Dragões #404 Jul 2020 | Page 36

36 José Maria Pedroto Portugal, 1928-1985 Épocas no FC Porto: 1966/67-1968/69, 1976/77- 1979/80, 1982/83-1983/84 Títulos no FC Porto: 2 Ligas portuguesas, 2 Taças de Portugal Quando se conhece minimamente a história do FC Porto e se pensa na função de treinador do clube há um nome que surge inevitavelmente à frente dos outros: José Maria Pedroto. Não foi o técnico que ganhou mais troféus e não tem o nome inscrito nas conquistas que mais se destacam entre um riquíssimo palmarés, que são os sete títulos internacionais. Mas a sua importância na construção do FC Porto hegemónico em Portugal e vencedor no estrangeiro é avassaladora. Em três passagens pelas Antas, em três décadas distintas, o antigo médio que como jogador foi campeão em duas ocasiões alcançou vários feitos notáveis. Em 1968, conduziu a equipa à vitória na Taça de Portugal, único título conquistado entre o campeonato-Calabote, de 1959, e a constituição da dupla Pedroto-Pinto da Costa, em 1976. Já em democracia, e depois de novo triunfo na Taça, quebrou o jejum de 19 anos sem vencer o campeonato, em 1978, e renovou o título na época seguinte, fazendo do FC Porto bicampeão 39 anos depois das glórias de Siska. Após a eleição de Jorge Nuno Pinto da Costa como presidente, em 1982, começou a preparar a equipa que em 1983/84, já com o Mestre doente e afastado do banco, venceria a Taça e a Supertaça e atingiria o jogo decisivo da Taça das Taças. Mas os feitos desportivos, que não foram poucos, estiveram longe de ser tudo. José Maria Pedroto foi também um ideólogo e um executor de uma forma de ser, pensar e estar no FC Porto, um clube que não se verga perante nada nem ninguém, que não tem medo de assumir qualquer combate e que enfrenta e derrota os mecanismos opressores que durante décadas o afastaram do sucesso. Esse património espiritual é uma herança inestimável e é hoje um elemento fundamental da identidade do clube. REVISTA DRAGÕES JULHO 2020