ANDEBOL
MAIO 2025 REVISTA DRAGÕES
“ Ele [ Magnus Andersson ] foi o meu treinador durante um ano e meio em Malmö e depois nas seleções jovens da Suécia. Lembro-me de que ele era muito detalhista em todas as ações. Ajudou-me muito.” causa da covid-19. Decidi ficar mais um ano, vivi uma das minhas melhores épocas e tive a oportunidade de assinar pelo Nantes, que é um dos melhores clubes do mundo para se jogar andebol. É tudo muito profissional, temos cinco ou seis mil adeptos em cada jogo e joguei ao lado de grandes nomes da modalidade. Decidi depois ir para a Dinamarca para ficar mais perto da Suécia, dado que a nossa filha nasceu em França. O estilo de vida é muito parecido com o sueco e o do andebol também. Há muitos jovens que no futuro vão estar na elite do andebol mundial, a liga surpreendeume. Desenvolvi-me como jogador e, à medida que fui ficando mais maduro, passei a conhecer melhor os meus limites. Chego agora ao FC Porto com muita experiência de jogar contra os melhores do mundo e posso ajudar com isso.
Representou a Suécia em fases avançadas de Europeus e Mundiais. Disputar jogos dessa dificuldade mudou a forma de pensar em campo? As seleções têm estilos muito distintos. Na Escandinávia joga-se de uma forma, nos Balcãs de outra e em Espanha e
Portugal de outra também diferente. Além disso, quando se está na seleção nacional aprende-se sempre algo, porque estamos a jogar com atletas com quem normalmente não partilhamos o campo e temos de criar rapidamente rotinas dado que um Mundial ou um Europeu são provas de curta duração. Vejo o trabalho no clube como a rotina diária e esses estágios na seleção servem para melhorar.
O que significa ser campeão europeu pelo país natal? Esse foi o maior feito que alcancei na minha carreira. Fomos vice-campeões mundiais no ano anterior, o que também foi digno de registo, e estivemos num nível muito alto com jogadores novos que não tinham tanto nome. Foi realmente uma grande campanha para a maioria. Muitos jogam agora em grandes clubes e, se puxarmos a fita atrás, nessa altura estavam no campeonato sueco ou dinamarquês. Foi muito bom fazer parte desse percurso.
Tem uma ligação especial ao Magnus. Como avalia o trabalho dele no FC Porto? Ele foi o meu treinador durante um ano e meio em Malmö e depois nas seleções jovens da Suécia. Lembro-me de que ele era muito detalhista em todas as ações. Ajudou-me muito porque, quando fazia um movimento, ele parava o treino para me recolocar 30 centímetros mais ao lado ou alargar a distância de preparação para a impulsão e essas instruções pormenorizadas foram muito boas, porque me ajudaram a ser melhor. Enquanto estive em França e na Dinamarca, mantivemo-nos sempre em contacto e ele até me tentou trazer algumas vezes para o FC Porto antes, mas não era o momento certo para mim. Tem sido uma grande maisvalia, está a sair-se muito bem e todos os grandes clubes conhecem o FC Porto e o tipo de andebol que praticamos.
O que sabe sobre o clube e a equipa? Joguei contra o FC Porto duas ou três vezes e acho fascinante o tipo de andebol que praticam, particularmente o sete contra seis. Eles começaram a implementá-lo há alguns anos e agora quase todas as equipas o adotaram. Têm jogadores muito inteligentes e um guarda-redes muito jovem que tem dado nas vistas, o Diogo Rêma. Tem um estilo diferente dos outros.
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