Dragões #453 Ago 2024 | Page 41

TORNEIOS HISTÓRICOS
AGOSTO 2024 REVISTA DRAGÕES
A equipa que venceu o Torneio Cidade de
Sevilha a 21 de agosto de 1992 : Vítor Baía ; João Pinto , Fernando Couto , José Carlos ( Tozé ), Bandeirinha ; Jorge Couto ( Timofte ), André , António Carlos , Semedo ; Paulinho César ( Jaime Magalhães ) e Domingos . Golos : Domingos ( 52m ), Timofte ( 90m ) Treinador : Carlos Alberto Silva
TROFÉU CIDADE DE SEVILHA 1992

SEVILHA JÁ ERA NOSSA

A genuína aura do FC Porto saiu reforçada ainda antes de vencer o autêntico , o puro “ veraniego global ”, aquele Cidade de Sevilha que em 1992 foi recuperado e organizado para comemorar a Exposição Universal desse ano , realizada na capital da Andaluzia . O convite foi uma honra rara , num grande torneio que nasceu vigoroso em 1972 e estava suspenso desde 1984 , por quebra acentuada de público ( algo raro em Espanha ), devido à saturação de derbies entre Bétis e Sevilha , e demasiadas alterações ao modelo organizacional . Seis clubes , nessa edição histórica : os dois da casa , Sevilha e Bétis , o tetracampeão espanhol Barcelona , o Atlético Madrid , vencedor da Taça do Rei , e os convidados de honra unificados em português , o campeão FC Porto e o Vasco da Gama . Um alinhamento do maior prestígio , que trazia a curiosidade do reencontro com Futre , já que o FC Porto ficou no grupo B , com Sevilha e “ colchoneros ”. Sevilha , que tinha Diego Simeone e Alan Suker , e Atlético , que tinha Futre e Schuster … Com uma vitória ( 2-0 frente ao Sevilha , golos de Paulinho César e Timofte ) e um empate ( 2-2 com Atlético Madrid , novamente golos de Paulinho César e Timofte ), o FC Porto foi finalista , com outro finalista-surpresa pela frente : o Bétis , treinado pelo mago de San Lorenzo , da Argentina , ‘ El Gordo ’ Jorge D ’ Alessandro , que se desembaraçara de Barça e Vasco . Mas mesmo com o Sánchez Pizjuán , casa do Sevilha , a ferver como se fosse o Benito Villamarín , moradia do Bétis , a classe do FC Porto de Carlos Alberto Silva fez gelar o sonho andaluz de vencer o torneio que comemorava a sua Exposição Universal . Pela terceira vez em quatro dias , “ chapa 2 ”, 2-0 claros na final , a derreter o sonho bético . O FC Porto , imune aos 40 graus noturnos , foi imperial . alinhados com o devido destaque no Museu do FC Porto entre alguns dos mais brilhantes troféus oficiais . Fama e prestígio centenários tornaram o FC Porto num dos clubes mais procurados para os torneios de verão , cuja história começa em 1910 , com a Copa dos Pirenéus , cinco edições antes da I Grande Guerra , com jogos entre vizinhos catalães , bascos e franceses , como Barcelona , San Sebastián ( que daria origem à Real Sociedad ), Espanya FC , Comèt et Simót , Stade Bordeaux e Grand Air Bordeaux . As sucessivas guerras mundiais tornaram descontinuadas as novas tentativas , resistindo apenas o centenário Trofeo Playa y Sol , firme há 113 anos na comunidade de Múrcia , onde anualmente Águilas e Lorca fazem o seu torneio caseiro sem reparos à monotonia . A Copa San Pedro ( Alicante ) fixou-se em 1941 , mas procura a vertente amadora do futebol . Com o fim da II Grande Guerra , os grandes “ veraniegos ” vieram para ficar e o FC Porto possui um belíssimo exemplar do mais antigo e prestigiado : o Troféu Teresa Herrera , na Corunha , com história altruísta desde 1946 ; em antiguidade , seguemse o Ramón Carranza ( Cádiz , 1956 ), e o Fiesta de Elche ( 1960 ), onde o FC Porto arrancou um pódio na estreia de José Maria Pedroto como treinador principal do clube , no verão de 1966 . Em mais de duas dezenas de presenças em torneios de pré-temporada de eleição , o FC Porto conquistou seis grandes torneios e acumulou 14 pódios , traduzidos em excecionais peças de catálogo , as outras joias da coroa azul . Além da imensa coleção oficial de títulos nacionais e internacionais , o FC Porto conquistou uma vastidão de troféus e territórios , expondo desde 28 de setembro de 2013 outros troféus que , não cabendo na galeria de honra oficial , merecem , muitos deles , destaque excecional . Quer pelos contornos de beleza e grandeza , quer pela história que os precede , feita de bom nome , suor e classe . Prestígio , em suma . Hoje , com a sobrecarga dos calendários , as grandes equipas mundiais refugiamse numa preparação diferente , mais cuidada e seletiva , havendo pouco espaço para torneios de verão , cada vez mais ocasionais . A época seguinte “ deita-se ” tarde e “ acorda ” cedo , o estágio em paragens frescas é a solução
41