Dragões #451 Jun 2024 | Page 41

REVISTA DRAGÕES 21
ENTREVISTA DO NOW A ANDRÉ VILLAS-BOAS

Defenderei os interesses do FC Porto até à morte

TEXTO DE MANUEL T . PÉREZ
André Villas-Boas jura “ defender os interesses do FC Porto até à morte ” e tem “ uma fé inabalável na construção de um futuro vencedor ”, pois a “ exigência está presente em cada momento e em cada decisão ” que toma . Em entrevista ao canal Now , o “ presidente-adepto ” lembra que “ a margem de erro é mínima ” e reforça a importância de “ entregar títulos ” ao Museu . Sempre “ com a vontade dos sócios presente ”, ou não fossem eles “ o órgão máximo do clube ”, promete “ operar a mudança ” necessária para “ recuperar o FC Porto negociador ” num mercado onde os intervenientes devem ser “ muito mais cirúrgicos ” de forma a “ cometer cada vez menos erros ”. Só assim será possível dar resposta às “ exigências dos associados ” com quem é necessário “ criar um vínculo cada vez mais emocional ” e cumprir “ uma obrigação do clube que não acontecia ”, a de “ aproximá-los do clube ”. “ Eu não estou aqui para perder , estou aqui para ganhar e sou sócio antes de ser presidente ”, garante o dirigente cheio de “ confiança no trabalho que o Vítor Bruno pode desenvolver ”, alguém cuja “ maior honra foi ser campeão nacional pelo FC Porto ”. “ Será certamente para o Vítor também ”, afirma quem sabe que “ as claques têm um papel fundamental ” e que se deve “ respeitar toda e qualquer pessoa que tenha entregue a alma e o coração ao FC Porto ”, chame-se ela Jorge Nuno Pinto da Costa , Sérgio Conceição ou Pepe . Ao longo da extensa conversa , o escolhido dos sócios com “ desejo de mudança ” mostrou-se preparado para promover a “ sustentabilidade financeira ” através da reestruturação da situação económica e da “ colocação da marca ”. Faz tudo parte de uma “ nova mentalidade ” focada no “ crescimento do futebol português ” e “ os sócios acabaram por ditar esta mudança ”. Porque “ o FC Porto é um clube de associados ” e “ é muito mais difícil ser um clube de associados do que um clube de um proprietário ”, André Villas-Boas quer aproveitar “ a vantagem competitiva ” trazida por “ uma cultura que se transporta no tempo ”, mas tem uma certeza : “ Para subsistirmos enquanto clube de associados temos que ganhar desportivamente ”. As primeiras semanas de mandato foram “ dedicadas ao conhecimento de todos os dossiês e de tudo o que se passa em torno do FC Porto ”, algumas situações “ mais urgentes de imediata resolução ”, no entanto chegou a hora de tomar “ conhecimento profundo e total da situação atual ”, por isso a nova administração irá “ proceder às auditorias forenses ” cujos resultados deverão ser conhecidos “ dentro dos próximos quatro a seis meses ”. “ Atuaremos com base nas conclusões que saiam dessas auditorias ”, assegura o presidente portista . Preocupado com a reestruturação da dívida , André Villas-Boas tem desenvolvido “ contactos oficiais ” para conseguir “ maturidades mais longas com juros que não asfixiem tanto ” a tesouraria . “ Claro que toda essa dívida tem que ser paga ”, porém “ uma nova geração de receitas ”, “ uma nova colocação da marca FC Porto no mercado ” e “ o crescimento do futebol português ” são fatores que “ têm obrigatoriamente de acontecer ” para saldar os encargos . “ É muito importante os clubes portugueses sentarem-se e pensarem no futuro ”, sublinha quem vê “ o futebol português altamente penalizado por conta da queda no ranking da UEFA ” e olha para “ o controlo de custos , o rigor orçamental e a disciplina financeira ” como campos onde se pode intervir “ de forma imediata ”. “ Há outros que estão relacionados com a própria colocação do produto e isso passa muito por um novo diálogo entre os clubes , a Liga e a Federação ”, justifica . “ Da parte do FC Porto haverá abertura para esse diálogo . Queremos recuperar o lugar no ranking que perdemos para a Holanda e oferecer um melhor produto aos clientes do futebol português . E também aos associados do FC Porto ”, explica o líder dos destinos de uma instituição que pretende dar “ acesso a conteúdos exclusivos ” aos adeptos , “ como as apresentações do Vítor Bruno e do Magnus Andersson ” - a forma ideal de “ criar uma nova ligação emocional que também traga benefícios financeiramente ”. Planear a nova época futebolística obrigou a “ um investimento em competência profissional ” e a “ reformatar todo o edifício da direção desportiva ” com “ um novo diretor de scouting , um novo diretor da formação , um novo diretor da performance e um novo diretor do futebol profissional na figura do Jorge Costa ”. “ Há jogadores e situações com as quais não podemos competir . No entanto , trazendo estas competências para dentro de casa , poderemos ser cada vez mais cirúrgicos e escolher os jogadores que nos permitam ter plantéis competitivos ”, atesta o presidente de um clube que “ sempre vendeu muito bem ”, mas “ não tanto nestes últimos anos ”. A continuidade de Pepe enquanto jogador está descartada e “ foram-lhe explicadas as