nalismo reacionário são tão absurdas que para atacar os argu-
mentos das artes, da esquerda ou das minorias, esse jornalismo
ataca as pessoas, exagerando os lados da questão sem deixar
espaço para meio-termo, invertendo o ônus e propondo falsa
analogia.
O que temos haver com isso?
As pessoas têm gostado de falácias de todos os tipos: emocionais,
estruturais, analógicas... E com elas construindo seus ataques. A
repressão está se tornando dia-a-dia um lugar comum, estão nor-
matizando a censura. Normatizando os ataques as expressivida-
des que fogem do padrão hegemônico de performatividade,
sejam elas artísticas, de gênero, sexo, etnia, coloração e/ou
desejo.
A obra e o artista nesse contexto representam a todes nós, é um
artista nu, assim como toda(o) brasileira(o) esta com essa situação
das ruas, das morais, da política, à mercê do conservadorismo
manipulado pela verdadeira trindade sagrada composta de
Estado, Religião e Mídia. Não entender irrita as pessoas, elas se
veem inconscientemente nessa obra e não conseguem conceber
que a pesquisa artística é apenas sobre manipulação. Ser manipu-
lado por pessoas (crianças também são pessoas), em uma obra de
arte é um ato político de afeto e a não sexualização do corpo nu
é libertador (a arte sempre fez isso), por isso incomoda. Mães e
pais que não conseguem oferecer experiências estéticas não
sexualizadas, não conseguem admitir que outras mães e pais con-
sigam oferecer as(os) suas filhas(os) uma educação que se livra da
culpa cristã, ou que tenha outra perspectiva sobre relação, afeto,
dança e corpo, que não seja aquelas apreendidas nas igrejas neo-
-pentecostais. Todas as pessoas são/estão manipuladas e se
enxergar nesse espelho é em certa medida fragilizar-se, assim, na
medida em que nos percebemos fragi lizados, em vez de reconhe-
cermos que isso tem se dado em inúmeras instancias, sejam elas
sociais, midiáticas, morais, estéticas, políticas e simbólicas, “o me-
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DIVERSIFICA
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