Dragões #462 Mai 2025 | Page 64

ANDEBOL
MAIO 2025 REVISTA DRAGÕES
“ Não esperem que remate de longe como ele [ Jack Thurin ], porque ele é um grande rematador. Também consigo rematar, mas o que mais me diferencia é o um contra um. Sou um jogador explosivo, tenho muita capacidade física, velocidade e em cada dez lances vou tentar avançar sete vezes para um contra um e entrar nos seis metros.”
No Ivry, no entanto, tinha de liderar e ajudar a equipa a vencer. O mesmo acontece agora no GOG, porque temos um plantel muito jovem e tenho de os aconselhar a serem profissionais, treinarem bem e conseguirem mostrar todo o talento que têm. Gosto de ser um líder, mas apenas sou um jogador normal que gosta de ajudar os outros.
Nas primeiras declarações como jogador do FC Porto apontou a força como a principal mais-valia. Pretende utilizá-la mais no contexto defensivo ou ofensivo? É sempre mais divertido marcar golos. Quando era mais novo, entre os 18 e os 25 anos, fui um jogador muito ofensivo que marcava muitos golos. Entre os 28 e os 30, no Nantes, desenvolvi muito a minha capacidade defensiva e tornei-me um atleta capaz de fazer a diferença nas duas metades do campo. Agora no GOG temos muitos jovens talentosos no ataque e não tão disciplinados na defesa, por isso tenho um grande papel defensivo enquanto segundo defensor [ n. d. r.: atleta que defende o lateral adversário ], mas se tiver que defender no meio também o posso fazer. Claro que, se me derem a escolher, prefiro atacar, porque é mais divertido e quem vem ver andebol gosta de o fazer por causa do ataque, pouca gente aprecia os jogadores defensivos.
Recentemente, tivemos outro lateral direito sueco, o Jack Thurin. Cruzou-se com ele? Joguei contra ele recentemente na Dinamarca e já o tinha defrontado muitas vezes na Suécia. Não o conheço muito bem, mas cumprimento-o se o vir [ risos ].
Os adeptos reconheciam-lhe muito valor no remate e na forma como tirava proveito dos dois metros de altura. Podemos esperar o mesmo do Linus? Não esperem que remate de longe como ele, porque ele é um grande rematador. Também consigo rematar, mas o que mais me diferencia é o um contra um. Sou um jogador explosivo, tenho muita capacidade física, velocidade e em cada dez lances vou tentar avançar sete vezes para um contra um e entrar nos seis metros.
O FC Porto ganhou fama pela implementação do sete contra seis. Já o usou anteriormente e sente-se confortável com essa tática? Sim, nós usamos esse estilo de jogo aqui na Dinamarca. É diferente do tradicional seis contra seis, é necessário procurar a melhor solução, escolher bem o lado onde queremos atacar e não arriscar muito, porque temos de voltar a colocar o guardaredes em campo. Mas, se me perguntar, prefiro jogar em seis contra seis.
Gosta de jogar com os pivôs? Gosto muito. Os pivôs são muito importantes no andebol, especialmente os que jogam no FC Porto. Aproveitámos isso muito bem no Nantes porque tínhamos jogadores com dois metros nesse posto específico que pesavam 120 ou 130 quilos. Acho muito bem usarmos os pivôs para criarmos vantagens ou então para os encontrarmos em posição privilegiada. Vou esforçar-me para me relacionar bem com eles.
Depois de um grande período de domínio do FC Porto, o Sporting tem subido de nível nas últimas épocas. O que espera da nossa liga? Este ano o Sporting tem jogado muito bem e, no passado, joguei contra o Benfica. Também os defrontei este ano, mas penso que há três anos tinham uma equipa melhor, apesar de continuarem
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