ANDEBOL
NOVEMBRO 2024 REVISTA DRAGÕES
“ QUANTO MAIS DIFÍCIL É O JOGO , MAIS PREPARADO ME SINTO ”
M A M A D O U D I O C O U
ENTREVISTA de PEDRO DINIZ
Fassada-Madrid-Barcelona-Mannheim-Logroño-Porto . Aos 24 anos , a jornada de Mamadou Diocou já o levou a dois continentes , a três países e à elite do andebol mundial . Privilegiado por ter pisado palcos icónicos e ganho o maior cetro da modalidade ao lado de estrelas que irão perdurar na memória de qualquer adepto , o esquerdino sente-se verdadeiramente “ em casa ” na Invicta e não duvida de que um plantel que “ pode ganhar a qualquer adversário ” vai atrás do título nacional com “ confiança , ambição e muita vontade ”.
Nasceu em Fassada , no Senegal . Como foi a sua infância e quando se mudou para Espanha ? Nasci no Senegal , em Fassada , e aos nove anos vim reunirme com os meus pais , que já viviam em Madrid , e prosseguir os estudos . No final desse ano , comecei a jogar andebol .
Como se processou essa mudança ? Foi uma grande mudança , mas muito boa porque me reuni com os meus pais e com os meus irmãos . Alguns já nasceram na Europa . Mudar é sempre bom .
Em que parte da sua vida surge o andebol ? Eu jogava futebol como a maioria das crianças , mas na escola um professor de educação física , Juan Manuel , disse-me que conhecia treinadores de andebol em Alcalá e convenceu-me a experimentar a modalidade , porque me saí bem nas aulas . Gostaram de mim , disseram que podia continuar se quisesse e assim foi o meu início . Graças ao professor , estou aqui .
Em Espanha , começa por jogar no Iplacea , nos arredores de Madrid , e depois transfere-se para o Barcelona . Como surgiu a oportunidade ? Tinha acabado de me mudar de continente e fazer as malas novamente foi duro , porque era muito jovem , mas era algo de que gostava e é o sonho de qualquer aspirante a profissional ir jogar para o Barça . Eles descobriram-me porque em Espanha há torneios entre associações distritais e eu representava Madrid e defrontei a Catalunha , a Andaluzia , as outras comunidades . Quando defrontei a Catalunha , os olheiros do Barcelona viram-me e quiseram levar-me . Numa primeira instância , o meu pai disse que não , porque era muito novo e tinha chegado recentemente do Senegal , mas era o meu sonho e acabei por ir viver sozinho com apenas 14 anos para La Masia . Lá tinha outros colegas na mesma situação e profissionais prontos a ajudar-nos em tudo o que precisássemos .
Ser esquerdino foi uma grande ajuda no início da carreira ? Sim . No andebol diz-se que os canhotos são sempre mais requisitados por haver menos . Ajudou um pouco .
61