FUTEBOL
JANEIRO 2025 REVISTA DRAGÕES
SÓ PARA “ GRANDES ” Alejandro Scopelli
Scopelli teve um divórcio litigioso com o Belenenses em 1948 e o FC Porto abriulhe a porta . Tinha 40 anos e um passado de ilustre goleador do Estudiantes de La Plata e do Colo-Colo , dois gigantes sulamericanos . Quando pegou no FC Porto começava a dar nas vistas como técnico organizado e visionário , zeloso das camadas jovens e com ideias arrojadas sobre o acompanhamento da formação . O FC Porto acreditava poder derrubar a tirania dos cinco violinos de Alvalade e regressar aos títulos , mas não conseguiu . Scopelli , “ El Conejo ”, impôs uma dinâmica irresistível , mas depressa se constatou que a irregularidade poderia colidir com os propósitos dos portistas . Dominou com pulso firme os grandes da capital , bateu os cinco violinos em pleno Lumiar , mas espalhou pontos cruciais por arenas modestas . No final da época o FC Porto foi apenas quarto classificado . A doença de Araújo , a lesão de Barrigana ou a fuga de Da Silva podem explicar boa parte do insucesso , mas não houve título nem Taça . Nem Scopelli , que saiu para o Deportivo da Corunha anos antes de regressar a Portugal para orientar Sporting e Belenenses e de ser selecionador do Chile e do México .
MUITAS IDEIAS POUCO TEMPO Francisco Reboredo
Com a saída de Augusto Silva abriu-se novo vazio numa época atípica e Pinga , já retirado , foi chamado a tomar conta do clube até se encontrar solução definitiva para o resto da temporada de 1949 / 50 : a escolha recaiu no argentino Reboredo , goleador portista dos anos 30 do século XX , resgatado ao Vila Real por empréstimo . Fez os últimos quatro jogos e não conseguiu pôr a máquina a funcionar em pleno por falta de tempo , já que ideias não lhe faltavam , como viria a confirmar-se dez anos mais tarde , quando o ex-goleador foi novamente chamado de urgência . Reboredo voltou às camadas jovens portistas , acabou o campeonato de 1959 / 60 , em 1960 / 61 substituiu Otto Vieira e levou o FC Porto à final da Taça de Portugal . Em 1961 / 62 era adjunto de Jorge Orth , vítima de doença súbita a meio do campeonato . De novo n .º 1 , em circunstâncias mais dramáticas , em clima difícil e com o Porto de luto , faz uma segunda volta excecional : 13 jogos invicto , 11 vitórias , oito delas consecutivas . O título escapa na penúltima ronda por dois magros pontos . Reboredo : quatro vezes técnico de recurso . E sempre , sempre ao ataque .
SOL DE POUCA DURA Lino Taioli
Depois do espanhol Luis Passarín , o FC Porto faz uma escolha mais criteriosa para a época de 1952 / 53 e aposta em Lino Taioli , argentino com um passado de respeito : selecionador da Colômbia e , mais tarde , técnico do Atlético de Madrid , tinha realizado obra interessante ao comando do vizinho Boavista , colocando-o imediatamente a seguir aos quatro primeiros do costume ( os três grandes de Lisboa e o FC Porto ). Taioli já conhecia a cidade , o futebol português e despertava expectativa . Duas vitórias no arranque da liga , três jogos consecutivos sem ganhar a seguir , um triunfo sobre o Benfica para equilibrar e uma série de quatro jogos sempre a somar os dois pontos em jogo . As coisas compunham-se , o campeonato começava a ferver com tudo em aberto . Ilusões no máximo e novos amargos de boca quando nada o fazia prever : derrota expressiva em Évora , apesar de a equipa estar avisada , porque o Lusitano era a equipa sensação da prova . E , logo a seguir , primeira derrota em casa . Quatro pontos atirados ao mar das ilusões , outro campeonato a andar demasiado para trás . Adeus , Taioli .
27