La bête é uma obra de dança criada e protagonizada pelo artista
brasileiro Wagner Schwartz, atualmente residente na França.
Conhecido por suas inúmeras obras de dança, entre elas: “Transo-
bjeto” (2004), subsidiado pelo Rumos Itaú Cultural 2003/2004 e
Palco de Arte Uberandia/MG, “Piranha” (2011) subsidiado pelo
Rumos Itaú Cultural 2009/2010, premiado pela APCA de Melhor
Projeto Artístico em 2012, agora, sua obra “La bête” realizado com
o apoio do Fórum Internacional de Dança (FID) / Território Minas,
se concretiza com ajuda do espectador, pois é baseado na série
"bichos" de 1961 da artista visual Lygia Clark, ganhadora do
prêmio de melhor escultura nacional da VI Bienal de São Paulo, se
tornando uma das pioneiras na arte participativa mundial. Essa
pesquisa Clark iniciou em 1959, nas primeiras tentativas de tridi-
mensionalidade dos quadros, ultrapassando os limites da superfí-
cie [figura 1]. Essa tridimensionalidade foi se tornando tão pre-
sente que as próprias figuras construídas por Clark começaram a
tomar forma fora dos quadros até chegar na série “Bichos”, escul-
turas feitas de metal, com inúmeras dobradiças, possibilitando a
manipulação para construção de múltiplas formas [figura 2].
Schwartz, em sua obra de dança manipula uma réplica de plástico
de uma das esculturas da série Bichos (referenciado anteriormen-
te). O objeto permite a articulação das diferentes partes do seu
corpo através de suas dobradiças. O público é convidado a parti-
cipar da manipulação do corpo “bicho gente”, ou seja, o próprio
artista generosamente, se propõe a ser um dos bichos de Lygia
Clark e o público de forma voluntária pode se levantar, aproximar
e mexer no artista e a partir das dobradiças, dessa vez do corpo
humano, construir formas em um jogo de afetuosidades, já que
em sua estrutura de composição a coreografia se estabelece
enquanto auto-organização e pelo viés do acaso a obra vai se
fazendo no porvir da participação.
DIV
ERSI
FICA
DIVERSIFICA
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