A VONTADE DE DEUS
rendição foi imediatamente respondida
com várias instruções: "Levanta-te e entra
na cidade, e lá te será dito o que te convém
fazer… e batiza-te" (Atos 9:6; 22:16). Ele
"não foi desobediente à visão celestial"
(Atos 26:19), mesmo depois de avisado que
isso envolveria um sofrimento futuro, não
especificado, pelo nome de Cristo. Anos
mais tarde, essa atitude permaneceu, como
ele declarou: "E agora, eis que, ligado eu pelo
espírito, vou para Jerusalém, não sabendo
o que lá me há de acontecer" (Atos 20:22).
Tal como foi com Paulo, assim é conosco
hoje. Recebemos instruções para obediência
imediata, confiando que outras orientações
ainda hão de vir.
Certa vez alguém contrastou a vida cristã
com um leilão. Em um leilão, é importante
estabelecer seu preço limite máximo
antecipadamente. Infelizmente, muitos
abordam a vontade de Deus da mesma
maneira. O Senhor proíbe esse limite
quando diz: "qualquer que quiser salvar a
sua vida perdê-la-á" (Lucas 9:24). Então,
quer seja como Jó, sem saber o porquê,
ou como Abraão, sem saber para onde, ou
como Paulo, sem saber o quê, quando se
trata de se submeter à vontade de Deus,
a compensação é garantida, mas o preço
é desconhecido. Sua vontade não é a mais
fácil, mas é sempre a melhor!
Minha Atitude
Talvez uma das perguntas mais comuns
entre os jovens crentes seja: "Como posso
saber a vontade de Deus para minha vida?".
O desejo de conhecer a vontade de Deus
certamente não é errado, mas a Bíblia parece
enfatizar algo ainda mais importante. Os
discípulos não foram ensinados a orar "seja
conhecida a tua vontade", mas "seja feita a
tua vontade". O Senhor, antecipando o peso
incalculável das exigências da vontade de
Seu Pai, disse: "não se faça a minha vontade,
mas a tua". Não surpreendentemente, Ele
sentiu um parentesco especial com aqueles
que compartilhavam da mesma convicção
(Marcos 3:35). Sete vezes nas Escrituras
encontramos a frase "tua vontade" e, em
todas as vezes, o verbo operativo é "fazer".
O perigo de enfatizar conhecer ao invés
de fazer a vontade do Senhor é que leva à
tendência de deixar a obediência apenas
como uma opção. Você está disposto a se
comprometer a fazer a vontade do Senhor,
mesmo antes de saber o que isso implica? O
povo nos dias de Jeremias disse: "conforme
tudo o que disser o Senhor, Deus nosso,
declara-no-lo assim, e o faremos". O profeta
então prossegue com a repreensão de Deus:
"E vo-lo tenho declarado hoje; mas não
destes ouvidos à voz do Senhor, vosso Deus"
(Jeremias 42:20-21). O próprio Senhor falou
do castigo infligido ao servo "que soube a
vontade do seu senhor e não... fez segundo
a sua vontade" (Lucas 12:47). Paulo exortou
os crentes de Éfeso, não a conhecer a
vontade de Deus na mente, mas a fazer "de
coração a vontade de Deus" (Efésios 6:6).
Fazemos bem em lembrar a nós mesmos
que a vontade do Senhor nunca deve ser
compreendida à parte dos preceitos e
princípios de Sua Palavra. Essa "luz para o
meu caminho" torna a vontade do Senhor
cristalina em várias áreas: salvação (2 Pedro
3:9), vida justa (1 Pedro 2:15), sofrimentos
(1 Pedro 4:19), resultados incertos (Atos
21:14), pureza sexual (1 Tessalonicenses
4:3), gratidão (1 Tessalonicenses 5:18),
separação (Romanos 12:2), expressões de
necessidades (1 João 5:14), planos futuros
(Tiago 4:15) e viver a vida cristã ao máximo
(1 Pedro 4:2), apenas para citar alguns.
O problema geralmente não é tanto a
deficiência de conhecimento, mas a falta de
obediência. É possível que você gaste mais
tempo se preocupando com o que não sabe
do que fazendo o que sabe? Que Deus "vos
aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes
a sua vontade" (Hebreus 13:21).
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