Detectives Selvagens 2- Medo | Page 82

João neves Ora essa, deixe lá. Afasto-me ligeiramente do balcão da entrada, observo-a pelo canto do olho enquanto ela disca, desconfiada, os números e aguarda a ligação. Fernanda. Desculpa lá, está aqui um senhor para falar com uma Conceição, sim, hm hm, pois, dá-me, dá-me um segundo, por favor. Peço desculpa, queria falar com a Conceição Cruz? Claro. Estou, Fernanda? Sim, era com a Conceição Cruz, sim, certo, ok, percebo, ok, eu transmito, sim, café depois de almoço, eu espero aqui, talvez tenhamos de esperar que o Júlio me substitua, sabes como ele é meio atrasado, espera, o senhor está a olhar para mim, deixa-me falar com ele, vá, até já, até já. Sim? Pronto, falei com a minha colega, ela disse-me que a Conceição já não trabalha connosco há dois meses. O quê? Não pode ser… Lamento, senhor, mas foi a informação que me deu a colega. Não percebo… Peço desculpa, posso usar o seu telefone? Hm, claro, claro… Ligo para casa, dois quatro etc, etc, deixo tocar, desligo, disco novamente, dois quatro etc, etc, nada. Obrigado, peço desculpa pelo incómodo. 82