’aquella especialidade”. A
iniciativa partira de António Nicolau
d’Almeida, jovem comerciante de vinho do
Porto, e envolvera a fina flor da burguesia
estrangeira e estrangeirada portuense.
Entre outubro de 1893 e março de 1894,
realizaram-se vários treinos e jogos
entre os sócios, e a 2 de março de 1894 os
futuros Dragões disputaram frente ao Club
Lisbonense a Taça D. Carlos I, perante o
próprio monarca e a rainha D. Amélia. Apesar
da aparente solidez institucional do FC Porto
desde a sua origem (de que são testemunhos
o primeiro regulamento, de 1893, e a
realização de pelo menos uma assembleiageral),
a verdade é que o clube entrou cedo
numa fase de letargia que duraria 12 anos.