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Carta ao leitor

A construção do mundo como conhecemos, se deu com movimento voluntário e involuntário do homem pelos continentes. Desde os tempos mais primórdios a exploração do desconhecido e a escravidão do homem bárbaro moldou o mundo e as sociedades.

Assim como as guerras originaram a sociedade civilizada que conhecemos, a escravidão e migração de povos também contribuíram para a construção dos ideais dos séculos.

Durante séculos os povos civilizados das Américas e da Europa arrancavam do seio africano homens, mulheres e crianças para serem vendidos como peças inanimadas, serem vendidos como escravos para o “homens branco”, o homem criador das leis e dos costumes sociais.

Outrossim, os povos do Oriente Médio também sofreram com ataques do homem civilizado, sofreram com as guerras religiosas e dentre as mais sangrentas as provocadas pelo homem ocidental católico. Onde até hoje se mantém o conflito entre mulçumanos e não mulçumanos, porém , disvirtuado dos motivos religiosos da quele século, os conflitos no Oriente Médio do século XXI são provocados ( e financiados) por interesses econômicos entre os continentes de regimes, ditos "democráticos" Vs Ditatoriais locais.

Diante disso, no século XXI vemos a inversão do contexto histórico, quando antes ,- os povos que eram arrancados de suas tribos e forçados a cruzar fronteiras e mares na condição de escravos, hoje caminham em direção ao antigo algoz, rumo a um futuro incerto, dotados de um único objetivo, - o de ser a vanguarda de seu povo.

As circunstancias deste movimento é semelhante aos de séculos passados, escravizados não por correntes e chicotes, mas pelo sentimento de medo que vivem em seu próprio país. São pessoas escravizadas pelo sentimento de impotência e incerteza, pela guerra moderna entre as nações ditas civilizadas e escravizadas pelo ódio de seus semelhantes.

No século da globalização, o Amistad da atualidade toma a forma de pequenos botes no mediterrano, levando o povo escravo de sua própria origem, para o incerto e desalentador destino na Europa. Contudo, a escravidão era sustentável, pois existia a oferta e demanda por esses humanos escravos, hoje não há interesse econômico em sua existência, pelo contrário, existe medo e repulsa pelos refugiados e imigrantes, originando os chamados campos de refugiados, lugares onde os indesejáveis humanos são depositados e abastecidos pela boa vontade do homem civilizado.

Destarte, a análise breve da historia nos dá a certeza de que o homem ocidental tem uma dívida histórica para com os refugiados da Africa, Ásia e Oriente Médio, no entanto, não basta a vontade de oferecer auxilio e asilo para os necessitados, pois este movimento em massa causa impactos seja no ambiente de trabalho, social e urbano dos países de destino. Sendo assim, a sociedade internacional deve se unir para resguardar o Direito Fundamentais dos refugiados e acima de tudo garantir os Direitos Humanos, uma conquista inestimável da humanidade. Como diz Norberto Bobbio (...) a democracia é a sociedade dos cidadãos, e aos súditos se tornam cidadãos quando lhes são reconhecidos alguns direitos fundamentais; haverá paz estável, uma paz que não tenha a guerra como alternativa, somente quando existirem cidadãos não mais apenas deste ou daquele Estado, mas do mundo (A Era dos Direitos)

Itajai

2015

Brendom Batista

Acadêmico de Direito