Dragões #458 Jan 2025 | Page 20

FUTEBOL
JANEIRO 2025 REVISTA DRAGÕES

Ao lado de “ uma pessoa com muito foco , muita paixão , muito direta ”, o presidente mostrou-se ciente de que é preciso deixar o treinador “ desenvolver o seu projeto de jogo , atacar esta fase final do mercado e saber o que é que a equipa pode necessitar aos seus olhos ” para dar continuidade ao contínuo crescimento do “ melhor clube nacional e um dos melhores internacionais ”: “ Queremos muito lutar e competir pelos títulos , é isso que desejamos que o Martín faça com esta paixão e este propósito que vai mexer com muita gente no Olival , não só com os jogadores , mas também com as estruturas de apoio ”.

MARTÍN ANSELMI

O primeiro contacto
“ Prometo falar português , ainda não consigo , mas irei tentar no futuro . As sensações são enormes , aqui respira-se algo … foi para isto que trabalhei toda a vida . Aqui sente-se a paixão , a cultura do trabalho , a exigência , a necessidade de que a equipa transmita o que os adeptos querem ver , a intensidade e a luta . Este símbolo é muito importante , as gentes do Porto , os seus títulos , esta essência que se vê aqui à volta e esta cultura do trabalho com que me identifico totalmente . Conheço o FC Porto desde pequeno , sou adepto do Newell ’ s e por aqui passaram jogadores como o Belluschi . Como disse o presidente , o ambiente no estádio fez-me entender onde estou e acredito que vou construir uma equipa competitiva até ao final .”
Uma fórmula que se reinventa
“ Queremos um futebol de vantagens , posicional , mais do que um sistema . Podemos construir com três , mas se um líbero aparece como médio centro , já estamos a jogar com quatro . Posso jogar com duplo pivô , mas se um médio avança já estou a jogar com um . Afinal de contas , os sistemas não dizem tudo e , para atacar , ter um sistema rígido não nos favorece . Para a parte ofensiva temos um sistema que se desenvolve constantemente e depende do adversário . Para defender há um sistema porque há uma ordem : de onde partimos e para onde vamos , quem sai e quem ajusta , mas também é flexível .”
Análise do adversário
“ Gostamos muito de estudar o adversário , não decidimos como atacar , o adversário é que dita como vamos atacar . Necessitamos de jogadores que entendam o jogo , que saibam onde está a vantagem , o homem livre e o espaço . São coisas que fazem com que um sistema se movimente . Já trabalhámos na defesa com uma linha de três ou de cinco , mas que se decompõe constantemente porque , na hora de saltar à pressão , pode converter-se numa linha de quatro .”
Reinvenção e reconstrução
“ Jogámos com um ou dois avançados , mas tudo depende da estratégia , porque vamos reconstruir-nos constantemente , porque o futebol evolui , os adversários estudam-nos e acabam por ser o nosso maestro , porque a partir do que nos mostram temos de nos reinventar . No final , vamos tentar construir o melhor sistema , a melhor fórmula ou estratégia que tire proveito da estratégia do adversário para que não nos consigam ferir .”
A importância do contexto
“ Quero ser prudente . Acredito que para vestir estas cores tens de estar capacitado para jogar no FC Porto . A partir daí o contexto é completamente diferente , o contexto faz o futebolista e , a partir daí , vamos entender muito melhor do que são feitos os nossos jogadores . Sabemos que são bons , capazes , e queremos dar-lhes todas as ferramentas para serem melhores futebolistas e fazerem de nós melhores treinadores . Fazer um diagnóstico do plantel seria imprudente , porque no fim de contas as sensações nascem quando treinas os jogadores .”
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