Dragões #466 Set 2025 | Page 61

HÓQUEI EM PATINS
SETEMBRO 2025 REVISTA DRAGÕES

O percurso teve percalços, mas Portugal chegou primeiro à meta. A Seleção das Quinas venceu o Campeonato da Europa, algo que não acontecia desde 2016, com os jogadores do FC Porto a assumirem um papel determinante para mais um feito histórico. Há quase uma década, Hélder Nunes, Gonçalo Alves e Rafa estavam no plantel que derrotou a Itália por 6 – 2 na final. Nove anos mais tarde, os três passaram de jovens a referências experientes da seleção nacional, com Hélder a capitanear a equipa nacional no regresso aos títulos. O selecionador Paulo Freitas cumpriu ali o último ato como selecionador, uma vez que, logo após a final, tomou a direção do Dragão Arena para abraçar um novo desafio. Também Rafa disse adeus à seleção, colocando um ponto final numa carreira internacional de sucesso. Contudo, e no desporto em especial, nenhuma história é perfeita. Com a qualificação para os quartos de final assegurada, Portugal acabou o Grupo A sem pontos, mas soube vencer quando era obrigatório. A goleada frente a Andorra( 11 – 2) serviu de motivação para derrotar a Espanha nas meias-finais, em mais um clássico da modalidade apenas decidido nas grandes penalidades( 2-2). Com Hélder Nunes a assinar o segundo golo no tempo regulamentar, Gonçalo Alves converteu o penálti decisivo no desempate que colocou Portugal na final. Depois de vingar uma das derrotas na fase de grupos, houve novo reencontro na final. A França, capitaneada por Carlo Di Benedetto, procurava conquistar o primeiro grande título internacional, mas Portugal não deixou. Com Gonçalo Alves a contribuir com um golo, Portugal ergueu o troféu depois da vitória por 4-1 e com Rafa a ser o primeiro a levantá-lo. Quem também ergueu uma taça foi Tomás Santos. Num inesquecível ano de 2025, juntou as conquistas do campeonato nacional pelo FC Porto e do Campeonato da Europa de Sub- 23 ao triunfo no Europeu de Sub-19, em que capitaneou Portugal e foi o melhor marcador( nove golos). Com o jovem Dragão como referência no ataque, Portugal não só venceu a prova como a terminou invicto. Apesar da idade, o avançado continua a justificar a aposta dos campeões nacionais e, este ano, com Paulo Freitas— com quem trabalhou nos Sub-23—, quer ajudar a equipa azul e branca a atingir os objetivos para 2025 / 26. Campeões nacionais pelo FC Porto e campeões da Europa por Portugal. Um feito que não é único, tamanha é a pegada azul e branca na modalidade, mas lembra que estes Dragões continuam a vencer ano após ano. Agora, com novo líder no banco, Gonçalo Alves, Hélder Nunes, Rafa e Tomás Santos regressam a casa tentar celebrar o tricampeonato.

GOLEADORES À
MODA DO PORTO
Os três melhores marcadores do
Campeonato da Europa sabem o que significa representar o FC Porto. Carlo Di Benedetto, atual avançado dos Dragões, foi o segundo melhor, com sete golos, atrás de Giulio Cocco( 8), que vestiu de azul e branco entre 2018 e 2021, e à frente de Alvarinho( 6), que atuou pela equipa principal portista em 2015 / 16 e 2017 / 18. Ambos, curiosamente, foram campeões italianos ao lado de outro Dragão, Reinaldo García, ao serviço do Trissino.
GONÇALO E O PENÁLTI
É uma relação que já tem décadas, mas o capitão do FC Porto continua a ser um especialista de bolas paradas da modalidade. O camisola 77 apontou quatro golos neste Europeu, três deles de grande penalidade, mas aquele que não conta para a lista de melhores marcadores foi, certamente, o mais importante. À imagem do que fizera diante do Sporting nas meias-finais do campeonato nacional, Gonçalo colocou Portugal na final com um tiro certeiro no desempate frente à Espanha. Exímio, como sempre.
MANRUBIA EM ESTREIA
Foi a primeira convocatória de Pol Manrubia pela seleção principal de Espanha. O reforço do plantel azul e branco para 2025 / 26 foi chamado pela primeira vez e conseguiu duas assistências, além de se ter estreado a marcar frente à Áustria, nos quartos de final da competição.
DE GOLO EM GOLO
Tomás Santos aliou o mérito individual ao coletivo, ao sagrar-se o melhor marcador do Europeu de Sub-19, feito atingido com uma particularidade: marcou em todas as partidas. O percurso do jovem Dragão arrancou com um hattrick contra a França, antes de marcar frente à Espanha( 1) e à Itália( 2) na fase de grupos, bem como um golo nas meiasfinais, na desforra com os italianos, e mais um na final frente aos espanhóis.
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