Alguns extratos de nosso co diano : ZH 25 / 06 / 2011 , p . 38 – Na saída da agência , homem é morto após ataque à cliente ; ZH 01 / 07 / 2011 – Herói aba do – Oficial morre ao impedir assalto , p . 42 . e comerciante sequestrada : “ O ladrão é um sócio que vem quando quer e leva o que quer ”, p . 43 . Neste contexto é possível imaginar que as ví mas de assalto estão , ao menos momentaneamente , felizes por ainda não terem se transformado em cadáveres .
Devo refle r , no par cular , sobre o nosso herói , o Ten-Cel da Reserva Danilo Rozo que , certamente , agiu pelo dever de o cio e pelo impulso de quem sabe que a criminalidade cresce diariamente . Aliás , o que é que se faz quanto a isso ? Nas casas , colocam-se grades , cerca elétrica , alarmes , câmeras , cães e até vigilantes de rua . Nas ruas , temos de estar “ experts ”, andar sem dinheiro , com a bolsa colada ao corpo , etc . No carro , deslocamo-nos com os vidros fechados e as portas trancadas e , de noite – quem sabe ? – não paramos na sinaleira . Entrar num banco e sair com dinheiro , ainda que pouco , nem pensar .
Angus ou-me a manifestação da comerciante assaltada quando disse : “ Pedi ajuda para muita gente , mas ninguém para , todo mundo tem medo .” Ninguém quis ser herói , só o brigadiano aposentado Danilo Rozo .
E agora ? A questão está posta . Infelizmente , estes fatos reproduzem a dinâmica diuturna de nossas cidades .
A Cons tuição diz que segurança pública é direito e responsabilidade de todos . Será que o nosso herói brigadiano não exercitou a sua responsabilidade ? E os outros , por que não o fazem ? Será por medo ? O jornalista Paulo Sant ' Ana tem razão quando diz em sua coluna : “ Alguém tem de reagir a este bandi smo .”
Desde sempre , a comunhão de homens e mulheres tem por objeto prioritário a segurança de todos os seus integrantes . Desta necessidade nasceram as aldeias , os reinos , os impérios e as nações , mas parece que nós nos esquecemos disto . A segurança pública parece uma a vidade menos do que terciária para o estado , sempre relegada para discussão em tempos de campanhas polí cas ou apenas quando a desgraça acontece . Ocorre que a desgraça que se tornou co diana , sugere que cada um cuide apenas de si mesmo . E assim nos abandonamos às nossas próprias individualidades e , a par r daí , é um salve-se-quem-puder .
O certo é que não precisamos de heróis mortos e muito menos contar cadáveres de pessoas aba das por bandidos .
Paulo Roberto Mendes Rodrigues Juiz Cel do TJM / RS e Ex-Cmt Geral da BM
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