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Jornal Correio do Povo - Página 2 - 27 / 04 / 2014 « Reféns da insegurança »

A mídia escrita da capital ocupou nos úl mos dias generosos espaços , incluindo seus editoriais , para tratar sobre a segurança pública , especialmente considerando os acontecimentos ocorridos na comunidade da Vila Cruzeiro , onde grupos de delinquentes submeteram os residentes daquele território ao medo .
Toques de recolher , fechamento de escolas e postos de saúde , bem como ações de vandalismo pra cadas por mascarados , não faziam parte do dia-a-dia dos gaúchos , porém sempre foram destacados nos telejornais de outros Estados , especialmente do Rio de Janeiro .
Pois bem , considerando que estamos adentrando em um período eleitoral , onde o tema segurança pública , como sempre , será destaque nos debates que se sucederão , é importante que se faça uma reflexão .
Neste par cular , devemos iniciar com a análise do preâmbulo da Cons tuição Federal , que dispõe que os representantes do povo brasileiro ins tuíram um Estado Democrá co des nado a assegurar , entre outros direitos , o de segurança , que está inserida no rol de valores supremos , ou seja , deve ser garan da pelo Estado . Fragilizada esta , por conseguinte , os demais valores estarão em risco .
Certamente , também não é por outra razão que aparece estampada na bandeira nacional a expressão “ Ordem e Progresso ”.
Mas , a Cons tuição também afirma no seu ar go 144 que “ a segurança pública , dever do Estado , direito e responsabilidade de todos , é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio ”, portanto a questão é o que fazer . Atribuir a responsabilidade à lei – embora entenda que as penas devem ter maior rigor – me parece não ser a única alterna va .
Então , o que fazer ? Vamos iniciar por construir presídios para abrigar a turma que perturba a ordem pública , des nar mais policiais para cumprir e fazer cumprir as leis , começando a colocar ordem na “ casa ”.
Assim a questão está posta , não há mais tempo a perder . A segurança pública deve ser encarada como prioridade absoluta em qualquer plano de governo que fartamente será ofertado à população gaúcha nos próximos dias e , aí sim , começar a libertar todos nós – os reféns –, colocando os bandidos atrás das grades e , nisso , diga-se de passagem , os brigadianos sabem fazer e bem .
Paulo Roberto Mendes Rodrigues Coronel – Ex-Comandante da BM

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