TEMA DE CAPA
FEVEREIRO 2025 REVISTA DRAGÕES
3 . VIENA , 27 DE MAIO DE 1987
Antes de Pinto da Costa assumir a chefia do departamento de futebol , em 1976 , o histórico europeu do FC Porto era modesto : em 13 presenças nas competições continentais , os Dragões nunca tinham passado além da terceira eliminatória da Taça UEFA . Na Taça dos Clubes Campeões Europeus , o registo era mesmo negro : duas participações , quatro jogos , quatro derrotas . Por isso , nenhum portista antes de 1976 imaginava que um dia pudesse vir a ser campeão europeu , da mesma maneira que ninguém concebia , até meados do século XX , que um dia um homem poderia pisar a lua . Mas aconteceu . Em 1984 , a presença na final da Taça das Taças foi só um prelúdio da glória maior que chegaria três anos depois , em Viena , quando os golos de Madjer e de Juary coroaram os Dragões como reis da Europa .
4 . A PENHORA DA RETRETE DAS ANTAS
Em março de 1994 , aconteceu um dos episódios mais significativos da discriminação de que o FC Porto tantas vezes foi alvo por parte do poder central . Numa altura em que o clube , tal como todos os outros da liga portuguesa , tinha problemas fiscais e em que estavam em curso negociações para resolvê-los , o Estado decidiu penhorar o Estádio das Antas e a retrete de um edifício contíguo onde se localizava o balneário dos árbitros . O ridículo da situação suscitou uma reação enérgica da direção , de outros clubes ( o Benfica e o Sporting solidarizaram-se ) e de diversas personalidades relevantes do país e da região , como António Ramalho Eanes e Francisco Vieira de Carvalho . A posição do FC Porto foi firme : enquanto a penhora não fosse levantada , não participaria em qualquer negociação e não pagaria um tostão da dívida . Deu resultado . O governo cedeu , o FC Porto chegou a um acordo com o Estado e cumpriu-o escrupulosamente .
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